Ontem quando voltava do trabalho pelo mesmo caminho de sempre, parei em um semáforo. Enquanto aguardava pelo sinal verde, um rapaz se aproximou do meu carro e disse uma frase que não consegui entender pois os vidros estavam fechados. Logo percebi que se tratava de um jovem que todos os dias fica naquele cruzamento.
Percebendo que eu não havia entendido, ele então repetiu:
- Você fala com aidéticos?
Eu nunca ouvi algo parecido e fiquei um pouco chocada com essa pergunta, mas respondi que sim. Ao ouvir a minha resposta, o rapaz entregou-me um papel e ao ler o que estava escrito me emocionei e decidi repassar para outras pessoas.
No papel estava o seguinte texto:
“Aceite-me...
Como sou por questão de justiça e não de caridade.
Torna-me ...
Um ser útil, porque esmolas não quero
Livra-me...
Da ignorância, ajuda-me com sua experiência, pelo teu dever de cidadão
Põe...
Nos meus lábios um sorriso e não a sombra tristonha do medo
Ajuda-me...
A não ser tão pesado para a minha família fazendo a minha reintegração na sociedade
Desperta...
Com o teu afeto a minha mansidão contra a agressividade que a assola
Olha-me...
Sou humano como você!
Pois tristes tempos os nossos!
É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito”