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Ensaios-->Personagens do Medo -- 16/04/2009 - 09:34 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Não faça isso que Deus castiga”, “sai daí senão o diabo te pega”. Quem não foi criado ouvindo essas ameaças de pais ou parentes? Um Deus que está pronto para castigar e um espírito do mal que nos espreita constrói um ambiente propício ao controle. Há um grande poder no medo, não? Fazemos com os nossos filhos algo que as igrejas fazem, ou fizeram, conosco. E se Deus castiga, também temos o direito de castigar aqueles que estão a nós submetidos: os filhos, em primeiro lugar. Mas também os alunos, para quem é professor. E também os funcionários, para quem é chefe. E também o cônjuge, para quem é casado. E assim vai. Tudo muito disfarçadamente, claro. Na nossa cabeça clássica, impregnada pelo arquétipo do medo imposto pelo controle, é natural pensar num Deus que castiga, porque “Ele castiga por amor, porque ama seus filhos, porque a Bíblia nos diz assim, porque a Igreja prega assim, porque nossos pais foram assim, etc...”. Como é, então, que podemos pensar em gerenciar uma casa, um relacionamento, uma sala de aula, uma empresa, etc, sem falar em medo, sem usar as prerrogativas do controle? Como podemos falar em gerenciamento quântico, se estamos presos a arquétipos negativos? Como podemos pensar que é na borda do caos que temos vida em abundância, se longe do equilíbrio, longe do lugar seguro, está na espreita um diabo que pega e que carrega? Como podemos pensar em seres espirituais iluminados ao nosso lado, incentivando-nos a avançar para longe da mesmice, a sermos mais ousados na vida, se sempre fomos ensinados a pensar no “coisa ruim” que habita os lugares proibidos pelos pais e pelas igrejas? Como podemos deixar fluir a vida, em sermos verdadeiramente livres e felizes, se Deus controla e espreita tudo e está prontíssimo a nos castigar se deixarmos de fazer uma vírgula do que manda o figurino, ou seja, o catecismo? Dá para perceber uma bela razão das pessoas terem dificuldade em aceitar a Teoria do Caos e a Física Quântica quando elas falam das incertezas, de viver na borda do caos, de abrir mão dos controles? Não se joga fora um arquétipo arraigado de um dia para o outro. Anos, décadas, talvez vidas, são necessárias. É uma força inconsciente que nos empurra para pensar e agir daquela forma que nos foi passada, transmitida de pai para filho. Jung foi muito feliz quando elaborou esse conceito. Como não levar isso em conta ao estudar qualquer dessas situações sociais levantadas? Ser feliz, no fundo, é ser mais natural, mais leve, deixar a vida fluir sem amarras. A posição dos professores que não aceitam a Nova Ciência e a denigrem dizendo que “essa estória de Física Quântica com Espiritualidade é charlatanismo, pseudo-ciência”, muito embora se digam céticos, agnósticos ou ateus em relação à religião, tem muito a ver com a visão de um Deus que castiga, de um diabo que carrega se passarmos de um limite estreito e bem estabelecido. Para eles, ontem era a religião que controlava e impunha medos, hoje é a Ciência que faz esse papel. Nesse sentido, eles se sentem evoluídos. Não são mais ingênuos de acreditar em Deus e diabo, mas sabem que a Ciência explica tudo que antes era atribuído aos entes espirituais. São cegos que guiam cegos, se formos buscar exemplos bíblicos. Continuam presos aos arquétipos do medo, continuam querendo controlar, usando agora argumentos mais convincentes, para eles, mais lógicos e racionais. E nas palestras e cursos sobre Física Quântica e Espiritualidade, sobre os princípios do caos criativo, sobre a vida intensa na beira do caos, continuam a dizer “não faça isso que Deus castiga”, “sai daí senão o diabo te pega”.
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