CONSTRUÇÃO
Os sons da construção
soam em meus ouvidos:
retinir de metais
som fosco de arquejos
Suor de braços, pernas
e testas
rega o chão. As mãos
dos operários refulgem
de calos e chagas.
Pregos, madeira, martelo.
Gritaria. Concreto:
ergue-se mais um estandarte
dentro da cidade.
Os corpos, segmentos objetivos
lutam na dura construção
Os corpos, compartimentos abrasivos
redundam aos atos das mãos
Os corpos, desejos sucessivos
inventam nadas na imensidão.
Um suspiro.
De repente, o apito.
Cessa o alarido
na fábrica de pão. |