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Ensaios-->Com essa direita, quem precisa de esquerda? -- 04/03/2010 - 08:48 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro amigo Olavo e amigos da Rede Liberal,

O uso do termo “esquerda” e “direita” para designar posições políticas é, talvez, um dos problemas mais constrangedores do debate ideológico. Provavelmente, o sentido de algo correto, verídico e válido, do termo direita, seja oriundo do fato que usamos de preferência a mão direita para cumprimentar e escrever. O termo canhoto tornou-se assim pejorativo. No entanto, no cérebro revertem-se as posições. Como resultado, o termo Direito tornou-se equivalente ao julgamento do que seja correto e justo. I am right, em inglês, que dizer “estou certo, tenho razão, o que estou dizendo é verdadeiro”. Por outro lado, o termo canhoto é atribuído ao diabo. Em português, o diabo é frequentemente designado como o Esquerdo.

Por outro lado, é um fato histórico que, na Convenção Francesa de 1793, período de violência revolucionária exacerbada, os deputados mais exaltados e radicais, os Jacobinos ou Montagnards, entraram na sala pela porta esquerda da sala em relação à mesa da Presidência, e lá se sentaram. Os mais tranqüilos e conservadores, os Girondins, vieram depois e se sentaram nas cadeiras à direita do Presidente. Será esse o sentido que adquiriu o termo conservador ou de direita na terminologia política francesa? Sarkozy certamente não deve gostar de ser qualificado de la Droite.

Veja a superioridade no sistema inglês. Na Câmara dos Comuns, se dividem os assentos apenas entre aqueles que apóiam o governo no poder e os que são da oposição, cada um se sentando de um dos dois lados da Sala. Talvez por esse motivo, quando foi o edifício quase destruído por uma bomba alemã, durante a guerra, Churchill decidiu que se devia reconstruir exatamente como era antes, ao invés de adotar o sistema do semi-círculo francês. Em suma, uma sala com dois lados bem característicos, um para o governo e o outro para a oposição. Hoje, os trabalhistas sentam-se do lado direito (o Labour), e os liberais e os conservadores (os Tories) do lado esquerdo.

Espero que minha explicação esteja correta e faça sentido. De qualquer forma é a razão pela qual os Liberais da Sociedade do Mont Pèlerin, à qual pertenço, nunca se qualificaram como direitistas. Detestam, alíás, serem descritos como conservadores. Afinal de contas, o Liberalismo de Adam Smith e o da Revolução Gloriosa de 1689, que derrubou definitivamente a Casa dos Stuart, não se qualifica como “conservador”, mas simplesmente como Liberal. Vejam bem que, na IIª Guerra Mundial, do lado correto vitorioso, o que quer dizer do lado esquerdo, estava a Rússia soviética, nossa aliada contra os “fascistas” alemães direitistas...

Essa também a razão pela qual julgo Churchill o maior estadista do século precisamente porque foi o primeiro a descobrir a maneira correta de designar de um lado o liberalismo aberto a todos e, do outro, os que vivem detrás de uma Cortina de Ferro. Estão hoje do lado de lá da Cortina de Ferro tanto os cubanos do Coma-Andante quanto os coreanos do Norte do Kim-Kimkim, com seus soldadinhos de chumbo mecanizados, os venezuelanos do Sargentão Ugolatrina Chávez, e os fanáticos religiosos islamitas do Ahmedinejad.

Um abraço do Meira Penna


***

Diário do Comércio

Com essa direita, quem precisa de esquerda?

Olavo de Carvalho

O I Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado no dia 1º de março em São Paulo e apontado pelos esquerdistas como perigoso sinal de revivescência da direita nacional, teve entre seus apresentadores o jornalista Marcelo Rech, cujo único serviço prestado à liberdade de expressão no Brasil foi censurar o meu artigo “Voto consciente” e promover minha demissão do jornal Zero Hora pelo crime de denunciar uma falcatrua, até hoje não esclarecida (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/061029zh_censurado.html ).

O sr. Otávio Frias de Oliveira, um dos donos de jornais que fizeram tudo o que podiam para proteger o Foro de São Paulo do olhar curioso dos leitores, de modo que que essa mimosa entidade pudesse crescer em silêncio e dominar uma dúzia de países, também foi lá dar a sua contribuição. No entender dele, o Brasil é uma democracia consolidada -- protegida portanto, concluo eu, contra toda intrusão da realidade nos debates públicos.

Também participou do encontro o sr. Antonio Palocci, que entrou para a História como patrono das FARC no Brasil e até hoje não ofereceu nem desculpas nem explicações, donde se depreende que permanece fiel ao pacto de solidariedade incondicional à narcoguerrilha colombiana, assinado em 2001 por todos os partidos de esquerda da América Latina, em sessão presidida pelo sr. Luís Inácio Lula da Silva.

Esse pacto representa uma garantia formal de que nada se investigará sobre a colaboração entre as FARC e o PT, as FARC e o MST, as FARC e o PCC. Dezenas de milhares de brasileiros continuarão sendo assassinados nas ruas todo ano, as crianças continuarão recebendo sua ração usual de maconha e cocaína na porta das escolas (se não dentro delas), e nunca, nunca o círculo de proteção governamental que permite o florescimento desse maravilhoso estado de coisas será denunciado nem no Parlamento, nem na mídia, nem nos tribunais. Isso é que é democracia.

Deu apoio ao evento o sr. João Roberto Marinho, cujos capatazes taparam a minha boca no jornal O Globo e na revista Época para que eu não continuasse revelando fatos desse gênero. Um daqueles capatazes veio depois a receber um prêmio de jornalismo pelo mérito de repetir com anos de atraso, em versão diluída e anestésica, as denúncias que eu fizera no Globo. Isso é que é liberdade de expressão.

Marcou presença, ainda, o atual ministro das Comunicações do governo petista, Hélio Costa, que, perguntado a respeito do projeto de controle governamental da mídia, respondeu com o versículo primeiro do Credo Luliano: “Eu não sabia de nada.”

Não faltou o sr. Robert Civita, que embora nos últimos anos tenha permitido com generosidade de grão-burguês a divulgação de certos fatos outrora criteriosamente evitados, nunca se arrependeu publicamente de ter sido, por meio da Fundação Victor Civita, um dos responsáveis pela transformação das escolas brasileiras em centros de imbecilização comunista da criançada, bem como, na Abril Cultural, por aquele prodígio de empulhação intelectual esquerdista que foi a coleção “Os Pensadores” (expliquei isso no meu livro O Jardim das Aflições e não tenho por que repeti-lo aqui).

Por fim, esteve também no encontro o ex-ministro das Comunicações do primeiro governo Lula, Miro Teixeira. Mas, deste, nada se pode reclamar, pois ao menos deixou ali escapar uma verdade, ainda que por descuido: Lula nada faz contra a grande imprensa, só fala um pouco mal dela de vez em quando para disfarçar as efusões de bajulação obsessiva com que ela o afaga diariamente.

Com toda a evidência, os grandes empresários de mídia neste país e suas redações cem por cento expurgadas de direitistas não defendem a liberdade de expressão: defendem apenas o seu direito de sufocá-la por conta própria, sem a interferência humilhante de um governo mal agradecido.

Tento explicar aos meus amigos americanos que o Fórum foi uma reunião liberal-conservadora. Eles acham que estou de gozação. Por favor, me arrumem um argumento razoável para defender a autenticidade direitista da coisa, antes que eu pegue aqui a fama de desinformante petista.



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