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Artigos-->Profecia -- 21/03/2013 - 00:14 (Don Cuervo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





 



Profecia









Mensagem inspirada; revelação da vontade e do propósito divinos, ou a proclamação destes. A profecia pode ser um ensinamento moral inspirado, a expressão duma ordem ou dum julgamento divino, ou a declaração de algo por vir. Conforme mostrado sob PROFETA, predição ou prenúncio não é a idéia básica transmitida pelas raízes verbais nas línguas originais (hebr.: na·vá´; gr.: pro·fe·teú·o); contudo, constitui um aspecto notável das profecias bíblicas.



Os seguintes exemplos ilustram o sentido das palavras originais: Quando se disse a Ezequiel, numa visão, que ‘profetizasse ao vento’, ele simplesmente expressou a ordem de Deus ao vento. (Ez 37:9, 10) Quando certas pessoas, no julgamento de Jesus, o cobriram, o esmurraram e então disseram: “Profetiza-nos, ó Cristo. Quem te golpeou?” eles não estavam solicitando uma predição, mas sim que Jesus identificasse os golpeadores por revelação divina. (Mt 26:67, 68; Lu 22:63, 64) A mulher samaritana junto ao poço reconheceu Jesus como “profeta”, porque ele revelara coisas sobre o passado dela das quais não poderia ter conhecimento, exceto por poder divino. (Jo 4:17-19; compare isso com Lu 7:39.) Da mesma forma, trechos bíblicos tais como o Sermão do Monte, de Jesus, e a denúncia que Ele fez dos escribas e fariseus (Mt 23:1-36) podem ser definidos apropriadamente como profecia, pois eram uma ‘expressão’ inspirada do pensamento de Deus sobre os assuntos, assim como as proclamações feitas por Isaías, Jeremias e outros profetas anteriores. — Veja Is 65:13-16 e Lu 6:20-25.



Em toda a Bíblia há, naturalmente, muitíssimos exemplos de prenúncios ou predições, alguns dos primeiros exemplos sendo encontrados em Gênesis 3:14-19; 9:24-27; 27:27-40; 49:1-28; Deuteronômio 18:15-19.



A Fonte de toda profecia verdadeira é Jeová Deus. Ele a transmite por meio do seu espírito santo, ou, ocasionalmente, mediante mensageiros angélicos orientados pelo espírito. (2Pe 1:20, 21; He 2:1, 2) As profecias hebraicas freqüentemente iniciam com: “Ouvi a palavra de Jeová” (Is 1:10; Je 2:4), e com a expressão “a palavra” não raro se tem presente uma mensagem inspirada, ou profecia. — Is 44:26; Je 21:1; Ez 33:30-33; compare isso com Is 24:3.



Em que sentido ‘dar testemunho de Jesus inspira o profetizar’?



Na visão do apóstolo João, um anjo lhe disse que “dar-se testemunho de Jesus é o que inspira o [literalmente: “é o espírito do”] profetizar”. (Re 19:10) O apóstolo Paulo chama a Cristo de o “segredo sagrado de Deus”, e diz que “cuidadosamente ocultos nele se acham todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. (Col 2:2, 3) Isto se dá porque Jeová Deus designou a seu Filho o papel-chave no cumprimento do grandioso propósito de Deus de santificar Seu nome e restaurar a terra e seus habitantes ao devido lugar no Seu arranjo de coisas, fazendo isto por meio de “uma administração no pleno limite dos tempos designados, a saber, ajuntar novamente todas as coisas no Cristo, as coisas nos céus e as coisas na terra”. (Ef 1:9, 10; compare isso com 1Co 15:24, 25.) Uma vez que o cumprimento do grande propósito de Deus acha-se todo vinculado a Jesus (veja Col 1:19, 20), então toda profecia, isto é, todas as mensagens inspiradas de Deus proclamadas por Seus servos, apontavam para o Filho dele. Assim, como declara Revelação (Apocalipse) 19:10, o inteiro “espírito” (toda a inclinação, toda a intenção e todo o propósito) da profecia era dar testemunho de Jesus, aquele a quem Jeová tornaria “o caminho, e a verdade, e a vida”. (Jo 14:6) Isto seria veraz não só no caso das profecias que precederam o ministério terrestre de Jesus, mas também no caso das profecias posteriores a este. — At 2:16-36.



