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Contos-->A Luz do Mundo -- 27/07/2000 - 16:33 (Loren José Guimarães dos Santos Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Luz do Mundo


Nossa história começa em uma vila chamada Cristal Cintilante. Havia nesta vila a lenda de um cristal luminoso conhecido como a luz do mundo. Segundo antigos moradores essa luz traria felicidade, bem-estar, brilho eterno a seu possuidor. Muitos já tinham passado por lá em busca do cristal, mas não conseguiram encontrá-lo. Sempre se cria um clima de bastante expectativa quando chegam visitantes em busca da luz. Já se tornou até motivo de turismo para essa vila. Seus habitantes criaram o Dia da Luz e fazem festas com danças, barracas, passeios turísticos todos os anos.
A vida em Cristal Cintilante é um tanto quanto pacata em dias normais. Fica agitada somente quando começam os festejos da Luz. Tornou-se um folclore da região. São vendidos cristais para os visitantes. Claro que não são o famoso e procurado cristal, mas dão um certo brilho para a festa. Diz a lenda que, há tempos, um forasteiro apareceu à procura da pedra, aprofundou-se na mata e não mais foi visto. Muitos vieram após ele, mas sem sucesso.
Certo dia, chegou à cidade um grupo de seis garotos muito interessados em saber a respeito da luz do mundo. Seus nomes eram: Adilson, Marlon, Igor, Hugo, Daniele e Tainine. Estavam interessados em aproveitar a festa, participar das brincadeiras e investigar sobre o cristal. Enquanto brincavam, passeavam e compravam pelas ruas, perguntavam sobre o cristal. Alguns diziam que já tinham visto voando no céu, poucos que já tinham tocado, mas que ele desaparecera e muitos diziam que era tudo uma grande invenção.
Decididos a desvendar esse mistério, arrumaram suas mochilas e partiram para a selva. Escolheram esse caminho da selva, pois muitos habitantes afirmaram que realmente um antigo forasteiro de nome Cornelius havia partido pela selva sem deixar vestígios. Acredita-se que ele tenha encontrado o cristal e não quis aparecer com a pedra. Caminhando pela selva, a turma pôde contemplar todas as maravilhas da natureza. A cada passo que davam, muitos pássaros batiam suas asas, soltavam seus acordes, as árvores balançavam com o movimento dos ventos e ruídos de animais ecoavam pela mata.
Os meninos andavam e tentavam descobrir pistas sobre o cristal. Passou-se muito tempo e nada indicava a eles a existência de um cristal, quando avistaram uma senhorita que colhia flores. Tainine se aproximou da moça e perguntou-lhe:
- Já ouviu falar sobre um cristal chamado de luz do mundo?
- Sim, falam muito sobre isso.
- Como podemos encontrá-lo?
- Muitos já tentaram, mas não se sabe onde possa estar. Já ouvi uma história sobre uma árvore, uma árvore com um longo galho onde pousa uma coruja branca. Esse galho aponta para a trilha que conduz ao cristal. A árvore fica na encruzilhada das árvores logo em frente, mas não saberia dizer qual delas é a árvore da coruja.
- Obrigada, moça. Vamos procurar a árvore.
- Disponha, tenham cuidado, Deus os proteja.
Assim, eles partiram rumo à encruzilhada e a moça rumo à cidade. Adilson lembrou à turma que corujas costumam sair de noite. Logo, eles teriam que parar na encruzilhada e aguardar que escurecesse. Seguiram viagem e logo avistaram um lugar com muitas árvores e trilhas. Ali, montaram acampamento para esperar o aparecimento da rara coruja branca. Enquanto caía a noite, a turma resolveu fazer um lanche e entoar algumas canções cristãs, pedindo forças ao Pai Celeste para que pudessem fazer a expedição e retornar à vila de Cristal Cintilante.
Caiu a noite, apareceu a lua e começaram os ruídos noturnos da selva, o piar das corujas, o cricrilar dos grilos, o guinchar dos morcegos, o coachar dos sapos, incrementados pelo pisca-pisca dos vagalumes. Um show sinfônico e luminoso oferecido pela Mãe Natureza, que foi interrompido nas grandes cidades. Em meio a tudo isso, surgiu, voando pelo céu, a rara coruja branca com seu tradicional:
- Uuh, uuh!
Todos apreciavam a cena proporcionada por aquela majestosa ave e até haviam se esquecido do que estavam por fazer ali. Admirados com a beleza da coruja, não perceberam que ela já tinha pousado no galho que ela sempre escolhia quando voava por aquela região. Foi quando Daniele comentou para todos que estavam sentados, olhando para a coruja:
- O galho, o galho!
Assustados, todos se levantaram, achando que caía um galho de árvore sobre suas cabeças. Ao ver a cena hilária, Daniele não se conteve e riu deles:
- Não, he, he, não é esse galho, é aquele onde está a coruja, o galho de que a moça das flores falou.
Foi aí que o pessoal notou o que estava acontecendo e trataram de marcar o galho da coruja para continuar a expedição ao amanhecer. Assim, dormiram todos juntos, os garotos, a coruja e demais animais e plantas da selva naquela noite fria e escura.
Ao amanhecer, acordados pelo sol e pelo canto dos pássaros, juntaram seus apetrechos e partiram pela trilha apontada pelo galho da árvore da coruja branca. Era uma trilha pedregosa, na direção do sol. Eles tinham que cobrir os rostos para evitar a luminosidade do astro-rei da Via-Láctea. Enquanto andavam, podiam contemplar as belezas da natureza, os animais pelo caminho e a vegetação. Caminharam por quase duas horas até que chegaram à entrada de uma caverna.
