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Artigos-->5. AMENIZANDO A DOR -- 13/03/2002 - 06:29 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O entrevero enfrentado em relação ao texto anterior deve ter fomentado em muitos o desejo de abandonar o livro e de lamentar a quantia gasta. Outros devem suspeitar de que tal presente seja como aquele cavalo que os gregos deram aos troianos. De qualquer modo, se este desenvolvimento não servir para atenuar as impressões terríveis de que os mortos passam por transes de imenso sofrimento, ao menos poderá demonstrar que existem momentos de certa frouxidão intelectual, propícios para o bom humor e a diversão.



Desde sempre, a teoria espírita tem evidenciado o estreito vínculo entre o mundo terreno e o contíguo no plano espiritual. Os hábitos dos humanos se estabelecem no perispírito, de sorte a fixar procedimentos padronizados. Sendo assim, uma pessoa reflexiva haverá de possuir personalidade espiritual da mesma estirpe. Um sujeito alegre e expansivo encontrará ambiente no etéreo em que prosseguirá animando as reuniões das entidades que se congregam segundo um mesmo diapasão vibratório.



Não é verdade que tudo isto se torna óbvio para quem possui as leituras essenciais? Então, pode-se concluir que as pessoas inventivas, as criativas, as ensimesmadas, as pessimistas e de todo tipo, façam perdurar suas características por algum tempo depois do trespasse, até que se encontrem em condições de amealhar novos conhecimentos em áreas as mais diversificadas, sempre de acordo com o pendor predominante de sua psique.



Ora, demos oportunidade a que Firmino expusesse opinião toda sua, opinião que ele mesmo fez questão de tornar mais profunda, por enunciado que, no seu modo de ver, foi o mais prático de que é capaz. Deixou a nosso encargo deslindar alguns mistérios por meio de linguajar mais adequado à média de entendimento, inclusive sugerindo que nós expuséssemos os conceitos mediante exemplificação simples e ao alcance das vivências de todos os leitores.



Nós, os do lado oposto — mui provisoriamente —, não nos julgamos inteiramente à vontade para tornar a tese de Firmino um conhecimento fundamental para quantos encarnados estejam interessados em conhecer como é que desempenhariam suas funções vitais, se o fizessem diretamente através dos bens eternos que o Criador depositou em suas almas, no ato em que a nova existência ganhava a contextura da individualidade.



Nós achamos impossível que essa flama divina se manifeste antes de se depurarem de todos os incrementos maléficos ou viciosos que se juntaram em cada criatura. E não são apenas invólucros materiais que sufocam a exteriorização das qualidades imanentes; são todos os defeitos morais, intelectuais, sentimentais e de toda natureza, segundo as mais diferentes visões das criaturas.



Como é que um mastodonte (para citar um animal extinto e, portanto, impossível de confrontação com a realidade) faria para enunciar a sua parte divina, eterna, imutável, soberanamente justa e boa, ou seja, com todos os atributos que soem ser reconhecidos no conceito espírita de Deus? Ele chegaria ao ponto de implodir a sua carapaça material e de desfazer todo o arcabouço intelectual, dando vazão às íntimas vibrações que se depositaram em sua alma...



Eis que um novo conceito vem situar-se entre a nossa explicação e a tese de Firmino, qual seja, o da necessidade de resolver primeiro o que se constitui em característica periférica, subsidiária ou secundária, de cada ser, para configurar sua essência, nos limites, é claro, de uma presença que se possa considerar como algo, conforme os espíritos disseram a Kardec relativamente à definição da própria expressão espírito.



Se são os espíritos que evoluem e que vão habitar paragens cada vez mais quintessenciadas, é lógico concluir que não se divinizaram, porque, nesse caso, necessariamente, se reintegrariam ao Criador, num ato de vontade conjunta e unívoca ao mesmo tempo, o que somos capazes de conceber intelectivamente, mas absolutamente não estamos em condições de compreender segundo a própria natureza do evento, porque, em nosso nível de existência, a imaginação é fértil a ponto de fornecer subsídios para a criação de situações conjugadas entre si, à maneira dos silogismos edificados com base na realidade. Entretanto, o conhecimento empírico, pela própria concepção totalmente desenvolvida no âmbito da mente, ainda que muitíssimo auxiliada por ondas que se podem suspeitar geradas no campo a que deu ênfase Firmino, ou seja, oriunda, pela formação, do âmago divino de cada criatura, não poderá dar-se, pela própria inferência do raciocínio em si mesmo, que só adquire veracidade, caso, como o mastodonte, arrebente os invólucros todos, materiais, semimateriais, fluídicos, eterizados, magnéticos ou elétricos, de todos os conhecimentos acumulados no campo filosófico e científico e até mesmo religioso, naquilo que a religião concede ao fiel como digno de ser aceito pelo Pai.



Dizendo com maior clareza: Firmino pode até ter completa razão no que diz. É-lhe, porém, impossível provar, porque esse exercício redundaria em apreciações de caráter superior à parca capacidade de quem se limita a entender a obra de edificação do espírito como realização concernente aos ganhos das virtudes, pela aplicação à existência dos tópicos da moral superior. Melhor dizendo: quem está em débito para com os ensinamentos de Jesus e desconhece até quais são os parâmetros existenciais do círculo um pontinho mais evoluído — nada a estranhar —, não haverá de reunir condições de compreensão de como se pode, de uma vez por todas, apresentar-se perante o Criador, oferecendo-se para adentrar seu reino de glória.



Mas o amigo se rebela e se diz em condições de enfrentar o juízo de Deus. Bom para ele, que tem pleno domínio de si e de todos os atos futuros, como se a perfeição fosse o apanágio de sua espiritualidade. Deus o cubra de graças, bom amigo, mas não se vá antes de mentalizar as qualidades humanas da perfeição, para que todos possamos usufruir, por mínima que seja a nossa capacidade de absorção, sua luz e seu ar.



E não se pense que estejamos gracejando. Não estamos mesmo, porque, diariamente, deixam estas plagas espíritos que se alçam para esferas superiores, impregnados sempre de muita paz, jamais deixando um rastro que não seja de grandes feitos em favor de toda a humanidade, ou melhor, lembrando-nos dos mastodontes, de toda a criação. Nós é que ficamos a catar algumas migalhinhas de suas idéias, de suas emoções, de suas realizações. No mais, se nos bastassem as palavras, iríamos encerrar o tópico da mesma forma que o Firmino encerrou o seu, deixando no ar que, se, no princípio, era o verbo, no final, outra não poderá ser a realidade.



Eis como amenizamos a dor. Acontece que, no setor das mensagens que consagram as nossas preocupações, ficarmos a contar historinhas de irmãos sofredores que estão às voltas com a perda dos pais, dos filhos, do esposo, dos irmãos, dos netos e de tantas outras afeições, não passaria de mais uma irradiação de amor e confraternização absolutamente inócua para o aprendizado das verdades eternas. Ou Firmino terá algo a acrescentar?





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