Na própria época da rebelião surgida no Éden, Jeová Deus iniciou este “testemunho de Jesus”, por meio de Sua profecia referente ao “descendente [literalmente: semente]” que por fim ‘esmagaria a cabeça da serpente’, o Adversário de Deus. (Gên 3:15) O pacto abraâmico era profético dessa Semente, da bênção que esta representaria para todas as famílias da terra, e de sua vitória sobre o Adversário e a ‘semente’ dele. (Gên 22:16-18; compare isso com Gál 3:16.) Foi predito que a Semente prometida, chamada “Siló” (que significa “Aquele de Quem É; Aquele a Quem Pertence”) viria da tribo de Judá. (Gên 49:10) Por meio da nação de Israel, Jeová revelou seu propósito de ter um “reino de sacerdotes e uma nação santa”. (Êx 19:6; compare isso com 1Pe 2:9, 10.) Os sacrifícios e a Lei dada a Israel prefiguravam o sacrifício do Filho de Deus, e o sacerdócio representava seu sacerdócio real celestial (com sacerdotes associados) durante o Reinado Milenar. (He 9:23, 24; 10:1; Re 5:9, 10; 20:6) Por conseguinte, a Lei tornou-se um “tutor, conduzindo a Cristo”. — Gál 3:23, 24.



Sobre os eventos que marcaram a história da nação de Israel, o apóstolo diz: “Ora, estas coisas lhes aconteciam como exemplos [ou: “em sentido típico”] e foram escritas como aviso para nós [seguidores de Cristo Jesus], para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas.” (1Co 10:11) Davi, o rei mais destacado daquela nação, tornou-se figura profética do Filho de Deus, e Jesus Cristo herdou o pacto que Deus fez com Davi para um reino eterno. (Is 9:6, 7; Ez 34:23, 24; Lu 1:32; At 13:32-37; Re 22:6) As diversas batalhas travadas por reis fiéis (em geral orientados e incentivados pelos profetas de Deus) prefiguraram a guerra a ser travada pelo Filho de Deus contra os inimigos do seu Reino, e as vitórias que Deus concedeu a eles prefiguraram assim a vitória de Cristo sobre todas as forças de Satanás, resultando em libertação para o povo de Deus. — Sal 110:1-5; Miq 5:2-6; At 4:24-28; Re 16:14, 16; 19:11-21.



Muitas das profecias durante este período descreviam o reinado do Ungido (Messias, ou Cristo) de Deus e as bênçãos de seu governo. Outras profecias messiânicas apontavam para a perseguição contra o Servo de Deus e os sofrimentos dele. (Veja Is 11:1-10; 53:1-12; At 8:29-35.) Como declara o apóstolo Pedro, mesmo os antigos profetas persistiram em ‘investigar que época específica ou que sorte de época o espírito neles indicava a respeito de Cristo [Messias], quando de antemão dava testemunho dos sofrimentos por Cristo e das glórias que os seguiriam’. Foi-lhes revelado que estas coisas haviam de ter um cumprimento futuro, à frente de seu próprio tempo. — 1Pe 1:10-12; compare isso com Da 9:24-27; 12:1-10.



Visto que Cristo Jesus é Aquele em quem todas estas profecias se realizam, tornando todas elas verídicas, pode-se ver como ‘a verdade veio por intermédio de Jesus Cristo’. “Pois, não importa quantas sejam as promessas de Deus, elas se tornaram Sim por meio dele.” (Jo 1:17; 2Co 1:20; compare isso com Lu 18:31; 24:25, 26, 44-46.) Pedro podia corretamente dizer sobre Jesus, que ‘todos os profetas dão testemunho dele’. — At 3:20-24; 10:43; compare isso com 28:23.



