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Cordel-->A Verdade e a Mentira -- 27/11/2003 - 10:27 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A Verdade e a Mentira
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

A mentira já foi ruim
Associada ao pecado
Mentir era condenável
Muito pouco tolerado
No meu tempo era defeito
Muita falta de respeito
Preconceito arraigado

Mentir,só de mentirinha
Mentirinha sem vergonha
Pra enganar a garotada
Havia a tal de cegonha
No bico, o bebê trazia
Sem precisar cirurgia
Sem sujar lençol e fronha

E a criançada engolia
Ninguém quase perguntava
Porque a barriga da mãe
Daquele tamanho ficava
O risco era iminente
A curiosidade freqüente
O pai da gente enganava

A outra mentira aceita
Por toda a garotada
A história do Pinóquio
Uma história bem contada
Mentir fazia crescer
O nariz daquele ser
A mentira esfarrapada

Persiste ainda a mentira
Desta época de Natal
Do velho Papai Noel
Que um dia já foi o tal
Mas hoje desempregado
Com o saco esvaziado
Aproxima-se do final

Mas hoje, é bem verdade
Mentira tem aceitação
Passou a ser para muitos
O seu principal ganha-pão
Políticos e sonhadores
E muitos dos eleitores
Vivem dessa enganação

Pra melhorar suas vidas
Uma mentira bem contada
Faz parte do cotidiano
Da eleição disputada
É obra de bom artesão
Pesquisa de opinião
A verdade inventada

E a verdade foi ficando
Triste e envergonhada
Sem saber dizer ao certo
Se a mentira é a culpada
A verdade da criança
É a única esperança
Dessa praga tolerada

A verdade verdadeira
Quase sempre é aparente
Virou coisa muito rara
Todo mundo engana a gente
Tempo e temperatura
Diz o rádio em boa altura
De um forma convincente

Faça chuva ou faça sol
Tudo é obra do destino
É previsão passageira
É um jogo de cassino
Faça frio ou faça calor
Acredite com fervor
No repórter matutino

A verdade é temporária
Ela existe enquanto dura
Mas se o remédio é falso
A doença não se cura
Água dura em pedra mole
Não há pedra que a esfole
E a teoria fura

Não há mais constrangimento
Mentir ou ficar calado
Só se fala em juízo
Negar para ser poupado
Dizer a sua verdade
Com muita sinceridade
Pra não ser prejudicado

Mentir com muita firmeza
Que tem conta no estrangeiro
Naquele banco afamado
Nunca botou seu dinheiro
Até porque tem juízo
Não acredita em paraíso
E nem conhece o doleiro

Agradar a namorada
Com mentiras no ouvido
Com segundas intenções
Conseguir o prometido
Quando tudo consumado
Dizer que nada é lembrado
Desmentir o desmentido

A mentira e a verdade
Hoje não mais me engano
São gêmeas bem parecidas
Nunca entram pelo cano
Só quem mente de verdade
Tem a credibilidade
Seja beltrano ou cicrano

É como se faz no Natal
O sagrado e o profano
Se misturam numa festa
Vai até o fim do ano
Entra pelo carnaval
Juntando o bem e o mal
Todo mundo se abraçando

Assim a mentira evolui
Ganha ares de importância
Freqüenta os bons lugares
Faz a sua militância
Toma assento no poder
Sem fazer por merecer
Tanta pose e arrogância

O boato é a vertente
Formada em economia
Mentira globalizada
O engano do dia-a-dia
Disfarçada de ajuda
Tudo pára, nada muda
A não ser a nostalgia

De ver o nosso país
Sempre mais endividado
E o nosso companheiro
Pedindo mais emprestado
Viajando pelo mundo
Às custa daquele Fundo
Segue seu rumo enganado

Não liga para o seu povo
No palanque discursando
Vai costurando bravatas
E o povo acreditando
Que o país do futuro
Não pagará mais o juro
De um boato ou engano

Assim, verdade ou mentira
São partes da mesma questão
Viver é o que interessa
Movidos pela paixão
Que de mentira tanto tem
E de verdade também
Que nascem no coração

Por isso, meu bom amigo
Aproveite o fim de ano
Com muito dinheiro no bolso
E amor debaixo do pano
Seja sempre verdadeiro
Nesse mundo passageiro
Acredite no fulano

27 de novembro de 2003










































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