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Contos-->Tudo Começou...parte 9 -- 19/12/2002 - 20:46 (Lucilene Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Que Deus a ilumine, um grande beijo, nesse seu coração de anjo. Da sua mãe e sogra: Izabel.
Drº Celso terminou a leitura da carta e me olhando, admirava-se, por ver que em momento nenhum eu o tinha interrompido. Então, com lágrimas nos olhos me disse:
-Ana. Posso chamá-la assim?
E eu afirmei com a cabeça que sim. E então continuou a falar:
-Ana, não sei que mistério te envolve. Não sei o que você tem. Mas após redigir e agora ler essa carta testamento, eu estou admirado.
Como pode você uma pessoa de aparência tão frágil, ser tão forte, ter esse poder de envolver as pessoas? Desde que eu comecei a cuidar das coisas da D. Izabel, ela só falava em você e hoje eu compreendo, o fascínio que ela sentia por você. Existe em você, algo que não tem explicação, que mesmo lendo e relendo essa carta, ouvindo e analisando cada palavra que ouvia a seu respeito, nunca poderia imaginar, só agora estando tão próximo a você e que consigo entender um pouco isso.
Nesse momento, senti que alguma coisa não estava bem. Minha cabeça doía e eu mal conseguia ver o Drº Celso em minha frente. Pedi que, por favor, ele abrisse a janela e me trouxesse um copo de água. Respirei fundo, tomei a água e então eu disse:
-Se o senhor não se importa prefiro que trate desse assunto do testamento com o meu pai. Não me sinto bem falando sobre isso. Então será melhor que meu pai assuma isso. Se me der licença, preciso ir.
Levantei-me, mas estava zonza, então o Dº Celso me segurou pelo braço e disse:
-Sente-se Ana. Você não está bem, espere mais um pouco depois eu a acompanho até a sua casa.
Tive que obedecer, pois não conseguia ficar em pé. Assim que me senti melhor, Drº Celso me levou pra casa.
Durante o caminho ele não disse uma só palavra e eu continuava me sentindo muito mal. Quando chegamos, ele me acompanhou até a porta e se despediu, dizendo que mais tarde ligaria pra saber se eu tinha melhorado e foi embora.
Quando entrei em casa, foi como se um anjo tivesse me recebido e me levado até o sofá, onde eu deitei e adormeci. Acordei com o telefone tocando, quando atendi era o Drº Celso. Ele queria saber se eu estava melhor.
Meio sonolenta, respondi que sim, que estava dormindo desde que havia chegado em casa e então ele me disse:
-Ana, mas isso foi ontem à tarde, e agora já são 18:00 horas. Você dormiu esse tempo todo? Você não se alimentou? Precisa de alguma coisa?
Nossa eu havia dormido muito. O que teria acontecido? Eu ainda estava com sono, não tinha fome, mas sentia sono. Então respondi ao Drº Celso:
-Não se preocupe eu estou bem, obrigado por telefonar.
Mas, ele insistiu:
- Estou indo pra sua casa agora, vou levar uma pizza.
Antes que eu tivesse tempo pra responder ele desligou o telefone. Que eu fazia agora? Teria que recebe-lo mesmo que isso não me agradasse, mas achei melhor ligar pro meu pai e pedir que também viesse e trouxesse a mamãe. Mas eles não estavam em casa.
Meu Deus eu teria que enfrentar aquilo sozinha. Então subi, me enfiei no chuveiro e comecei a pensar no que deveria fazer.
Então de repente lembrei-me do sonho que tinha tido e comecei a analisar. Eu havia sonhado com um lindo jardim, onde crianças brincavam e que quando me viram chegar correram ao meu encontro. Pegaram-me pelas mãos, e me levaram a um lugar lindo, onde havia muitas pessoas.
Entre essas pessoas, estavam você meu amor e sua mãe. Mas por mais que eu tentasse me aproximar de vocês, eu não conseguia. Tentei me libertar das mãos daquelas crianças, mas elas me seguravam e sorriam. Eu comecei a chorar e então vi que de repente todos me olhavam, e com olhar de repreensão, me cobravam a promessa feita.
