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Cronicas-->De flores e distàncias -- 20/09/2002 - 23:33 (Rosa Luxemburgo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na memória das flores, o tempo voa como os pássaros em busca do lugar certo para pousar. Com as asas rasgando os céus, eles seguem o ritmo pulsante das entranhas da terra que estremece aos gemidos do vento inalcançável. As horas passam incólumes ao redor de mim, vejo as azaléias sorrirem no gramado, acaricio o gato que se espreguiça no sofá... O dia está quente e abafado, como a esperar a chuva que não tarda. O silêncio que a natureza ensaia, prenuncia a tempestade que virá. Pela vidraça, acompanho o balé que antecede os primeiros pingos que regam o chão. Uma tristeza grita dentro de mim, pisa bem forte dentro do peito, cada passo é uma ferida, cada marca um estilhaço perfeito. Não consigo falar, nem uma queixa articulo. Apenas as lágrimas rolam sozinhas, só os gestos são desamparados. Sei que as flores entendem quão grande é a dor da perda do amor, como dói ser arrancada da terra, ser levada para longe de ti. Nunca decifrarei o que queria teu olhar me dizer. Ora, não saberei eu ler, por acaso? Já não me dizem nada as tortas entrelinhas da vida? Pena, mas, agora eu vou prá tão longe, que, de tão longe não dá prá voltar. Então, que presságio nos reuniu e qual fado nos separa, hoje? Estou escrevendo estas linhas para te dizer adeus e para te devolver a liberdade, o maior presente que o amor verdadeiro pode dar. Parece simples, mas aqueles que foram um dia tocados pela poesia não conseguem dizer adeus sem também falarem das flores, do vento e das primeiras gotas da chuva. Sei que hoje os mares de Ulisses nos separam, como se Penélope cansasse de esperar e jogasse fora suas linhas e agulhas. Se te conheço bem, lerás esta carta e recitarás baixinho, como Fernando Pessoa:"O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente". E nos teus silêncios, pensarás se deves vir atrás de mim ou deixar tudo como está...
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