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Teses_Monologos-->A Questão do Currículo -- 15/07/2002 - 09:35 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A QUESTÃO DO CURRICULO
(Domingos Oliveira Medeiros)

Venho observando, com certa surpresa, que a maioria das pessoas que se cadastraram no site da Usina de Letras não quiseram registrar, quando menos, um diminuto resumo que fosse de seu curriculo. Preferiram, em alguns casos, repetir o comando do cabeçalho do formulário eletrônico, mais ou menos nestes termos: “LIVROS PUBLICADOS: Livros publicados”. Não que eu seja favorável a que todos publiquem o curriculo. Nem que seja tão curioso, a ponto de querer ganhar tempo e bisbilhotar, com maior rapidez, a vida dos outros. Ou, o que seria bem mais ridículo, fazer comparações ou ilações precipitadas, acerca deste ou daquele colega. Apenas, entendo que um resumo que fosse ajudaria o processo de interação e integração entre todos os colegas do site, independente de eventuais contraditórios de crenças e valores que possam existir, fato bastante natural e fruto da frágil condição humana de que nos encontramos.

Pensei no assunto, e estou mais propenso a acreditar que, na média, o problema é mais de humildade. E em alguns casos, justamente o contrário: tantas são as publicações, cursos e seminários, palestras, prêmios – aí incluído, quem sabe, o Nobel de Literatura ? – que, nestes casos, evidentemente, o titular deste curriculo estaria evitando um julgamento precipitado, de excesso de vaidade, ou ainda, sob a ótica dos críticos mais sensatos, que estaria, tão-somente, tentando evitar constrangimentos entre os participantes do site, principalmente entre aqueles que – ainda que não haja justificativas para tal – se considerem em níveis inferiores de tamanho conhecimento literário.

Para estas pessoas, vale lembrar que todos nós, sem exceções, aqui ou ali, cometemos nossos deslizes. Não existe perfeição absoluta entre nós, seres humanos. Entendo valer mais do que se escreve o que vem antes, o que se pensa. Quando se começa, de pronto, a imaginar incapacidade ou inferioridade, aí reside o principal problema. O desânimo e a desmotivação impedem a criatividade e o aperfeiçoamento de qualquer arte, ciência ou habilidade específica. Quanta coisa bela não sai da boca de famosos repentistas , para quem, sabidamente e comprovadamente, a escrita dita “correta” nunca se fez necessária para elevar sua arte. Ao contrário. Tem até ajudado.


Mas, voltando a questão do curriculo, creio que tenha achado uma solução para a problemática. Vou deixar, a título de sugestão, alguns comentários a respeito, abrindo espaços para quem queira colaborar com o tratado científico a seguir:

INTRODUÇÃO AO CURRICULO


DEFINIÇÃO: Curriculo é a síntese de dados - pessoais e profissionais - que demonstra a situação desesperada em que se encontra uma pessoa, subempregada ou desempregada, quase sempre mal remunerada e desmotivada, e que deseja, por isso mesmo, assumir novo emprego, ou participar de algum curso que lhe seja rentável, em termos de crescimento pessoal, financeiro e profissional, ainda que tudo isto lhe pareça, de imediato, pouco provável.

CARATERÍSTICAS DO CURRICULO: A única parte que se pode confiar, em relação aos registros do curriculo, são os dados pessoais; mesmo assim pouco depois (ou durante) a ocasião da primeira entrevista do candidato. E isto porque, no primeiro contato, é que se faz, previamente, a conferência dos dados com a documentação original exigida para tal, pelo agente de recrutamento e seleção. Cópias autenticadas - ou mesmo os originais da documentação- como é sabido, são exigidas, do candidato, antes da sua primeira entrevista.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: A experiência profissional exigida, subdivide o curriculo em quatro categorias básicas, a saber:

Curriculo em Branco – para quem nunca trabalhou; Curriculo em Preto ou em Vermelho - para quem trabalhou e foi demitido com anotação negativa em sua ficha profissional; Curriculo em Preto e Branco - para aqueles que detêm experiência profissional; e , finalmente, Curriculo Inexigível.

COMENTÁRIOS:

O Currículo Inexigível utiliza-se, apenas, no caso de indicações políticas. É a forma mais simples de curriculo. Altamente desburocratizada, um verdadeiro avanço nas relações de trabalho. É mais utilizado em órgãos e empresas públicas, em todos as esferas de poder: federal, estadual e municipal. Só tem o nome do candidato, o nome do cargo que irá ocupar (sempre com mais de uma opção), e o horário de trabalho, que é, sempre, o da preferência indicada pelo candidato. Dele (do currículo) consta, também, o valor do salário, que situa-se em bases sempre superiores aos dos valores praticados no mercado. Traz, ainda, o nome do político que fez a indicação, com telefones para dirimir eventuais dúvidas. Importante: O papel - o impresso - dessa modalidade de currículo, necessariamente, tem que ter o timbre do partido político a que pertence o “padrinho”.

O Currículo em Branco tem pouca aceitação no mercado. É mais utilizado para servir de rascunho. Geralmente nunca é lido. Vai direto para a lata do lixo. Geralmente, só costuma dar resultado quando o interessado consegue trocá-lo por outro do tipo “Currículo Inexigível”.

