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Ensaios-->Nossa Cidade e o Meio Ambiente. -- 13/02/2010 - 11:18 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NOSSA CIDADE E O MEIO AMBIENTE

No início do século passado apenas uma pequena parcela da população brasileira residia em centros urbanos. Assim, estima-se que cerca de 90 % da população vivia na zona rural, dedicando-se às atividades agrárias, como agricultura de subsistência, pecuária, caça e pesca e extrativismo vegetal.
O Brasil permaneceu como um país rural até a década de 60, pois só nesse período é que a população urbana ultrapassou a rural.
À medida que as atividades urbanas expandiram-se e geraram mais empregos do que na zona rural, a população do país foi transferindo-se para as cidades.
O crescimento das cidades foi desordenado, o que afetou inúmeros aspectos de nossa vida individual e coletiva. Dessa forma, muitas áreas urbanas acabaram sendo ocupadas sem planejamento, surgindo daí favelas e aglomerados sem nenhuma infra-estrutura básica, como redes de distribuição de água, energia elétrica e esgoto, coleta de lixo, asfaltamento etc. – tudo isso interferindo significativamente na qualidade de vida de nossa população.
De modo geral, os problemas ecológicos ocorrem com mais freqüência e com maior intensidade nas grandes cidades do que nas cidades pequenas, nos povoados ou no meio rural.
São muitos os problemas ambientais que afetam as metrópoles brasileiras.
Talvez o maior de todos os problemas das cidades seja o acúmulo de lixo e de esgotos. É certo que grande parte dos detritos que são produzidos nas cidades pode ser recuperada para a produção de biogás ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Invariavelmente, esgotos e resíduos de indústrias são despejados nos rios, córregos e lagos. Com freqüência esses rios “morrem” (ou seja, ficam sem peixes e outros formas de vida) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos, o que leva à ocorrência de doenças diversas.
Um problema cada vez mais recorrente são os congestionamentos. Especialmente nas áreas em que os automóveis particulares são muito mais importantes que os transportes coletivos. Muitos moradores da periferia das grandes cidades, em sua maioria de baixa renda, gastam três ou quatro horas/dia só no caminho para o trabalho.
A poluição sonora, provocada pelo excesso de barulho dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa também é preocupante, pois pode ocasionar stress na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade auditiva.
A poluição visual, ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, pelos edifícios que escondem a paisagem natural, etc., altera o ambiente interferindo na qualidade de vida das pessoas.
A poluição do ar interfere significativamente no ambiente das cidades. Os resíduos poluidores das indústrias e dos veículos vão se concentrando próximo da superfície, agravando os efeitos da poluição do ar, tal como irritação nos olhos, nariz e garganta dos moradores desse local.
Outra questão alarmante trata-se da carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer e recreação, etc.). Em decorrência da falta de áreas verdes agrava-se a poluição atmosférica, já que as plantas contribuem para a renovação do oxigênio no ar. Além disso, tal carência limita as oportunidades de lazer da população, o que faz com que muitas pessoas acabem passando seu tempo livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos praticados por esportistas profissionais, ao invés de freqüentarem áreas verdes para praticarem esportes.
As inversões térmicas são outro problema grave das grandes cidades. As elevações nos índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento das ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, a carência de áreas verdes, a presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera (que causa o efeito estufa), o grande consumo de energia nas fábricas, residências e veículos são responsáveis pelo aumento de temperatura do ar. Já o aumento das chuvas se deve principalmente à grande quantidade de poeira e fuligem no ar, que facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. E as enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que compacta o solo e aumenta sua impermeabilização. Todos esses fatores que provocam um aumento das médias térmicas, conduzindo à formação de uma ilha de calor nos grandes centros urbanos.
A solução desses problemas não é nada fácil, e para que a qualidade de vida melhore nos centros urbanos é importante a aplicação séria dos recursos por parte dos gestores públicos.
Em diversas localidades a mobilização da comunidade cobrando ações responsáveis por meio da integração das políticas públicas tem gerado efeitos significativos.
É certo que a solução desses graves problemas deve vir em longo prazo e para que isso ocorra de forma mais breve possível é importante que a comunidade como um todo esteja colaborando em todos os sentidos.

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 354, p. 19, de 19/03/2010. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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