Hoje nossa sociedade anda bastante preocupada com a proteção da natureza. Mais de 80 % da população brasileira vive nas cidades, quase sempre em moradias apertadas, em bairros sem espaço adequado para lazer e entretenimento, tendo que enfrentar inúmeros problemas relacionadas a má estrutura dos centros urbanos, como falta de esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, transporte público etc.
Assim, especialmente nos grandes centros urbanos tem-se falado muito na busca pela melhoria da qualidade de vida da população em geral, associando a isso a necessidade urgente que temos em proteger o meio ambiente, pois é de consenso amplo que é preciso repensar nosso modo de vida predatória e inconseqüente para encontrar soluções para os diversos males que tem afetado nossa vida.
Dentro dessa questão, nos últimos anos têm surgido inúmeros cursos superiores e tem crescido a busca por técnicas que visam conhecer os elementos que compõem um ambiente e a maneira como se relacionam, para que assim sejam adotadas medidas de proteção ou de recuperação de áreas poluídas e drasticamente alteradas.
Diversas experiências bem sucedidas têm demonstrado que algumas áreas degradadas pelo uso intensivo e mal orientado podem ser recuperadas em curto e médio prazos por processos de repovoamento de espécies vegetais e animais ou com a adoção de medidas eficientes de utilização, servindo como locais de produção sustentável, de lazer ou mesmo de estudo e pesquisa.
Há uma tendência crescente do turismo ecológico, que é direcionado para o lazer e diversão em áreas naturais (parques, reservas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental etc.). Isso revela o interesse pela conservação do meio ambiente, pois constitui uma oportunidade para a população observar e estudar os fenômenos ambientais.
Em toda a rede escolar têm surgido trabalhos e projetos de Educação Ambiental que através de múltiplas atividades têm possibilitado que crianças e jovens conheçam os processos que ocorrem na natureza, o que certamente leva os indivíduos a refletirem sobre seu comportamento, fazendo com que procurem formas mais adequadas de atuar no dia-a-dia.
A participação popular por intermédio de Movimentos Sociais e com a atuação de Organizações Não Governamentais (ONG’s) também tem sido responsável pelo aumento de denúncias de irregularidades e pela exigência da aplicação de medidas efetivas de proteção ambiental por parte dos órgãos fiscalizadores.
Atualmente se sabe que muitos desastres ambientais e grandes prejuízos econômicos poderiam ser evitados se houvessem pesquisa e acompanhamento adequados durante a execução de projetos de implantação de obras diversas, o que tem feito surtir cobranças maiores pela aplicação adequada das políticas públicas voltadas para a conservação da natureza.
A divulgação de notícias sobre questões ambientais e o aparecimento de publicações especializadas vêm aumentando, graças ao interesse e à receptividade da população.
É certo que a responsabilidade pela conservação do ambiente e busca pela melhoria da qualidade de vida não podem ser deixadas apenas nas mãos dos governantes e especialistas no assunto, mas devem ser assumidas por todos aqueles que ainda acreditam na capacidade de o homem encontrar soluções para seus problemas.
Acredito que por meio dos estudos científicos, da troca de informações entre governos e entidades ambientalistas, e contando com apoio da mídia na promoção de discussões, debates e reflexão, nossa sociedade atual alcançará uma nova consciência planetária.
A meu ver, a conscientização e o esforço conjunto de todos os seguimentos sociais é o caminho a ser trilhado no sentido de conseguirmos a solução para os diversos problemas atuais que enfrentamos e para a construção de um mundo sustentável.
Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 367, p. 15, de 18/06/2010. Gurupi – Estado do Tocantins.
Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
