Usina de Letras
Usina de Letras
293 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62174 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50578)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->APLICANDO O EMPOWERMENT NA GESTÃO ESCOLAR COMO ESTRATÉGIA DE -- 10/02/2013 - 17:15 (Alan Carlos Dias) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


RESUMO



Este artigo tem como objetivo discutir sobre a importância do empowerment na gestão escolar como estratégia de liderança, pois esse modelo de gestão garante autonomia para toda equipe escolar agir, tomar decisões, solucionar problemas e responsabilizar-se pelos resultados, além de todos sentirem-se dispostos e motivados para atuar no ambiente escolar. Contudo é importante deixar claro às pessoas sobre suas responsabilidades, pois, este é o ponto de partida para o sucesso do ensino-aprendizagem na escola, considerando também para este sucesso a participação freqüente dos órgãos colegiados e representativos dentro da instituição escolar.



PALAVRAS-CHAVE: Empowerment, liderança, autonomia, participação.





ABSTRACT



This article aims to discuss the importance of empowerment in school management and leadership strategy because this model guarantees the autonomy to manage all school staff to act, make decisions, solve problems and take responsibility for results, and all feel willing and motivated to act in the school environment. However, it is important to be clear about their responsibilities to people, because this is the starting point for successful teaching and learning in school, this success also considering the frequent and representative bodies within the collegiate schools.





KEYWORDS: Empowerment, leadership, autonomy, participation









__________________________________________________________________________________

1 Graduado em Pedagogia com habilitação em séries iniciais, Suficiência em Artes pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP; Formador Sindical pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE; Coordenador Municipal do Tele Centro de Inclusão Digital ; Coordenador Master Municipal do Projeto Presença e pós-graduando em Gestão Educacional (Supervisão, Orientação e Administração) no Instituto Mineiro de Educação Superior.

2 psicopedagoga e Mestranda em ciências da Educação.



APLICANDO O EMPOWERMENT NA GESTÃO ESCOLAR COMO ESTRATÉGIA DE LIDERANÇA





O empowerment é um modelo de gestão que tem como meta dar às pessoas o poder, a liberdade e a informação que lhes permitem tomar decisões e participar ativamente da organização. No modelo de gestão empowerment compartilhar o poder com todos os seus membros, possibilita abrir caminhos para o sucesso de todos abrindo mão do controle centralizado, o que possibilita que cada membro da organização demonstre o potencial individual, capacidades de criação e outros, cuja motivação parece ser a solução viável que promove rapidez, flexibilidade e capacidade de decisão da organização.

O empowerment se assenta em quatro bases principais:

1. Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e responsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia de ação.

2. Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas participem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas.

3. Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento, ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos na organização.

4. Liderança - proporcionar liderança na organização. Isso significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.

Nesse sentido, o empowerment busca, o envolvimento dos funcionários e comunidade na tomada de decisões, nas soluções de problemas, no desempenho de suas tarefas e na organização das necessidades de todos, onde se analisa, decide, age-se em conjunto. Logo o empowerment não é algo fixo, mas funciona em um continuum que vai desde um baixo até um elevado grau de delegação de poder. Quando esse grau é elevado, estamos diante de equipes de alto desempenho graças à excelência da sua dinâmica e aos resultados proporcionados. Para Schette (1999), empowerment significa "dar autonomia para a equipe atuar, decidir, solucionar problemas e responsabilizar-se pelos resultados". Dessa forma, este vem ser um instrumento importantíssimo para a obtenção de uma maior autonomia por parte de todos. Segundo a revista Executive Digest (1996) o empowerment:significa a descentralização de poderes pelos vários níveishierárquicos da empresa, o que se traduz em incentivos para a tomada deiniciativas em benefício da empresa como um todo”

A atual conjunta global exige que as escolas se tornem mais flexíveis, e mais democráticas, dessa maneira é muito importante que se adote nas instituições escolares as técnicas de empowerment buscando um estilo de liderança de colaboração, isto é, a descentralização do poder pelo nível hierárquico para ceder a todos os segmentos da escola a autonomia de tomada de decisão objetivando colaborar para melhorar a qualidade de ensino. No modelo de gestão escolar que adota o empowerment, os funcionários estarão dotados de responsabilidades e com poder para ostentarem novos posicionamentos frente aos problemas da instituição escolar, poder e responsabilidade são nivelados.

Assim, é importante muito deixar claro às pessoas sobre suas responsabilidades. No entanto, a incumbência das responsabilidades deve ser de acordo às funções nos distintos níveis hierárquicos e levando em consideração a capacidade individual de cada funcionário tendo como objetivo a melhoria ininterrupta da eficiência das operações dentro da escola, criando um ambiente onde as pessoas são responsáveis e livres para agir, sem se formar o bagunça dentro da instituição escolar. De acordo com Mills, a implementação do Empowerment exige a observação de alguns passos:



• Primeiro passo: Tolerância a erros

• Segundo passo: desenvolvendo a confiança

• Terceiro passo: visão

• Quarto passo: fixação de metas

• Quinto passo: avaliação

• Sexto passo: motivação.