Antes de entrar na caverna, Marlon se lembrou de um detalhe:
- Esperem, não vamos entrar agora. Vamos pegar algumas pedras e jogar dentro da caverna. Pode haver animais aí dentro.
Igor completou:
- Também devemos apanhar tochas para iluminar nosso caminho.
Todos apanharam a madeira e pedras. Eles atiraram as pedras para espantar animais enquanto Hugo e Daniele usavam suas experiências de escoteiro e bandeirante para preparar as tochas.
Como não se ouviu nada vindo do interior da caverna, nem de lá nada saiu, resolveram entrar. À medida que andavam, perceberam que havia desenhos no interior da caverna, indicando a existência de um cristal luminoso. Eram desenhos de pessoas à procura de uma pedra que brilhava. Havia, ainda, um rio, animais, muitas árvores, o Sol, um lugar onde animais bebiam água de um lago.
De repente, chegaram a um lugar com várias passagens. Qual seria o caminho para o cristal? Era a pergunta que se passava por suas mentes juvenis. Hugo, o escoteiro, percebeu que um feixe de luz solar vinha de um orifício no teto da caverna e terminava em frente a uma das entradas. Seguindo o instinto de Hugo, eles foram por aquela entrada. A passagem era estreita e tinha um certo nível de declividade. Com auxílio das tochas, conseguiram descer em meio ao frio e à escuridão.
No fim da passagem, chegaram aos subterrâneos da caverna. Puderam vislumbrar um rio nos subterrâneos, com peixes habitantes de águas escuras. Só ouviam o som das águas e os peixes, acostumados com solidão e escuridão, logo trataram de nadar para as profundezas do rio.
Continuaram sua caminhada, seguindo o curso do rio, agora, com mais confiança, pois a existência de um rio era bom sinal para achar a saída da gigantesca caverna. O grupo seguiu cantarolando as músicas de que tanto gostavam na fé de que Deus os levaria para o lugar que procuravam. Assim, chegaram a um estreito corredor em meio a tantas pedras na escura, fria e amedrontadora caverna. O mais estranho é que conseguiam ouvir sons de pássaros cantando no interior do corredor. Com toda coragem que os levou até aquele ponto, entraram pelo corredor em busca do procurado cristal e da descoberta do mistério de Cristal Cintilante.
Ao final do estreito e longo corredor, o brilho do sol indicava a saída da caverna. A vegetação era diferente, floresta pura, intocável pelas mãos do homem, como nunca haviam visto. Em meio às árvores, uma clareira, um lago e um senhor tocando uma gaita em frente ao lago. Resolveram tirar uma foto. Com o barulho da máquina, o homem parou de tocar, virou-se e perguntou:
- Quem vem lá? O que procuram aqui?
O grupo se aproximou e todos responderam:
- Procuramos o cristal conhecido como a Luz do Mundo. Já o viu?
- Se já o vi, hahaha, muitas vezes. Eu também vim atrás dele. Contemplem o que está ao seu redor. Descobri que o cristal é isso que estão vendo. Ele está neste lago, nos animais que vivem em seu interior, na flora e na fauna selvagens desse lugar, em mim, em vocês, em todos que valorizam a paz interior, que são capazes de admirar o mundo que Deus criou. Esse é o segredo de Cristal Cintilante. Assim como disse Jesus Cristo, todos nós somos a Luz do Mundo. Basta aguardar, crer e seguir em frente com fé, promovendo a paz. Compreendem essas palavras?
- Mas não existe nenhuma pedra preciosa, nenhum cristal luminoso?
- Não, não existe o cristal. A Luz do Mundo está em nós, na Natureza, basta ter fé, viver em paz, união e harmonia.
Foi então que se lembraram dos desenhos no interior da caverna e compreenderam seu significado.
- Agora compreendemos o que significa esse cristal. Qual o seu nome?
- Eu sou Cornelius.
- Ah, você é aquele que nunca voltou. É famoso na cidade.
- Isso. Gostei daqui e resolvi ficar desfrutando da paz e das belezas desse lugar. Aqui me encontrei com Deus e comigo mesmo. Talvez um dia eu volte para passar a outros o que aprendi aqui, como descobri que viver é aprender a viver.
Ficaram todos por lá, reunidos, ouvindo as canções de Cornelius por alguns instantes. Depois resolveram regressar e Cornelius recomendou:
- Não falem desse lugar para os outros. O mistério deve ser mantido para preservar o que viram aqui. Muitos não entenderiam. Devemos deixar que aventureiros como vocês, dotados de bom espírito, aqui venham espontaneamente. Bom seria se assim fosse em todos os lugares, se o homem mantivesse a Terra como um gigantesco jardim suspenso no universo, preservando o planeta como a única grande maravilha do mundo.
Todos concordaram e se despediram do amigo Cornelius. Os garotos voltaram satisfeitos com a aventura que tiveram, participaram dos festejos finais de Cristal Cintilante e voltaram para suas casas na cidade grande já pensando em regressar a Cristal Cintilante e ao lugar onde encontraram o amigo Cornelius com sua música.




Agradecemos a Deus, aos familiares, aos amigos e aos professores pela oportunidade de escrever esse conto.

Cachoeiro de Itapemirim-ES, 27/07/2000,

Loren José Guimarães dos Santos Filho.
lorenjgs@rocketmail.com
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