Águas do Caracaranã serão inundadas com sangue indígena
Por Wilson Barbosa (*)
O conflito entre membros do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e da Sociedade dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur) por disputas de terras na área da Raposa/Serra do Sol é um fato que já tinha denunciado em outras ocasiões. O fato é que a turma do CIR vai fazer de tudo para impedir que índios que não seguem a cartilha da ONG sejam impedidos de transitar e escolher áreas para morar.
Tão logo os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) bateram o martelo em que foi decidido a retirada dos não-índios e os arrozeiros da Raposa/Serra do Sol, cujo prazo se encerra no dia 30 deste mês, que o primeiro local da disputa foi o Lago Caracaranã. Informações dão conta de que o pessoal do CIR não querem a presença do pessoal da Sodiur na região e a briga promete ser feia.
Pelo menos vai ter terra suficiente para enterrar os indígenas que terão as vidas ceifadas no primeiro conflito, de muitos outros que poderão acontecer na área da Raposa/Serra do Sol. Desde 1998, que a turma do CIR quer impor regras e normas aos membros da Sodiur e outras associações e entidades que sempre foram contra a área contínua.
Uma tragédia pode acontecer a qualquer momento num dos mais belos cartões portais do Estado de Roraima, que é o Lago Caracaranã e caso não haja uma interferência da Polícia Federal, podem ter certeza de que as águas do Caracaranã serão inundadas com sangue indígenas.
Em artigo que fiz em 5 de abril de 2008, afirmei que um derramamento de sangue estava prestes a se registrar em Roraima e o responsável pelo conflito na Raposa será sem sombra de dúvida do governo Federal, que não vinha atendendo aos apelos dos políticos para que se encontre uma saída pacífica para que pessoas inocentes não tenham as vidas ceifadas na Raposa.
Na época o líder indígena, Jonas Marcolino, um dos diretores da Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), afirmou que caso haja um derramamento de sangue na área m questão, que resulte na morte de uma, de dez ou de cem pessoas não é interessante para ninguém, pois quem perde com isso é a própria sociedade indígena além do Estado de Roraima. Ele acredita que o Brasil, pode até responder perante outras cortes internacionais, por não ter a competência de conduzir esta política com inteligência e perspicácia.
Apesar dos ministro do STF terem deixado bem claro que a Terra Indígena Raposa/Serra do Sol é para o usufruto de índios de várias etnias que habitam aquela região, ao tudo indica a turma do CIR não estão se importando com a decisão do Supremo e estão rasgando os votos dos ministros, ao impedir que outros indígenas possam permanecer na região como é o caso do Lago Caracaranã.
Na realidade quem vai ter trabalho daqui para frente são os agentes da Polícia Federal para impedir o eminente conflito entre os mais de 30 indígenas ligados ao CIR e outros da Sodiur brigam pela posse do Lago. Pelo visto o ministério da Justiça terá que colocar uma delegacia da PF dentro da Raposa/Serra do Sol, não para retirar não-índios e os arrozeiros e sim para evitar que o derramamento de sangue se registre na região entre os próprios indígenas.
Acredito que com o clima tenso na área da Raposa/Serra do Sol principalmente no Lago Caracaranã, é bom que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente os 10 que foram favoráveis que a reserva fosse em área contínua, venham para a região no sentido de dialogar não com os arrozeiros e os não-índios e sim com os integrantes do CIR que querem de todas as maneiras expulsar membros da Sodiur e outras endidades da região.
(*) Jornalista
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