Como vai moça bonita
Já entrô pra nossa turma
eu também sô enxerida
é assim que agito a turba
só num pense que é rainha
que essa posição é minha
Pede a bênção antes que eu durma.
Tá me chamano di cobra
da cobra eu tenho o veneno
também chacoalho o meu rabo
sei qui tu tá mi entendeno
num se faça de fingida
qui tu é boa na lida
já tô ti reconheceno.
Os homi tudo da Usina
comi aqui na minha mão
vai chegano na surdina
inocente num é não
se eu pegá tu dano bola
pros moleque, entro de sola
mando logo um pescoção.
Num me estranhe na porrada
esse jeito de falá
aprendi nas embolada
lá pros la’do Ceará
as muié cobre de pau
c’uns verso de passá mal
num dá nem pra respirá.
Mas eu vô pegá bem leve
já qui tu é bem chegada
os antigo num se atreve
foge logo em disparada
qui nem gado além porteira
eu num sô de brincadeira
vô cubrino de pancada.
Lili, dando as boas-vindas à colega Aline Dremir (num arrepare, mas é meu jeito de dize bem-vinda!)