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Ensaios-->CONFIDÊNCIAS NAS MADRUGADAS -- 05/01/2009 - 06:13 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Repleto de pensamentos e sentimentos tardios, principalmente nas noites em que a insônia faz as saudades vicejarem, em divagações procuro as causas do meu aparente abandono. Sim, abandonado, triste e solitário, parece que estou chegando ao fim da jornada.
O meu pior sentimento vivido nos últimos tempos não é a solidão. A solidão bem vivida e compreendida é, quiçá, o melhor lenitivo, o remédio caseiro para curar as atribulações. O sentimento ao qual me refiro é a falta de diálogo com pessoas que possam ouvir e compreender o meu silêncio.
Meus únicos confidentes confiáveis foram os meus pais, já falecidos.
Dizem que se conta os amigos com os dedos de uma só mão. Mas onde estão esses três ou quatros amigos? Um morreu de forma precoce. Outros sumiram na vida. Será que restam alguns? Tenho certeza que sim! Eles existem e estão, de maneira circunflexa, procurando um ombro para também derramar os seus prantos.
Sinto infinitamente a necessidade de encontrar um muro de lamentações, no bom sentido.
Só eu sei a falta que faz a troca de idéias com alguém que possa responder as perguntas mais simples e sem os simbolismos das segundas intenções.
Falar de artes, literatura, expor o porquê das suas frustradas poesias mal acabadas nos blocos de rascunhos. Enfim, expor a sua alma repleta de anseios, mas vazia, por não ter outra alma amiga, plena de sabedoria para preencher o vácuo comum do nosso dia-a-dia.
As pessoas que nos cercam, principalmente os parentes, entendem apenas as suas angústias. E assim é com a maioria dos amigos e conhecidos.
Mas a pior falta de comunicação é com a pessoa do sexo oposto, que nós pensamos amar, ou que já amamos.
Geralmente elas são motivo de inspirações e condutas no modo de viver.
Até que percebemos que estamos falando e trocando idéias com a pessoa errada.
Nessas ocasiões, o mundo pára de girar. O relógio não anda, deixando o tempo estagnado em mesmices absurdas, contrapondo com os nossos ideais e pensamentos.
Será culpa do relacionamento? Às vezes, acredito que sim. Porém, pensando bem, a culpa é das nossas intransigências em querer, ou pensar, que todas as criaturas são iguais. Mas, de jeito algum!
É comum a felicidade morar ao nosso lado. E, sem objeções, bater à nossa porta, todos os dias, chamando por nós que, simplesmente, não a vemos nem escutamos. A cegueira e a surdez, nesses casos, atuam diretamente em nossos destinos, pois quando acordamos, muitas vezes pensando que tivemos um terrível pesadelo, abrimos os olhos e vemos que estamos vivendo a cruel realidade.
Sim, entre tantas divergências de opiniões, quando a razão nos abandona, deixando a vida seguir ao sabor do vento, e os lamentos vagarem pela noite adentro, queremos um ombro amigo, desejamos alguém que nos ouça, hora após hora, até que a nossa alma esteja lavada e passada a limpo.
Hoje, ou melhor, essa noite, depois de pensar muito no assunto, sinto que não restam nem os tijolos dos que foram, algum dia, o meu muro das lamentações.
Preciso, urgentemente, de alguém com ombros acolhedores com quem possa desabafar todos esses males que habitam dentro de mim.
E que esse alguém me abençoe apenas com olhares e sorrisos, ungindo-me com um abraço sincero e amigo.
Como filho de Deus, mas sempre perseguido pelos meus pecados, muitas vezes não cometidos, anseio a volta de um lugar ao sol, pois não quero chegar ao fim da linha sem esses artifícios.
Apenas quero colocar um ponto final nessas entrelinhas, companheiras e confidentes de mais uma fria madrugada!


Roberto Stavale
São Paulo, Outubro de 2008.-
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