Já o Curriculo Branco e Preto, o mais complexo, precisa ser mais detalhado. Algumas observações, antes do seu preenchimento, precisam ser levadas em conta. Vejamos.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: O dilema aqui é saber diferenciar: vinte anos de serviços e dois de experiência, e vinte anos de experiência e dois de serviços, pode ser considerado a mesma coisa? Claro que não. Qual seria a diferença? Explico melhor. A rigor, nem o tempo de serviço, nem tampouco a experiência registrada em currículo, podem ser levados a sério. Uma Pessoa pode, por exemplo, trabalhar na empresa A, durante dois anos, exercendo a função X e, findo aquele período, tornar-se um especialista no assunto. Enquanto outra pessoa, nesta mesma empresa, trabalhar durante vinte anos, exercendo a mesma função X e, ao final dos vinte anos, ser considerado um trabalhador de desempenho razoável, que necessita de supervisão. Portanto, não é importante o preenchimento deste item.

DATA DE NASCIMENTO: A data de nascimento, de igual modo, não tem muita importância. Se não vejamos: As pessoas que nasceram no ano de 1985 em diante, por exemplo, são pessoas que nasceram no século passado, já que estamos no ano 2001, e, por isso, o agente de recrutamento e seleção tende a considerá-las em idade avançada para o exercício das atribuições do cargo ou do emprego oferecidos. Assim, o curriculo que tiver somente a data de nascimento vai direto para a lixeira, apesar de aquelas pessoas, do exemplo acima, em dezembro de 2001, por exemplo, contarem com dezesseis anos de idade, no máximo. Portanto,. não é importante o preenchimento deste item.

IDADE: Este item, apesar de mais objetivo, também sugere bastante dúvidas. Não basta, simplesmente, preenchê-lo, fazendo a contagem a partir da data do seu nascimento. O resultado deste cálculo, a bem da verdade, significa, tão-somente, obter a sua idade cronológica. Não diz respeito, por conseguinte, a outros quesitos que mais interessam ao futuro empregador, como sejam: Se a idade cronológica aferida guarda fiel sintonia com o estado geral do corpo físico do candidato. Ou seja, sua aparência visual está além ou aquém dos anos de sua existência cronológica E a sua idade mental? Seria superior à idade cronológica? Ou situar-se ia, referida idade, em patamares inferiores ? Qual seria, afinal, sua idade mental? Vinte, trinta, trinta e cinco, sessenta anos, ou nenhuma das respostas (melhor dizendo, perguntas) anteriores ? Este item, pelo exposto, também não há necessidade de preenchimento.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ESCOLARIDADE: Outro item que, apesar da aparente objetividade, não é bem assim. Não basta, por exemplo, preencher este item escrevendo: Curso Superior de Administração de Empresas. Não diz nada. Todos sabemos que numa sala de aula, seja de curso fundamental, médio, superior ou de pós-graduação, tem sempre aquele (a) aluno (a) que fica no final da sala, brincando o tempo todo. Na hora das provas, várias coisas podem acontecer: copiar a prova de algum colega (a chamada “cola”); assinar (só assinar) um trabalho de grupo realizado por seus colegas de turma: ganhar a simpatia dos professores; tirar, com muito esforço, notas mínimas para passar nas provas, entre outras aberrações do gênero. Por isso, outro item que não necessita de preenchimento.

PARTICIPAÇÃO EM SEMINÁRIOS, PALESTRAS, CURSOS: o mesmo raciocínio anterior poderá ser aqui aplicado, sem medo de errar. Inclusive, no que se refere ao não preenchimento dos itens.

PRETENSÕES SALARIAIS: Outro dilema. Se você pedir acima do que a empresa pretende oferecer, o curriculo vai para a lata do lixo. Se pedir abaixo, também, pois é sinal de que você próprio não valoriza sua mão-de-obra. Caso você acerte com o valor que será oferecido pela empresa, à esta altura, considerando todos os motivos anteriormente arrolados, seu currículo já estará na lixeira. Lembrando, sempre, que estamos falando do curriculo do tipo preto e branco e não do inexigível.

LINGUAS: Atenção, este item não é para responder se você gosta ou não de língua de boi ou de vaca, assada ou cozida. Nem pretende saber se você é do tipo que fala muito da vida alheia. Nem quer saber se você utiliza a sua língua para ajudar no fechamento de envelopes de cartas e outras correspondências, nem pretende estabelecer qualquer outra conotação de caráter sexual. O item pretende saber se você entende, escreve ou fala algum idioma estrangeiro. Se você, por acaso, responder afirmativamente, estará, provavelmente, mentindo ou perdendo seu tempo, de vez que o agente de recrutamento e seleção, no caso de este item ser importante para a empresa, jamais o aprovará em entrevista específica, posto que ele não será bobo de arriscar a perder o próprio emprego. O melhor é não preencher este item..

CONCLUSÃO: Não adianta elaborar extensos currículos, sem antes conseguir um bom apadrinhamento. A menos que se esteja participando, com inteira liberdade, de um site como o da Usina de Letras. Aqui, embora também não sejam necessários exagerar na dose das informações e conseguir apadrinhamento político, nem oito nem oitenta. Alguma coisa teríamos que registrar. Para tanto, aqui vai uma idéia:

INFORMAÇÕES DE CARÁTER QUASE OBRIGATÓRIO: nome e resumo do que considera importante para a sua vida e para as dos outros: em termos de crenças e valores pessoais, coletivos, políticos, religiosos, musicais, literários, enfim.

DE CARÁTER OPCIONAL: apelido, estado civil, a idade, a religião (ou o pensamento a respeito), e demais não constantes do obrigatório.

Precisamos retirar, vez por outra, a burka que encobre nosso rosto e nossa verdadeira personalidade. Sem preocupação em colocar despidos, eventuais excessos de humildade e de vaidade. Só deste confronto poderemos melhorar como pessoas.


Domingos Oliveira Medeiros
Reproduzido, face ao grande número
de pessoas interessadas






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