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Ensaios-->O eixo da moderação a serviço do eixo do mal -- 25/09/2009 - 09:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O 'EIXO DA MODERAÇÃO' A SERVIÇO DO 'EIXO DO MAL'

Armando Valladares

O Palácio do Itamaraty, a chancelaria brasileira outrora reconhecida por sua habilidade, tato e inteligência, contribuiu para criar um inédito 'governo paralelo' pró-chavista em sua embaixada em Tegucigalpa, ao empurrar o 'moderado' presidente Lula para o olho de um imprevisível furacão, o que, diante de Deus e da história, torna-o responsável direto pelo que possa ocorrer em Honduras

Zelaya entrou na embaixada atropelando a Constituição brasileira e o direito internacional

O Palácio do Itamaraty, a chancelaria do 'moderado' presidente do Brasil, Sr. Lula da Silva, ao autorizar o ingresso em sua embaixada em Tegucigalpa do deposto presidente pró-chavista Zelaya como 'hóspede', e não como 'asilado' [1], envolveu-se nos assuntos internos de Honduras da maneira mais brutal e menos diplomática possível. Contribuiu desse modo para criar em Honduras um inédito 'governo paralelo' pró-chavista, sob o amparo da extraterritorialidade.

Tal como advertem analistas brasileiros, a diplomacia do Itamaraty — outrora reconhecida por sua habilidade, tato e inteligência — acaba de empurrar Lula, talvez inadvertidamente, para o olho de um imprevisível furacão que pode afetar o perfil de 'moderação', 'conciliação', diálogo' e 'espírito democrático', que vem exibindo nos últimos anos. Sobretudo, diante de Deus e da história, torna-o responsável direto pelo que possa ocorrer em Honduras.

De fato, ao intervir dessa maneira nos assuntos internos de Honduras, a diplomacia do Itamaraty passa a assumir a culpa direta pelas conseqüências de sua decisão de usar a embaixada para hospedar o presidente deposto e criar um 'governo paralelo'. Torna-se responsável, inclusive, pelos fatos de violência e derramamento de sangue que possam ocorrer.

O deposto presidente Zelaya tem utilizado o recinto diplomático para arengar aos seus seguidores, contribuindo para criar no país uma situação explosiva. O próprio presidente brasileiro, talvez percebendo de que maneira foi colocado no olho de um furacão por sua própria chancelaria, pediu para Zelaya — de Nova York, onde assistiu a inauguração da Assembléia Geral da ONU — moderar sua linguagem. Também exigiu o respeito pela extraterritorialidade da sede diplomática em Honduras, no mesmo momento em que o Itamaraty violava dessa maneira normas internacionais elementares.

Com ainda maior ênfase do que emprega para insistir no levantamento do 'embargo' ao regime comunista de Cuba, a chancelaria brasileira monta um inédito 'embargo' contra o povo hondurenho que não deseja cair no abismo chavista. No momento em que escrevo estas linhas, o presidente Lula acaba de propor uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para tratar da delicada situação que sua própria diplomacia, tão pouco diplomática, contribuiu de modo decisivo para criar. Só falta que a representante do Brasil na ONU peça uma intervenção militar em Honduras.

Como advertiu o analista político brasileiro Roberto Lameirinhas nas páginas do influente 'O Estado de São Paulo', a volta de Zelaya, cercada de um 'show midiático', na realidade vai 'ampliar a fratura social hondurenha', e os que apóiam o retorno do deposto presidente 'parecem apostar numa popularidade que na realidade ele não tem', assim como numa suposta 'disposição revolucionária' da população hondurenha que não existe.

Sem dúvida, o povo hondurenho está pagando a conta de perdas humanas, sociais e econômicas, sujeito a uma incompreensão internacional talvez inédita na história. Mas a conta política, caso Honduras seja brutalmente arrastada para o abismo chavista, será o próprio governo brasileiro — seu atual presidente e sua chancelaria —que a pagará em larga medida.

Se hoje, na América do Norte, o kerenskismo favorecedor das esquerdas está representado pelo presidente Obama, tal como mostrei em recente artigo publicado no El Heraldo, de Honduras, o kerenskismo na América do Sul está encarnado emblematicamente no presidente Lula, do Brasil, a quem Obama, durante a Cúpula das Américas, qualificou como seu 'campeão'.

Se Cuba comunista sobrevive até hoje, talvez mais ainda que ao apoio de Chávez, deve isto ao colossal apoio político, diplomático e econômico do kerenskismo lulista.

