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Ensaios-->O negro que não é almirante -- 23/02/2009 - 21:29 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O NEGRO QUE NÃO É ALMIRANTE

Edvaldo Tavares (*)

Face à ênfase dada, durante a inauguração da estátua do 'Almirante Negro', pela TV Globo, creio ser boa a hora para dar conhecimento do pensamento publicado, que roda na internet, do CMG (Capitão de Mar e Guerra) Gilberto Roque Carneiro (RM1), da Marinha de Guerra do Brasil.

O oficial superior declara que João Cândido Felisberto era um velho marinheiro, e, os marinheiros novos, oriundos das Escolas de aprendizes do Nordeste, mais intelectualizados, manipulados por políticos, eram os que estavam urdindo o motim. Acrescenta que a vitória de Marechal Hermes da Fonseca nas urnas, sobre Rui Barbosa, trazia de volta ao poder os militares afastados durante quinze anos.

A Revolta dos Marinheiros, em 1910, no Encouraçado Minas Gerais, foi decorrente da punição imposta de 25 chibatadas, pelo Comandante Batista das Neves, a um marinheiro, por ter navalhado no rosto um companheiro que estava dormindo. Na noite seguinte à da punição, após um jantar fora, num navio estrangeiro, resolvera, devido aos ânimos exaltados, ir dormir a bordo. Ao se dirigir sozinho para o seu camarote, foi tocaiado e trucidado por golpes de machado do CAV. De imediato, instalou-se um grande tumulto a bordo, resultando em mortos e feridos. Não era um motim, de marinheiros contra oficiais, sendo que muitos marinheiros lutaram ao lado dos oficiais. Marinheiros de outros navios, também fundeados na Baía de Guanabara, acharam que a revolta política começara, aderiram.

João Cândido fora criado pela família do CF Alexandrino de Alencar e pelas mãos deste, aos quinze anos de idade, entrara para a Marinha de Guerra, em Rio Grande. Em 1910, por ser amigo dos oficiais e principalmente pela proximidade que tinha com o ex-ministro Alexandrino, que deixara recentemente o ministério, os revoltosos, após o descobrirem escondido no interior do Encouraçado Minas Gerais, forçaram-no a entregar o manifesto da revolta aos deputados que se dirigiam ao navio numa lancha – na verdade, um só deputado, um oficial da Marinha na Reserva, o único que aceitara a missão.

O documento, a Marinha mantém arquivado o original no SDGM, foi escrito a mão, não por gente de pouca cultura, mas letrada, com data posterior ao dia da entrega. Nada é mencionado sobre castigos físicos, as queixas são: vida dura da guarnição, rancho ruim, falta de pessoal, soldos baixos e etc.

A chibata, responsável pelo tumulto, foi somente pretexto dos políticos para tirarem o corpo fora de um movimento abortado e militarizar o acontecimento.

Como o Congresso Nacional ficava na Cinelândia, Rio de Janeiro, os políticos debateram a hipótese de bombardeio do centro da cidade – tal fato foi amplamente divulgado pelos jornais, alarmando a população.

João Cândido, negro, analfabeto, filho de escravos, foi manipulado durante décadas de acordo com os interesses políticos. A história da sua vida popularmente conhecida, de acordo com os registros históricos não é verdadeira.

O verdadeiro líder da revolta, Francisco Martins, apareceu na década de 1940, no interior da Bahia, contando a história do planejamento, elaborado no esconderijo numa casa junto ao Campo de Santana, centro da cidade do Rio de Janeiro, perto do antigo Ministério da Guerra. Escreveu uma carta anônima para o SDGM desmascarando João Cândido. Francisco Martins não servia no Encouraçado Minas Gerais, conforme foi apurado, mas num dos navios engajados. Misteriosamente conseguiu dar baixa da Marinha uma semana depois dos acontecimentos.

BRASIL ACIMA DE TUDO! SELVA!

(*) MÉDICO. BRASÍLIA/DF.


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