Por mais que eu quisesse, eu não conseguia, então vi que você começou a caminhar, indo embora. Foi nesse momento que eu fui acordada pelo telefonema.
O que será que esse sonho significava? Porque você me abandonou? Eu precisava de você e você foi embora, podia sentir isso, a casa estava vazia, não sentia mais o seu calor, o seu perfume. O que eu teria feito pra isso acontecer?
Terminei meu banho, me vesti e desci pra atender a porta. Drº Celso estava lá, trazia nas mãos uma pizza, um vinho e uma rosa. Fiquei meio assustada com aquilo, mas o convidei pra entrar.
Ele gentilmente me perguntou se podia colocar a pizza e o vinho na mesa, e eu disse que sim. Quando voltou, ainda trazia nas mãos a rosa, se aproximando me disse:
-Ana, é pra você. Espero que goste de rosas.
Eu adorava rosas, mas não estava me sentindo bem com aquela situação, apenas sorri e o convidei a sentar. Ficamos conversando, e depois fomos comer. Ele era de uma gentileza sem fim, mas eu não estava muito satisfeita com aquilo e perguntei:
-Posso fazer uma pergunta ao senhor?
Ele sorriu e respondeu:
-Quantas você quiser Ana, mas, por favor, para de me chamar de senhor, afinal não sou tão velho.
Nesse momento senti que fiquei corada e então perguntei:
-Por que o senhor quero dizer você, está se preocupando tanto comigo? Há muito tempo, ninguém faz isso, e confesso estou muito intrigada.
Então Celso era assim que ele queria ser chamado, se levantou, caminhou em minha direção e disse:
-A D. Izabel, sempre me falou muito de você, mas eu não imaginei que fosse verdade. Quanto te vi aquele dia no velório, senti que você é especial.
Nesse momento, me lembrei de você Eduardo, por que você um dia havia me dito isso, e Celso continuou a falar:
-Quando esteve em meu escritório, foi como se um anjo estivesse entrando lá. Você transmite algo que não tem explicação. Você parece não ser desse mundo, esta sempre tão segura, tem sempre um sorriso no rosto e palavras tão doces que tocam fundo o nosso coração.
Eu não acreditava no que ouvia e ficava cada fez mais assustada, e ele continuava falando:
-Sabe, Ana. Eu também já fui casado, mas não deu certo. Talvez porque eu não tenha encontrado a pessoa certa. Aquela pessoa que me deixasse assim, como estou me sentindo agora.
Nesse momento, me levantei, caminhei em direção a porta e gentilmente pedi que, por favor, ele saísse, que não me sentia bem e preferia ficar sozinha.
Ele muito sem jeito, mas educadamente, foi embora.
Quando fechei a porta, senti que alguma coisa muito estanha estava acontecendo, e que jamais deveria acontecer.
Celso, não devia ter me falado aquelas coisas, meu coração, minha alma e minha cabeça eram suas e não haveria lugar pra nem um outro homem. Resolvi ir deitar e naquela noite custei muito a dormir.
Os dias foram se passando e eu sempre fugindo dos telefonemas do Celso. Mas um dia tive que atender, pois se tratava da decisão do testamento, então fui até o escritório dele.
Lá chegando, senti novamente aquele mal estar, não sei porque, mas todas as vezes que entrava ali, eu me sentia assim. Fui convidada a entrar e o Celso começou a dizer:
-Ana, espero que você já tenha resolvido, assumir a sua herança, pois tenho outros negócios para tratar e isso esta em pendência.
Nossa, havia uma amargura no tom de voz do Celso, que até me assustei. Então resolvi dizer a ele, o que tinha decidido fazer com a herança e se ele poderia me ajudar, então falei:
-Celso, preciso de sua ajuda profissional para administrar essa herança. Já decidi o que fazer, mas pra isso preciso de um advogado e procurador. Você aceitaria me ajudar?
Por uns minutos, ele ficou pensativo e depois respondeu:
-Ana, eu sou um profissional e se você quer contratar meus serviços e eu me interessar, por que não?
Então comecei a falar pra ele dos meus planos:
- Quero usar esse dinheiro pra construir um orfanato. Gosto muito de crianças, e como não tive nenhum filho, quero dar algo pra aqueles filhos que não tiveram pais.
Nesse momento, ele me olhou, e disse:
- Admiro essa sua atitude, pois existem muitas crianças, precisando de um lar, de carinho e de uma pessoa como você pra ajuda-las. Mas não sei se vou poder ajudar.
Não entendi bem aquela resposta, pois estava propondo a ele um trabalho e eu precisava de alguém pra me orientar sobre leis, sobre como poderia tornar real meu desejo. Então novamente falei:
-Celso, qual o motivo dessa sua negativa? Não se interessa pelo trabalho ou tem alguma coisa contra mim, pois sinto em suas palavras muita amargura.
Ele me olhou como se de repente eu tivesse entrado dentro do seu coração e o despido de todos os seus sentimentos, e respondeu:
-Você é realmente uma pessoa muito especial, pois nem consigo esconder de você meus sentimentos. Gostaria muito de ajuda-la, mas não sei se deve, pois tenho medo do que esta acontecendo.
Eu já imaginava. Desde o primeiro dia que o vi, tinha notado o modo que me olhava, e sabia o que isso significava. Então, de repente tive uma idéia e falei:
-Celso, você também não tem filhos, certo?
Ele afirmou, que eu estava correta, e então eu continuei:
-Então, porque não nos unimos e construímos um orfanato, onde eu serie a mãe e você o pai, de todos que por lá passarem ou permanecerem?
E Celso então me respondeu:
-Tem certeza que é isso que você deseja?
E eu respondi que sim, pois precisava de ajuda pra construir e colocar pra funcionar o orfanato. E que toda criança precisa do carinho e do apoio de um pai e uma mãe. Então ele respondeu:
-Então Ana, quando começamos?
Fiquei muito feliz e disse a ele que começaríamos naquele mesmo instante.
Foram dias de muito trabalho, pois precisamos vender alguns bens, procuram um local adequado e conseguir a licença pra abertura do orfanato.
Tudo corria bem, mas ainda não tínhamos achado o local exato. Até que fomos a um lugar lindo, e eu senti como se já estivesse estado lá. Fechamos o negocio e começamos a
fazer todas as mudanças necessárias.
Depois de três longos e cansativos meses, tudo estava pronto. Havia muitos quartos, uma linda e grande sala de visitas, sala de jogos, sala de brinquedos, sala de leitura, uma biblioteca, uma enfermaria e tudo o que havia sido pedido pela entidade que nos concedeu a licença de funcionamento. Mas acima de tudo, havia o nosso amor por tudo. Então começaram a chegar as crianças.
Eram crianças de varias idades, algumas brancas outras negra, havia as mais fortes e as mais frágeis, havia aquelas que tinham medo de tudo e que fugiam até do nosso carinho. Mas nós com paciência e amor, começamos a conquista-las.
O orfanato já contava com 30 crianças, quando numa manhã recebemos um lindo bebezinho, trazido por um policial.
Nossa! Era um menino lindo, tinha olhos claros, era gordinho e estava até que bem cuidado, devia ter uns 15 dias de vida, não mais que isso.
Encantei-me com aquele menino, sentia como se fosse meu, e vi que esse sentimento também estava em Celso. Pois ele também ficou muito ligado ao bebe. Resolvi então que iria adotar aquele garoto e perguntei ao Celso o que teria que fazer pra isso, e ele me orientou.
Entrei com o processo de adoção, mas fui informada que seria bem mais fácil, se eu fosse casada. Então entrei em profunda tristeza, pois isso seria impossível, eu já era casada e não me casaria de novo.
Os dias foram se passando e minha tristeza era imensa, pois sentia que pela primeira vez na vida, você Eduardo não podia me ajudar. Foi quando Celso se aproximou de mim e disse:
-Ana. Estamos juntos a algum tempo e já aprendi a conhece-la. Sei que está sofrendo por causa do bebe, e queria poder ajuda-la, você deixa?
Claro que eu deixaria, você havia se tornado meu melhor amigo e era meu advogado, então eu disse:
-Celso, o que tenho que fazer pra poder ficar com ele? Quero muito que seja meu filho, quero dar a ele o nome de Eduardo. O que você me sugere fazer?
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