OS POVOS INDÍGENAS DA ILHA DO BANANAL
A Ilha do Bananal é conhecida como a maior ilha fluvial do mundo. Ela fica no Estado do Tocantins e é considerada um dos lugares mais ricos do país em diversidade natural, por que ela abriga uma grande variedade de animais, plantas e ecossistemas. Mas não é só isso, pois a Ilha do Bananal também é destaque pela sua história e diversidade cultural. Ela há vários séculos é o local de morada de grupos indígenas, especialmente dos povos Karajá e Javaé.
Esses povos fazem parte de um grande grupo que integra três grupos menores, ou seja, três subgrupos, quês são: os Karajá, os Javaé e os Xambioá – todos eles pertencem ao Tronco lingüístico Macro-Jê, e destaca-se que sempre habitaram a região da bacia do rio Araguaia, nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins.
No Estado do Tocantins esses três subgrupos apresentam uma população aproximada de 3150 pessoas que pode ser dividida em 250 integrantes dos Xambioá, aproximadamente 1800 dos Karajá e cerca de 1100 para os Javaé. Dessas aldeias, as Karajá e as Javaé ficam na Ilha do Bananal, enquanto que as aldeias Xambioá ficam na região norte do Estado do Tocantins, no município de Santa Fé do Araguaia.
Os índios Javaé e Karajá da Ilha do Bananal sempre tiveram uma relação simbiótica com o meio ambiente. Eles acreditam que homem e meio ambiente são um só, pois num passado distante o índio veio das águas do rio Araguaia e, desde então, ele interage com a fauna e flora locais a ponto de verem nelas a sua própria existência, como também de suas crenças, mitos e rituais. Mas, o contato desses povos como o não-índio, onde centenas de criadores de gado começaram a criar e engodar suas reses no interior da Terra Indígena e acabaram trazendo, além do gado, comportamentos outros que não da cultura indígena.
Assim, é importante trazer à tona essas questões, fazendo com que os órgãos federais (FUNAI e IBAMA) e demais parceiros estaduais e locais trabalhem em conjunto com as comunidades indígenas para valorizar os conhecimentos tradicionais dos Javaé e Karajá em relação ao meio ambiente, buscando solução para os problemas sociais e ambientais da Ilha do Bananal.
Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 285, p. 10, de 07/11/2008. Gurupi – Estado do Tocantins.
Publicado no Site Berohokã (O Grande Rio Araguaia), em 28/02/2009. Disponível em: http://www.berohoka.com.br/materia.php?mat_id=567
Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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