Se Chávez chegou aonde chegou, é porque em boa medida o kerenskismo lulista — sempre alegando moderação, espírito de diálogo e contemporização — deu-lhe sua anuência e público apoio nos momentos de maior dificuldade interna, contribuindo para desmoralizar a oposição venezuelana.

Se os governos populistas-indigenistas da Bolívia e Equador estão realizando as atuais arbitrariedades, contribuindo para a autodemolição social, política e moral de ambos os países, devem isso ao kerenskismo lulista que lhes proporcionou decisivo respaldo em matéria política e econômica.

Se as pressões internacionais contra Honduras chegaram ao ponto em que chegaram, isso se deve às articulações do neo-imperialismo kerenskiano lulista, que por detrás dos bastidores, e até na frente deles sem o menor pudor, empenhou-se em pressionar o governo norte-americano, para asfixiar essa pequena grande nação que os partidários da liberdade no mundo inteiro qualificam justamente como sendo o pequeno grande David do século XXI.

O 'moderado' presidente brasileiro integra, junto com o presidente Obama, o 'eixo da moderação' que, objetiva e independentemente das intenções de seus protagonistas, está a serviço do 'eixo do mal' chavista. Com seu espírito concessivo, permite que avance o 'eixo do mal'.

Há quase 7 anos, em 8 de outubro de 2002, no conhecido programa televisivo do jornalista Boris Casoy, pelo então candidato presidencial Lula da Silva fui chamado de 'picareta de Miami', porque eu tinha denunciado numa série de artigos, de maneira documentada e invariavelmente respeitosa, o vergonhoso apoio de Lula a Cuba comunista e sua política a favor do 'eixo do mal' latino-americano. Nessa ocasião, por falta de argumentos, Lula respondeu por meio dessa grosseria.

A política externa do Itamaraty, durante os dois períodos presidenciais do presidente Lula à frente do governo do Brasil, confirmou minhas apreensões. Agora, com a precipitação da aventura hondurenha, a diplomacia brasileira mais uma vez confirmou-as.

É hora de proclamar verdades que doem aos Golias contemporâneos, em alta voz, claramente, argumentando e apresentando provas irrefutáveis, tudo isso feito de maneira invariavelmente educada e respeitosa. Usei palavras fortes que não dão margem a dúvidas, mas penso que foram proporcionadas à gravidade da situação e sempre respeitosas.

Em recentes declarações para o Washington Post, o embaixador Jeffrey Davidow, alto assessor do presidente Obama, reconheceu que na América Latina de hoje o populismo do tipo chavista é um perigo maior do que o militarismo. O embaixador Davidow disse uma meia verdade. De fato, sob vários pontos de vista, o maior perigo é o 'kerenskismo', que prepara o caminho para o populismo, o indigenismo e outros ismos pós-modernos que estão tomando o lugar do comunismo clássico.

A heróica resistência do povo hondurenho, negando-se a vestir o 'uniforme' zelayista-chavista apesar das brutais pressões de dirigentes internacionais, fez-me lembrar da epopéia de um punhado de presos políticos cubanos que, não obstante surras brutais e torturas, negou-se durante anos a colocar o 'uniforme' dos presos comuns. O tirano Castro não conseguiu dobrá-los, e passaram para a história como os 'presos obstinados'.

Que a Divina Providência proteja a obstinada Honduras, que se nega a vestir o 'uniforme' chavista, e continue lhe dando forças e inspiração para resistir, do mesmo modo como David resistiu e se defendeu contra Golias.

_________

NOTA DE SACRALIDADE:


[1] É ilegal a presença de Zelaya na embaixada brasileira em Tegucigalpa na atual situação. Segundo o advogado Durval de Noronha Goyos, especialista em direito internacional, tanto Zelaya, ao usar a embaixada para incitar a população a lutar contra o governo interino, quanto o Brasil, ferem normas internacionais. Ver a entrevista concedida por Durval de Noronha Goyos Jr. para UOL Notícias, reproduzida em Sacralidade: Presença de Zelaya em embaixada brasileira é ilegal, diz especialista.


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Artigo divulgado em 23/09/2009, com o título Kerenskismo obamista-lulista y Honduras: 'eje de la moderación' al servicio del 'eje del mal'..

Tradução: André F. Falleiro Garcia.

Armando Valladares, escritor e ex-preso político cubano, foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, durante as administrações Reagan e Bush.

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Fonte: http://www.sacralidade.com/mundo2009/0239.valladares.html


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