DESCRENÇA
Filemon F. Martins
Quanta ingratidão no teu olhar,
no teu sorriso, no teu jeito de falar.
Eu que te amei perdidamente,
vejo morrer, infelizmente,
minha última ilusão.
E pergunto ao coração magoado:
- Qual a razão do meu fracasso,
da minha sorte, da minha dor ?
Porque tu foste em minha vida
minha única querida,
meu eviterno amor.
Hoje, depois de tantas tentativas,
cheguei à conclusão:
Que não me amas realmente,
assim eu me tornei descrente
de tudo o que sonhou meu coração...
Por isso não creio nesse amor fingido,
nesse falso carinho, inconstante e mesquinho
que as mulheres dão.
Prefiro que sejam para mim, então,
o símbolo eterno do meu sonho
no deserto da minha solidão!
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