Propósito e Época do Cumprimento. A profecia, quer uma predição, quer simplesmente uma instrução ou repreensão inspirada, servia para o benefício tanto daqueles que inicialmente a ouviam como daqueles que, em todos os períodos futuros, depositariam fé nas promessas de Deus. Para os que originalmente as recebiam, as profecias lhes asseguravam que a passagem dos anos ou dos séculos não tinha feito Deus vacilar em seu propósito, que Ele se apegava firmemente a seus termos e promessas pactuados. (Veja Sal 77:5-9; Is 44:21; 49:14-16; Je 50:5.) A profecia de Daniel, por exemplo, fornecia informações que constituíam um elo de inestimável valor entre o término da escrita das Escrituras Hebraicas, ou pré-cristãs, e a vinda do Messias. Sua previsão dos eventos mundiais, incluindo a ascensão e a queda de sucessivas potências mundiais, forneceu garantia aos judeus que viviam durante os séculos de dominação persa, grega e romana (bem como aos cristãos depois disso) de que não havia nenhum “ponto cego” na antevisão de Deus, de que os próprios tempos deles já tinham deveras sido previstos e de que o propósito soberano de Jeová ainda teria um cumprimento seguro. Protegia-os contra depositarem fé e esperança em regimes mundanos passageiros, com seu transitório poder de controle, e habilitava aqueles fiéis a conduzir suas ações com sabedoria. — Veja Da 8:20-26; 11:1-20.



O cumprimento de muitas profecias em seu próprio tempo servia para convencer os sinceros do poder de Deus de executar Seu propósito, apesar de toda e qualquer oposição. Era prova de sua ímpar Divindade poder Ele, e somente Ele, predizer tais eventos e fazê-los cumprir-se. (Is 41:21-26; 46:9-11) Estas profecias também os habilitavam a ficar mais familiarizados com Deus, entendendo mais claramente a Sua vontade e as normas morais pelas quais Ele se pauta ao agir e julgar, de modo que pudessem harmonizar sua vida com estas. — Is 1:18-20; 55:8-11.



Grande número de profecias teve sua aplicação ou seu cumprimento inicial no povo contemporâneo, muitas profecias expressando o julgamento de Deus sobre o Israel carnal e as nações circunvizinhas, e predizendo a derrubada e o subseqüente restabelecimento de Israel e Judá. Todavia, essas profecias não perderam seu valor para as gerações posteriores, como para a congregação cristã, quer no primeiro século EC, quer na época atual. O apóstolo diz: “Porque todas as coisas escritas outrora foram escritas para a nossa instrução, para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consolo das Escrituras, tivéssemos esperança.” (Ro 15:4) Visto que Deus é imutável em suas normas morais e em seu propósito (Mal 3:6; He 6:17, 18), seus modos de lidar com Israel elucidaram como ele lidará com situações similares em qualquer dada época. Assim, Jesus e seus discípulos estavam justificados em empregar declarações proféticas que se aplicaram séculos antes como sendo também aplicáveis aos seus dias. (Mt 15:7, 8; At 28:25-27) Outras profecias eram claramente de predição, algumas se relacionando de forma específica e ímpar com o ministério terrestre de Jesus e eventos subseqüentes. (Is 53; Da 9:24-27) Para os que viviam na época do aparecimento do Messias, as profecias forneciam os meios para identificá-lo e autenticar a comissão e a mensagem dele como genuínas. — Veja MESSIAS.



Depois de Jesus partir da terra, as Escrituras Hebraicas e as profecias destas suplementaram os ensinos de Jesus em fornecer vitais informações de fundo com as quais os seguidores cristãos podiam confrontar os eventos que se seguiram, ver como se encaixavam, e aprender o significado e o sentido de tais eventos. Isto dava validez e força à pregação e ao ensino deles, bem como confiança e coragem ao enfrentarem oposição. (At 2:14-36; 3:12-26; 4:7-12, 24-30; 7:48-50; 13:40, 41, 47) Eles encontraram nas anteriores revelações inspiradas um grande conjunto de instruções morais que podiam usar para “ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça”. (2Ti 3:16, 17; Ro 9:6-33; 1Co 9:8-10; 10:1-22) Pedro, que havia obtido a confirmação das profecias por meio da visão da transfiguração, disse: “Por conseguinte, temos a palavra profética tanto mais assegurada; e fazeis bem em prestar atenção a ela como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro.” (2Pe 1:16-19; Mt 16:28–17:9) Assim, as profecias pré-cristãs suplementavam as instruções de Jesus e eram o meio de Deus para guiar a congregação cristã em decisões importantes, como a que tinha que ver com os crentes gentios. — At 15:12-21; Ro 15:7-12.



As profecias também serviam para advertir, avisando quando se fazia necessária alguma ação urgente. Um poderoso exemplo é o aviso de Jesus sobre a vindoura destruição de Jerusalém e a situação que marcaria o tempo para seus seguidores fugirem dela para um lugar de segurança. (Lu 19:41-44; 21:7-21) Avisos proféticos similares se aplicam à presença de Cristo. — Veja Mt 24:36-42.



Mediante o derramamento do espírito santo em Pentecostes, concederam-se aos cristãos dons milagrosos tais como o de profetizar e a habilidade de falar em línguas que não haviam estudado. Em alguns casos (mas não necessariamente em todos), o dom de profetizar produziu predições, como as feitas por Ágabo (At 11:27, 28; 21:8-11), habilitando a congregação cristã, ou membros dela, a preparar-se para certas emergências ou provações. As cartas canônicas dos apóstolos e dos discípulos também contêm previsões inspiradas do futuro; estas avisavam da vindoura apostasia, indicando a forma que esta assumiria, avisavam do julgamento de Deus e da futura execução desse julgamento, e revelavam verdades doutrinais não entendidas antes, ou ampliavam e esclareciam as já fornecidas. (At 20:29, 30; 1Co 15:22-28, 51-57; 1Te 4:15-18; 2Te 2:3-12; 1Ti 4:1-3; 2Ti 3:1-13; 4:3, 4; compare isso com Ju 17-21.) O livro de Revelação está repleto de informações proféticas que habilitam as pessoas a serem avisadas, de modo a poderem discernir “os sinais dos tempos” (Mt 16:3) e tomar medidas urgentes. — Re 1:1-3; 6:1-17; 12:7-17; 13:11-18; 17:1-12; 18:1-8.



Entretanto, na primeira carta de Paulo aos coríntios, ele mostra que os dons milagrosos, inclusive o de profecia inspirada, seriam eliminados. (1Co 13:2, 8-10) A evidência mostra que, com a morte dos apóstolos, esses dons cessaram de ser transmitidos e depois desapareceram do cenário cristão, tendo servido ao seu objetivo. A essa altura, naturalmente, o cânon da Bíblia já estava completo.



As ilustrações, ou parábolas, de Jesus eram similares em forma a algumas das pronunciações alegóricas de profetas anteriores. (Veja Ez 17:1-18; 19:1-14; Mt 7:24-27; 21:33-44.) Quase todas tiveram algum cumprimento naquela época. Algumas basicamente delineavam princípios morais. (Mt 18:21-35; Lu 18:9-14) Outras continham aspectos ligados ao tempo, que se estenderiam até a presença de Jesus e a “terminação do sistema de coisas”. — Mt 13:24-30, 36-43; 25:1-46.



Cumprimentos múltiplos. O uso de profecias, por parte de Jesus e de seus discípulos, mostra que uma profecia de predição pode ter mais de um cumprimento, como no caso em que Paulo se referiu à profecia de Habacuque, originalmente cumprida na desolação que Babilônia infligiu a Judá, e a aplicou aos seus dias. (Hab 1:5, 6; At 13:40, 41) Jesus mostrou que a profecia de Daniel, a respeito da “coisa repugnante que causa desolação”, havia de ter cumprimento na geração que então vivia; contudo, a profecia de Daniel também vincula a “coisa repugnante” que causa desolação com o “tempo do fim”. (Da 9:27; 11:31-35; Mt 24:15, 16) A evidência bíblica mostra que quando Miguel ‘põe-se de pé’, isto significa que Jesus Cristo, na qualidade de rei, toma medidas a favor dos servos de Jeová. (Da 12:1; veja MIGUEL.) A profecia do próprio Jesus sobre a terminação do sistema de coisas igualmente inclui a menção de sua vinda no poder do Reino, o que não ocorreu no primeiro século EC. (Mt 24:29, 30; Lu 21:25-32) Isto indica um cumprimento duplo. Conseqüentemente, ao considerar o assunto do cumprimento duplo das profecias, a Cyclopædia (Ciclopédia) de M’Clintock e Strong (1894, Vol. VIII, p. 635) comenta: “Este conceito do cumprimento da profecia parece necessário para a explanação da predição feita pelo nosso Senhor no Monte, que se relaciona a um só tempo com a queda de Jerusalém e com o fim da dispensação cristã.”



Formas de Profecia. Além das declarações diretas proferidas por meio de seus profetas (talvez acompanhadas de atos simbólicos [1Rs 11:29-31] ou em forma alegórica), Jeová empregou outras formas. Personagens proféticos prefiguraram o Messias, Cristo Jesus. Além de Davi, já mencionado, estes incluíam o rei-sacerdote Melquisedeque (He 7:15-17), o profeta Moisés (At 3:20-22), e outros. Deve-se observar que, com respeito aos personagens proféticos, a pessoa não deve ser encarada como típica ou profética em todo aspecto. Assim, os três dias que Jonas passou no ventre do grande peixe prefiguraram o tempo que Jesus passou no Seol; mas a relutância de Jonas em aceitar sua designação e outros aspectos não prefiguraram o proceder do Filho de Deus. Jesus falou de si mesmo como “algo maior do que Salomão”, pois a sabedoria de Jesus e a paz de seu governo do Reino são semelhantes às de Salomão, porém superiores. Entretanto, Jesus não se torna espiritualmente transgressor como Salomão se tornou. — Mt 12:39-42.



Dramas proféticos também foram usados por Deus, registrando-se pormenores da vida de pessoas e de nações como padrão de eventos futuros no desenrolar do propósito de Jeová. Paulo menciona um “drama simbólico” assim, que envolvia os dois filhos de Abraão, com Sara e com a escrava Agar. Mostra que as duas mulheres “significam” duas relações pactuadas. Elas não tipificavam, ou representavam, pessoalmente tais pactos. Mas, no drama profético, aquelas duas mulheres correspondiam a mulheres simbólicas que produziram filhos sob aqueles pactos. Assim, Agar correspondia à Jerusalém terrestre, que deixou de aceitar o Libertador para o qual apontava o pacto da Lei, e que se agarrou a essa Lei mesmo depois de Deus ter posto fim a ela; a Jerusalém terrestre e seus filhos estavam assim em escravidão à Lei. Por outro lado, Sara, a mulher livre, correspondia à “Jerusalém de cima”, a organização celestial de Deus comparável a uma esposa, a qual produz filhos em harmonia com o que foi predito no pacto abraâmico. (Gál 4:21-31; compare isso com Jo 8:31-36.) O Dilúvio dos dias de Noé e as condições que o precederam eram proféticos das condições por ocasião da futura presença de Cristo e do resultado para os que rejeitam o modo de agir de Deus. — Mt 24:36-39; compare isso com 1Co 10:1-11.



Lugares foram usados de forma profética, a cidade de Jerusalém, no monte Sião, sendo às vezes empregada para representar uma organização celestial que é a “mãe” dos cristãos ungidos com espírito. (Gál 4:26) A “Nova Jerusalém” simboliza a “noiva” celestial de Cristo, constituída dos membros da glorificada congregação cristã. (Re 21:2, 9-14; compare isso com Ef 5:23-27, 32, 33; Re 14:1-4.) Entretanto, Jerusalém, devido à geral infidelidade de seus habitantes, pode também ser utilizada de modo desfavorável. (Gál 4:25; compare isso com Ez 16:1-3, 8-15; veja JERUSALÉM [Importância da Cidade].) Outros lugares obviamente utilizados com significado profético são Sodoma, Egito, Megido, Babilônia e o Vale de Hinom, ou Geena. — Re 11:8; 16:16; 18:2; Mt 23:33.



Um modelo profético, envolvendo objetos e procedimentos, é encontrado no caso do tabernáculo. O apóstolo mostra que os equipamentos, as funções e os sacrifícios constituíam um modelo de realidades celestiais, uma ‘representação típica e sombra das coisas celestiais’. — He 8:5; 9:23, 24.



Pôr à Prova a Profecia e Sua Interpretação. Em vista da atividade dos falsos profetas, João advertiu contra acreditar em toda “expressão inspirada”, que é basicamente o que são as profecias. Antes, ele admoestou os cristãos a ‘provar as expressões inspiradas, para ver se se originam de Deus’. (1Jo 4:1) João cita uma doutrina como meio de se determinar a origem divina da expressão inspirada, a saber, Cristo ter vindo na carne. Obviamente, porém, ele não estava dizendo que este era o único critério, mas, evidentemente, o citava qual exemplo de algo que naquele tempo, talvez de forma predominante, era questionado. (1Jo 4:2, 3) Um fator vital é a harmonia da profecia com a palavra e a vontade reveladas de Deus (De 13:1-5; 18:20-22), e tal harmonia não pode ser parcial, mas tem de ser completa, para que a profecia ou a interpretação duma profecia seja correta. (Veja PROFETA [Como Distinguir os Verdadeiros dos Falsos].) Na congregação cristã do primeiro século, foi concedido a alguns o dom de “discernimento de pronunciações inspiradas” (1Co 12:10), tornando possível autenticar profecias como genuínas. Embora esta capacidade milagrosa também cessasse, é razoável que Deus ainda tornasse disponível o correto entendimento das profecias por meio da congregação, em especial no predito “tempo do fim”, não milagrosamente, mas em resultado de diligente investigação, estudo e comparação das profecias com circunstâncias e eventos que sucedem. — Veja Da 12:4, 9, 10; Mt 24:15, 16; 1Co 2:12-14; 1Jo 4:6;





veja

Interpretação



Na Bíblia, um intérprete pode ser de dois tipos. Pode ser um tradutor, alguém que transmite o significado de palavras proferidas ou escritas em uma língua para pessoas que lêem ou falam outra língua, e pode fazer isto quer oralmente, quer por escrito. Por outro lado, um intérprete pode ser alguém que explica profecias bíblicas por dar a outros o sentido, o significado e o entendimento de sonhos, visões e mensagens proféticos de origem divina.



Tradução. A confusão da língua do homem durante a construção da Torre de Babel resultou em a família humana subitamente tornar-se uma raça multilíngüe. Isto, por sua vez, deu origem a uma nova profissão, a de intérprete ou tradutor. (Gên 11:1-9) Uns cinco séculos depois, a fim de ocultar sua identidade como irmão deles, José utilizou um tradutor para interpretar para ele ao falar a seus irmãos hebreus na língua egípcia. (Gên 42:23) Uma forma da palavra hebraica lits (escarnecer; zombar) é traduzida por “intérprete” neste texto. A mesma palavra é, às vezes, traduzida por ‘porta-voz’ ao referir-se a um enviado versado numa língua estrangeira, como eram os “porta-vozes dos príncipes de Babilônia”, enviados para conversar com o Rei Ezequias, de Judá. — 2Cr 32:31.



O dom de falar línguas estrangeiras era uma das manifestações do espírito santo de Deus, derramado sobre os fiéis discípulos de Cristo em Pentecostes de 33 EC. Contudo, não se tratava de repetição do que ocorrera na planície de Sinear, 22 séculos antes. Pois, em vez de substituir sua língua original por uma nova, estes discípulos retiveram sua língua materna e, ao mesmo tempo, foram habilitados a falar na língua de diversos grupos de fala estrangeira, sobre as coisas magníficas de Deus. (At 2:1-11) Junto com tal habilidade de falar línguas diferentes, outros dons miraculosos do espírito foram concedidos aos membros da primitiva congregação cristã, incluindo o dom de traduzir de uma língua para outra. Deu-se também instrução aos cristãos sobre o uso correto deste dom. — 1Co 12:4-10, 27-30; 14:5, 13-28.



O exemplo mais notável de tradução de uma língua para outra é a tradução da Bíblia em muitíssimas línguas, tarefa monumental que tem consumido séculos. Atualmente, este Livro existe, em todo ou em parte, em bem mais de 1.800 línguas. No entanto, nenhuma de tais traduções e nenhum de seus tradutores foi inspirado. Historicamente, tal trabalho de tradução remonta ao terceiro século AEC, quando se iniciou o trabalho na Septuaginta grega, em que as inspiradas Escrituras Sagradas em hebraico e aramaico, os 39 livros como são agora reconhecidos, foram vertidos para o grego comum, ou coiné, a língua internacional daquele tempo.



Os escritores bíblicos dos 27 livros que constituem as Escrituras Gregas Cristãs, livros que concluíram o cânon da Bíblia, com freqüência citaram as Escrituras Hebraicas. Aparentemente, eles às vezes utilizavam a Septuaginta grega, em vez de traduzirem eles mesmos do texto hebraico das Escrituras. (Compare Sal 40:6 [39:7, LXX] com He 10:5.) Outrossim, também faziam traduções um tanto livres, como se vê pela comparação de Oséias 2:23 com Romanos 9:25. Um exemplo de paráfrase, em vez de tradução literal, pode ser observado por se comparar Deuteronômio 30:11-14 com Romanos 10:6-8.



Estes escritores bíblicos não raro traduziram o nome de pessoas, os títulos, os lugares e as expressões, para o benefício de seus leitores. Deram o significado de nomes tais como Cefas, Barnabé, Tabita, Barjesus e Melquisedeque (Jo 1:42; At 4:36; 9:36; 13:6, 8; He 7:1, 2); também o significado dos títulos Emanuel, Rabi e Messias (Mt 1:23; Jo 1:38, 41); o significado de locais como Gólgota, Siloé e Salém (Mr 15:22; Jo 9:7; He 7:2); e as traduções dos termos “Tál·i·tha cú·mi” e “É·li, É·li, lá·ma sa·bach·thá·ni?”. — Mr 5:41; 15:34.



Mateus primeiro escreveu seu Evangelho em hebraico, segundo o antigo testemunho de Jerônimo, Eusébio Pânfilo, Orígenes, Irineu e Pápias. Não se sabe quem mais tarde traduziu esse Evangelho para o grego. Se o próprio Mateus o fez, como alguns pensam, neste caso é a única tradução inspirada das Escrituras de que se tem conhecimento.



No grego clássico, a palavra her·me·neú·o não raro significa “explicar, interpretar”. Nas Escrituras Gregas Cristãs, tem o sentido de “traduzir”. (Jo 1:42; 9:7; He 7:2) É similar ao nome do deus grego, Hermes (Mercúrio), tido pelos antigos mitologistas não só como mensageiro, enviado e intérprete dos deuses, mas também como padroeiro dos escritores, oradores e tradutores. Os pagãos em Listra chamaram a Paulo de “Hermes, visto que ele tomava a dianteira no falar”. (At 14:12) O prefixo me·tá subentende “uma mudança”, e, assim, juntado a her·me·neú·o, temos o vocábulo me·ther·me·neú·o·mai, palavra que também ocorre várias vezes na Bíblia. Significa “mudar ou traduzir de uma língua para outra”, e acha-se sempre na voz passiva, como em ‘quando traduzido’. — Mt 1:23.



Interpretação de Profecia. Di·er·me·neú·o é uma forma reforçada e intensificada de her·me·neú·o. É em geral usada com referência à tradução de línguas (At 9:36; 1Co 12:30), mas significa também “explicar plenamente; interpretar plenamente”. Portanto, di·er·me·neú·o foi a palavra que Lucas usou ao relatar como Jesus, na estrada para Emaús, junto com dois de seus discípulos, começou com os escritos de Moisés e dos profetas e “interpretou-lhes em todas as Escrituras as coisas referentes a si mesmo”. Os dois discípulos mais tarde contaram aos outros essa experiência, sobre como Jesus ‘abriu plenamente as Escrituras’ para eles. — Lu 24:13-15, 25-32.



Dy·ser·mé·neu·tos tem um significado oposto. Foi usada por Paulo e só se encontra em Hebreus 5:11, significando “difícil de interpretar”, isto é, “difícil de explicar”. — Veja Int.



Outra palavra grega traduzida por “interpretação” é e·pí·ly·sis, do verbo que literalmente significa “soltar ou liberar” (assim, explicar ou solucionar). A verdadeira profecia não tem como fonte as expressas opiniões ou interpretações de homens, mas origina-se de Deus. Por isso, Pedro escreve: “Nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação [e·pi·lý·se·os] particular . . . mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.” (2Pe 1:20, 21) Assim, as profecias bíblicas jamais foram produto de deduções e predições astutas dos homens, baseadas em sua análise pessoal dos eventos ou tendências humanas.



O significado de algumas profecias era óbvio, não exigindo assim nenhuma interpretação, como no caso do profeta usado para predizer que os de Judá ‘iriam para o cativeiro ao rei de Babilônia durante setenta anos’, ou que Babilônia se tornaria ‘um baldio desolado’. Naturalmente, o tempo do cumprimento nem sempre era conhecido, ainda que, em alguns casos, isto também fosse explicitamente declarado. Muitas profecias, ou determinados aspectos das profecias, contudo, eram apenas parcialmente entendidos na ocasião em que foram dados, o entendimento pleno ou a interpretação tendo de aguardar o devido tempo de Deus para se tornarem claras. Isto se deu com algumas das profecias de Daniel, e com respeito ao Messias e o segredo sagrado que o envolvia. — Da 12:4, 8-10; 1Pe 1:10-12.



Todos os sacerdotes-magos e sábios do Egito mostraram-se incompetentes quando se tratou de interpretar os sonhos de Faraó, de origem divina. “Não havia quem os interpretasse a Faraó.” (Gên 41:1-8) Trouxe-se então à atenção de Faraó que José havia interpretado com êxito os sonhos do chefe dos copeiros e do chefe dos padeiros de Faraó. (Gên 40:5-22; 41:9-13) No entanto, neste sentido, José não assumira nenhum crédito para si mesmo, mas dirigira a atenção deles a Jeová como Intérprete de sonhos, dizendo: “Não pertencem a Deus as interpretações?” (Gên 40:8) Assim, quando convocado por Faraó para interpretar o sonho do rei, José declarou: “Eu não entro em consideração! Deus é que anunciará bem-estar a Faraó.” (Gên 41:14-16) Após ouvir a interpretação, até mesmo o Faraó reconheceu José como alguém “em quem há o espírito de Deus”, pois “Deus te fez saber [a José] tudo isso”. — Gên 41:38, 39.



Similarmente, Deus usou Daniel para tornar conhecida a interpretação dos sonhos de Nabucodonosor. Depois de primeiramente ter orado a Deus para entender o segredo e ter obtido a resposta numa visão noturna, Daniel foi conduzido perante o rei, tanto para lembrar o sonho esquecido como para dar a interpretação dele. (Da 2:14-26) Como introdução, Daniel lembrou ao rei que todos os homens sábios, conjuradores, sacerdotes-magos e astrólogos do rei foram incapazes de interpretar o sonho dele. “No entanto”, continuou Daniel, “há nos céus um Deus que é Revelador de segredos, . . . no que se refere a mim, não é por meio de qualquer sabedoria que haja em mim mais do que em quaisquer outros viventes que este segredo me foi revelado, exceto com o objetivo de que se desse a conhecer a interpretação ao próprio rei”. — Da 2:27-30.



Noutra ocasião, quando todos os sacerdotes-magos, conjuradores, caldeus e astrólogos foram incapazes de interpretar o sonho do rei a respeito da grande árvore que fora cortada, Daniel foi de novo chamado, e, novamente, deu-se destaque à origem divina da profecia. Em virtual reconhecimento disso, o rei disse a Daniel: “Eu mesmo bem sei que há em ti o espírito dos deuses santos”, e que “tu és competente, porque há em ti o espírito de deuses santos”. — Da 4:4-18, 24.



Anos depois, na própria noite em que Babilônia caiu diante dos medos e dos persas, este idoso servo de Jeová, Daniel, foi mais uma vez chamado a interpretar uma mensagem divina para um rei. Desta feita, misteriosa mão escrevera MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM, na parede do palácio, durante o banquete de Belsazar. Todos os sábios de Babilônia mostraram-se incapazes de interpretar essa escrita críptica. A rainha-mãe lembrou-se então de que Daniel ainda estava disponível, sendo aquele ‘em quem havia o espírito dos deuses santos’, além de “iluminação, e perspicácia, e sabedoria, como a sabedoria de deuses”. Ao interpretar tal escrita, que realmente era em si mesma uma profecia, Daniel mais uma vez magnificou a Jeová como o Deus de profecia verdadeira. — Da 5:1, 5-28.


 



 



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