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Artigos-->NLM - Ato de solidaridade -- 08/03/2002 - 20:42 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ATO DE SOLIDARIEDADE





Ponto de partida: Diversos

Destino: Diversos



Não vou dizer que nunca fiz isso, porque eu já fiz. Por algumas vezes estava voltando para casa de Metrô, cansado daqueles dias duros de trabalho e é nessas horas que nós mais almejamos um lugar para sentar, principalmente quando é horário de pico. Difícil é encontrar, mas algumas vezes milagres acontecem.

Vai uma dica. Quando você está cansado e consegue um lugar para sentar no Metrô, aproveite o tempo que puder com a “buzanfa” no assento, porque na estação seguinte, com toda a certeza, o seu lugar terá que ser dado para uma outra pessoa. É sempre nessas horas que entra uma senhora ou um senhor idoso no vagão (Lei de Murphy nº236) e fica em pé na sua frente, com aquele rosto marcado pelo tempo e de fisionomia cansada.

Bate aquele desespero no coração e você tem três opções. A primeira opção e a mais correta, é mostrar a sua educação, se levantando do assento – mesmo que não seja reservado para idosos – e dar o lugar para o idoso se sentar, servindo de exemplo para as pessoas que estão ao redor observando o seu ato.

A segunda opção, menos recomendada que a primeira, é fingir que está dormindo. Mas para que as coisas não fiquem mal, é importante que você não esteja sentado nos assentos reservados para idosos e deficientes, pois mesmo dormindo – ou fingindo – nestes assentos especiais, não é nada educado deixar o idoso sofrendo com o aperto dos vagões em horário de pico. O ideal é conseguir arrumar um lugar – que não seja um assento reservado – e logo que se sentar, abaixar a cabeça e dormir (ou fingir que está dormindo). Caso você fingir que está dormindo, não é recomendado fazer muito teatro, como interpretar seus roncos noturnos, as babadas no travesseiro ou ranger os dentes. Se for necessária uma pequena interpretação para mostrar que está realmente cansado, é recomendado dar aquelas “pescadas” de leve, sem muitos exageros, que o povo que tiver de pé na sua frente irá entender.

A opção que eu não faço, mas que infelizmente muita gente faz, é manter a cara-de-pau e continuar sentando, fingindo que aquele idoso que está na sua frente nunca entrou no vagão. Como eu vejo pessoas que fazem isso e o pior, eles vêem o idoso entrando, ficando ali de pé – na frente do dito cujo sentado – e nem ligam. Acho isso um absurdo, saber que existem pessoas que não têm um pingo de solidariedade e deixam o idoso sofrendo de pé, dentro de um Metrô lotado.

Atualmente, mesmo muito cansado, sempre dou o meu lugar para os idosos, mulheres grávidas ou deficientes. Já fingi muito que estava dormindo para não dar o meu lugar, mas isso passou, foi nos meus tempos de adolescência. Por isso, vamos todos nos conscientizar e dar o lugar para o idoso, passando o exemplo para as pessoas, que aos poucos, irão se habituando com a singela atitude.

Eu penso que em algum dia, eu serei um idoso – se Deus quiser – e espero que até lá, a partir do exemplo dado pelas pessoas solidárias de hoje, eu possa viajar de Metrô tranqüilo e aconchegado, em um assento dado por um usuário solidário.



(Este texto faz parte do livro "NAS LINHAS DO METRÔ" - MARCEL AGARIE)

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