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Poesias-->10. O DESAFIO DA LEITURA -- 02/03/2003 - 07:36 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Entrego-me, feliz, a este trabalho

E ponho a melhor verve em cada rima.

Não sei se mereci tal agasalho,

Mas sei que compor versos reanima.

Então, não vou dizer jamais: — “Eu falho” —,

Por receber de todos tanta estima.

Muito obrigado, irmãos, por seu afeto.;

Gratíssimo, Senhor, que hoje poeto!



Não vou deixar passar esta ocasião

De demonstrar que estou mais responsável.

Eu sei que os bons amigos julgarão

A trova mui mesquinha, abominável,

Porém, meu sentimento não é vão

E o meu esforço é bem considerável,

A ponto de lembrar-lhes que Jesus

Exige que aceitemos nossa cruz.



P’ra cada sofrimento que se passa,

Existe recompensa de valor.

O que se considera uma desgraça

É vir ao mundo e a vida descompor,

Nos enleios da droga ou da cachaça,

Quando se quer que apenas haja amor.

Sob o domínio dos transtornos d’alma,

Ninguém virá do mundo com a palma.



Existe quem mantenha a fé desperta,

Enquanto faz o bem ao inimigo,

Trazendo o entendimento mais alerta,

Porque Jesus nos disse que há perigo

Em só deixar a nossa porta aberta

A quem demonstra ser fiel amigo:

Não há qualquer vantagem em ser bom

A quem nos acompanha nesse dom.



Por isso, vim pregar, com esperança

De ver o meu leitor incomodado.

Só adesão o verso não alcança,

Porque não sei fazê-lo com agrado,

Mas como o povo aí jamais descansa,

Sem uma só estrofe pôr de lado,

Proponho, desde logo, um desafio:

É levar a leitura ao fim, com brio.



Não sei se compreenderam a postura

De me fazer de vítima constante,

P’ra receber de cada criatura

Um voto, que o valor sempre garante,

Que é perdoar a pobre ditadura

De quem se põe do público diante,

Sem que se possa defender jamais

Da acusação de estar sem bens morais.



Devo, então, vir contar-lhes a historinha

De quem não quis ouvir um bom conselho,

Dizendo que o sermão é que aporrinha,

Que deveria ser simples espelho.

Quando a morte do tolo se avizinha,

Pensa em Deus e se põe num só joelho,

Querendo e não querendo confessar

Que ocupou muito mal o seu lugar.



Eu me confesso, sim, contrariado

De ser aquele a quem no mal pintei,

Mas, nem por isso, aqui fico de lado,

Porque, p’ra caridade, existe lei.

Devo contar que um bem logo arrecado,

Quando demonstro ser fiel à grei

E ao trabalho socorrista isento

De preconceito, por estar atento.



Não pretendo burlar o bom leitor,

Dizendo que esta estrofe é só poesia.

Quem entende da arte de compor

Sabe que não se metrificaria

Um pensamento simples, sem valor,

Apenas como exemplo de harmonia.

Mas a felicidade, junto à mesa,

Me leva a realizar a tal proeza.



Agradeço ao Senhor esta leitura,

Que o leitor se propôs a ter mais brio.

Vai perdoar-me pela diabrura,

Mas saiba: pela ponte passa um rio

Cuja água serena, mansa e pura,

Está sujeita a um forte rodopio:

Quem não transforma a fé, com mais paciência,

Vai enlear-se em túrgida consciência.



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