Dessa maneira, o primeiro elemento que é necessário levar em consideração é que a atuação das atividades do gestor escolar vem depender do compartilhamento dos resultados com as pessoas que fazem parte de sua equipe de trabalho. Já o segundo passo é considerado por Mill como a mola propulsora deste modelo de gestão haja vista que implica em respeitar as pessoas, estimulando o autogerenciamento e a autonomia, para que se possa obter sucesso na gestão escolar, o gestor deve saber lidar com aspectos relacionados à comunicação, motivação dos funcionários, as relações interpessoais, a dinâmica de grupo e a coletividade, isto é, ao trabalho em equipe. E todo trabalho de equipe exige motivação e avaliação das etapas e dos resultados alcançados. Nesta mesma linha de entendimento Kanter, afirma que:



Uma pessoa competente é aquela que faz o que se espera dela. A incompetente é a que não faz. A metacompetente é a que consegue ir além. O Século XXI vai ser dos metacompetentes, os profissionais que conseguemir além da competência (E. Mussak, 2003; “Executive Digest”)



A adoção do empowerment na gestão escolar tem diversas vantagens para a escola, sem contar os inúmeros benefícios intelectuais e internos dos seus funcionários, estabelecendo principalmente o desenvolvimento da confiança mútua, a colaboração entre setores para melhoramento organizacional da escola, abrindo espaço para a resolução dos conflitos que existem na instituição escolar, além de proporcionar uma competição saudável para o desenvolvimento tanto profissional, quanto organizacional. Para Kanter as vantagens do empowerment:



aumenta o envolvimento e comprometimento dos colaboradores às decisões

tomadas

. fomenta a confiança recíproca

. estimula a cooperação

. os conflitos podem ser tratados com abertura e sinceridade

. são utilizadas estratégias ganhador-ganhador nas relações interpessoais

. as empresas que dão poder aos trabalhadores para agirem de acordo com a sua

própria iniciativa são as melhor posicionadas para competir a longo prazo



Assim, O empowerment vem proporcionar motivação a todos os funcionários para que estes sejam sempre ativos em suas competências e para que participem permanentemente de seus próprios projetos, contentes com suas conclusões e ganhos, uma vez que aos funcionários é instituída uma conquista pessoal nas decisões tomadas pelo mesmo, isto é, ele contribui afetivamente neste ganho e esta não é uma vitória somente para a instituição escolar, sem preocupação com o bem pessoal do funcionário encarregado daquela atuação.

Entretanto, a ferramenta de motivação e participação direta de todas as pessoas ligadas à escola não devem ser uma jogada de maneira alienada sem nenhuma base, sem nenhuma contribuição direta da instituição escolar para o serviço do empowerment, a escola gere seus funcionários para as tomadas de decisões, e para que isso ocorra com sucesso, ela deve fornecer formação continuada para o desenvolvimento profissional nos projetos que irão beneficiar a instituição escolar. Segundo Ferreira (2006):



A formação continuada deve ser entendida como continuidade da formação profissional, proporcionando novas reflexões sobre a ação profissional e novos meios para desenvolver e aprimorar o trabalho pedagógico como um processo de construção permanente. (p. 71)



Nesse sentido, empowerment contribui para a construção de uma formação de profissionais do capacitados, que sejam capazes de tomar de decisões autônomas sem precisar de autorizações superiores, avaliando os riscos, participando ativamente, buscando sempre melhores resultados.

Também, é necessário que o gestor escolar utilize as ferramentas de Gestão de pessoas que irão auxiliá-lo na tomada de decisões em no que diz respeito ao aproveitamento e valorização dos talentos que fazem parte da equipe de trabalho. É de suma importância que ele desenvolva a capacidade de promover educação para o desenvolvimento com serviço de boa qualidade e dar oportunidade para que haja a transmissão de informações e diálogo, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo, de modo a permitir a participação dos na tomada de decisões, agindo como educador, negociador, incentivador e coordenador.

A instituição escolar que descentraliza o poder interage com a comunidade, na qual os educadores têm um comprometimento com os resultados dos alunos, os pais dos alunos estão sempre presentes, é uma escola autônoma, aberta, flexível, democrática e participativa, sendo um espaço de socialização.

Na gestão escolar baseada no empowerment, a necessidade de supervisão é mínima e a função do líder é proporcionar o estímulo e a motivação, dando apoio às pessoas para que se possa aumentar seu grau de segurança no que diz respeito a suas habilidades e capacidades, fazendo com que as mesmas tornem-se autoconfiantes. Todavia o gestor escolar pode encontrar dificuldade em delegar poder e autoridade, pois os funcionários apreciam o aumento de liberdade, mas ao mesmo tempo tem medo do aumento da responsabilidade que a liberdade traz.

Por isso, é necessário iniciar com pequenos passos e pouco a pouco ir aumentando o empowerment, pois à medida que a habilidade das pessoas aumenta e elas demonstram um maior interesse pela maneira como suas atividades irão interferir no resultado final, será preciso compartilhar mais conhecimentos, habilidades e informações para tomar decisões eficazes que atendam aos objetivos e metas da instituição escolar. O gestor deve repassar a coordenação e o controle das atividades para os membros da equipe escolar, promovendo ajustes para que se possa conservar sempre o equilíbrio, dando estimulo e reconhecendo e admitindo que as pessoas são capazes e têm competências, e estão comprometidas os objetivos da escola, além de estarem buscando sempre mais responsabilidades.

Também é possível promover o empowerment na escola por meio de órgãos colegiados e representativos, reconhecidos e amparados pela legislação nossa vigente, como o conselho escolar e de classe, grêmio estudantil e associação de pais e mestres, pois estes são segmentos responsáveis pela elaboração, execução e de acompanhamento das atividades educativas descritas no projeto político pedagógico e principalmente do sucesso do ensino e da aprendizagem. Segundo Araújo (2000, p.51)



A função dos conselhos é orientar, opinar e decidir, sobretudo o que tem haver com a qualidade da escola (como participar da construção do projeto político-pedagógico e dos planejamentos anuais, avaliarem os resultados da administração e ajudar a buscar meios de selecionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir sobre os investimentos prioritários).



Tais canais de representação e participação são de suma importância no que diz respeito à tomada de decisões para com o projeto educativo da escola. Assim, gestão participativa no ambiente escolar é um mecanismo de integração das atividades e ações sistematizadas, a serem desenvolvidas, em conjunto com a participação ativa de professores, gestor, alunos, pais, entidades sociais e comunidade.

Isso implica na transferência da autoridade para pais, estudantes e outros representantes da comunidade escolar. A introdução de mecanismos colegiados e democráticos é geralmente completada com a contribuição da autonomia da escola, através da transferência direta de recursos a serem aplicados pelos conselhos.

Portanto o empowerment aplicado na gestão escolar através da gestão colegiada e representativa está associado à descentralização, na medida em que esta envolve a transferência de poder decisório a grupos ou indivíduos previamente sub-representados na criação de unidades administrativas relativamente autônomas e independentes.





CONSIDERAÇÕES FINAIS





Este artigo mostrou a importância da adoção do empowerment como modelo de gestão escolar e como estratégia para conquistar da liderança. Esse modelo de gestão é fruto da busca histórica da quebra de paradigmas autoritários de gestão, onde as relações de poder eram autoritária. Esse modelo democrático incentiva a participação, onde todos tenham certa autonomia e possam compartilhar as responsabilidades e sucesso.

Percebeu-se ao longo deste artigo que o modelo empowerment é parte do que almejamos aqui no Amapá com a aprovação das leis que versam sobre o plano de cargos carreiras e salários e a Lei de Gestão democrática, pois quando delegamos responsabilidades não há perda de poder ou liderança, pelo contrário, os processos ficam mais eficazes e os colaboradores se sentem mais úteis e valorizados fazendo parte diretamente das tomadas de decisão.

Nesse sentido, observa-se a grande importância da ação coletiva como ponto de partida para o sucesso do ensino-aprendizagem em âmbito escolar e o gestor é e deve ser a liderança que conduzirá esses relacionamentos à condição almejada e indispensável para o trabalho eficaz. Assim sendo , o empowerment é uma ferramenta que de gestão que torna todos responsáveis pelos processos e resultados todos os membros da gestão , inclusive por gerenciar a si próprios e a organização..





REFERÊNCIAS



ARAÚJO, A. C. De Gestão Democrática da Educação: a posição dos docentes. PPGE-UND. Brasília. Dissertação de Mestrado, mimeo, 2000, p. 51.



ARAÚJO, Luiz Cesar G. de.Organização, Sistemas e Métodos e as Tecnologias de Gestão Organizacional. 2ª Ed. V.2. São Paulo: Atlas, 2007.



CASTRO, Alfredo Pires de C. Manual de gestão de pessoas e equipes: Estratégias e tendências. São Paulo: Gente, 2002.





CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos Recursos Humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.



FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org.) Formação continuada e gestão da escola 2 ed. São Paulo: Cortez, 2006.



KANTER, de Rosabeth. Artigo. Managing without managers”, (Harvard Business Review, 1989)



LEVEK, Andréa Regina H. Cunha;MALSCHITZKY, Nancy. Liderança. In: Gestão do Capital Humano. Coleção Gestão Empresarial. Curitiba – PR: AFESBJ, FAE. Business School , Gazeta do Povo, 2002.

MILLS, Daniel Quinn. Empowerment: um imperativo. Rio de Janeiro: Campus, 1996. Disponivel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Empowerment. Acessado em 02/12/2011.



RODRIGUES, C.H.R. Empowerment e estágios evolutivos das áreas de gestão: estudo de casos em empresas manufatureiras. São Carlos, 2002, 103p. Dissertação (mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.



SCHETTE, F.R. Ser líder: um estudo fenomenológico de depoimentos. Campinas, 1999, 110p. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui