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Cartas-->Carta aos Brasileiros -- 07/11/2002 - 10:16 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pacto Nacional. Por que Não?
(por Domingos Oliveira Medeiros)

O esforço reformista que vem sendo costurado pelo novo presidente, na busca de alternativas de soluções para os graves problemas nacionais, possui implicações mais abrangentes do que à primeira vista possa parecer. O pacto (entendimento) nacional, na verdade, sugere mudanças de comportamento e de atitudes por parte de instituições, pessoas e demais segmentos organizados da sociedade. O diálogo que se propõe, a bem da verdade, pressupõe total reavaliação de crenças e de valores, de objetivos e de interesses, por parte daqueles que irão sentar-se à mesa de negociação, representando o povo brasileiro.

Não podemos entender o pacto como um produto final, acabado, que se esgota em si mesmo. O pacto tem que ser visto como um processo. Que será iniciado com o governo que tomará posse em janeiro de 2003, e que deverá perpetuar-se durante todo o seu mandato, adentrando, inclusive, no mandato do governo que sucederá o de Lula.

Por isso, mais do que nunca, temos que estar preparado para o exercício da tolerância. Pensar no Brasil. Chegar para as conversações com o espírito desarmado. Descartando interesses mesquinhos e de curto prazo. Disposto mais a ouvir do que a falar. Disposto mais a ceder do que a reivindicar. A hora é de altruísmo em prol do nosso país e em benefício de sua população, como um todo.

Precisamos mudar o estilo de fazer política. Onde a descontinuidade administrativa tem sido a tônica. Quem assume o poder procura, de pronto, apagar as marcas de seu antecessor. Imprimindo a sua marca pessoal. Como se a troca de governo fosse uma competição visando, tão-somente, a perpetuação no poder.

Sob esta ótica equivocada, obras e programas excelentes são abandonados. Começam tudo de novo. De forma diferenciada. O desperdício de recursos torna-se evidente. Em Brasília, só para exemplificar, o banco regional nasceu com a cor vermelha. Há mais de quarenta anos era assim reconhecido pela população. Não havia conotação política. Quando um representante do Partido dos Trabalhadores perdeu as eleições para seu oponente, este, ao assumir o governo, tratou logo de trocar as cores do banco. Que hoje é azul. Iniciando uma era de competição de cores que divide a cidade, politicamente, até hoje. Ao invés de se darem as mãos, vivem trocando farpas. Numa disputa de cores insana, que só tem causado prejuízos à população.

No Congresso Nacional não é diferente. Ser oposição significa ser contra o governo. Em alguns casos, se possível, luta-se para atrapalhar o trabalho do governo. A preocupação é não deixar o governo dar certo, pois o interesse maior são as próximas eleições. A competição predatória toma o lugar da colaboração ou da oposição consciente; esta sim, que deveria ser a oposição usual; uma oposição fiscalizadora, cobrando resultados e colaborando, na medida do possível, para o sucesso do governo. Com os olhos voltados para o bem do país. E não para o preparo do terreno visando as próximas eleições.

As experiências de pactos anteriores não deram certo porque não foram acompanhadas de mudanças de atitudes e de comportamentos. É preciso, pois, aprender com os erros do passado. Eliminar, desta vez, com a síndrome da indiferença social crônica, por parte de alguns setores organizados da sociedade, que tem sido a responsável pelo fracasso de tentativas anteriores de união nacional.

Não impor condições e abdicar de hábitos e interesses menores. Colocar o interesse nacional acima de qualquer outro. É o mínimo que se espera de cada representante que irão compor a mesa de negociações. As reivindicações são muitas. Mas só serão atendidas na medida em que formos capazes de criar as condições básicas de desenvolvimento sustentado.

Neste sentido, aguarda-se que os representantes das forças produtivas do País sejam capazes de compreender a valiosa e fundamental contribuição que poderão emprestar em favor do amplo entendimento. Reduzir margem de lucros, cobrar juros menores, conter aumentos de preços, suportar menores aumentos de salários, são questões que poderiam, de pronto, compor o cardápio de confiança no novo governo.

Precisamos encorajar hábitos de flexibilidade, de aprendizagem contínua e de aceitação de mudanças como normais e como critérios de oportunidades.

Produzindo maior quantidade de bens e serviços, a custos decrescentes, estaremos caminhando na direção da redução de preços e restabelecendo o ponto de equilíbrio entre a função econômica e a função social da empresa. De quebra, com a possibilidade de não reduzir salários e, ainda por cima, mantendo razoáveis e aceitáveis margens de lucros.

Basta, portanto, “exercitar o amor a Deus, À Pátria e ao próximo”, para utilizar feliz expressão de D. Helder Câmara.

Domingos Oliveira Medeiros
07 de novembro de 2002


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