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Ensaios-->O epifenômeno Daniel -- 13/09/2008 - 18:17 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O EPIFENÔMENO DANIEL

Camilo Viana

Surpreso com o gigantesco destaque indignado que se confere a escuta e total desprezo por tudo aquilo que se escutou, entendo haver uma inversão de valores na continuidade dos fatos envolvendo a “operação Satiagraha “, investigação promovida para apurar outros tantos fatos da obscura vida no mundo das finanças de um cidadão que tem contra si centenas de indícios de procedimentos singulares, reprováveis, inexplicáveis diante do acúmulo de tanta riqueza, em negócios, bancos e fundos de pensão merecedores dos rigores da lei.

Em paralelo, conta com umas centenas de abnegados e extremados amigos cativados suspeita-se como.

Somam-se indignações de próximos ou distantes do assunto “ escuta “, alegando a destruição do princípio do direito à privacidade, uma ilegalidade. Como fosse possível apurar-se desvios perpetrados por quem se esconde em casamatas inexpugnáveis por uma blindagem profissional e financeira nunca antes vista, fortaleza freqüentada e protegida por um batalhão de mestres na advocacia e PhDs em chincanas.

O mestre Dr. Saulo Ramos, em seu livro Código da Vida, conduz páginas explicativas sobre o assunto com a vivência que teve do lado do governo, como Ministro da Justiça.

Um fato logo no início da eclosão deixou os raros atentos com a pulga atrás da orelha: a afirmativa filmada e gravada do portador do montão de dinheiro destinado a corromper um delegado federal, pleiteando fossem retirados nomes do processo com a simplória afirmativa de dizer a preocupação encontrar-se nos atos processuais da primeira instância, pois nas superiores não havia nenhum risco, encontrar-se sob controle, é absolutamente fantástica tal afirmativa, pela coragem e desfaçatez.

Semelhante asseveração, justo confirmada apenas dias depois, é bomba de mil megatons, que coloca, sem nenhuma condescendência, níveis superiores da Justiça Brasileira em dúvida. Não mereceu tal declaração, mesmo depois de dois habeas-corpus a favor do indigitado, nenhuma observação ou questionamento. Um silêncio ensurdecedor.

Além de Delfos, de Cumes, de Claros, de Dídimo ou de Mileto que proferia Apolo, e os Dodone e Amon, reservados a Júpiter, Trácia, Patras, Pafos, Minerva em Micenas, Diana na Colchisa, Pã na Arcádia, Esxulápio em Epidauro e em Roma, Trofonio na Beócia, etc. todos os advinhos, e se ainda existissem sentiriam uma inveja danada do corruptor que previu nada acontecer ao financista após seus problemas saindo da esfera do Juiz De Sanctis.

O direito de pensar, de imaginar, não pode ser tolhido. Em torno do murmuroso assunto, colhendo retalhos ali e acolá, deparo-me com trechos bem preciosos para formação de possível conceito sobre o que vem ocorrendo.

Juntando fatos desisto de esperar um mínimo apoio ao delegado Protógenes por parte de quem tem a força ou o poder. Foi jogado as feras. Seu futuro é um rincão nordestino, e viver sob a égide da desmoralização. Nestes tempos petistas até o Duda Mendonça conseguiu pisotear em policiais, que dirá o todo poderoso banqueiro, amigo dileto de coroados.

Mas é dele, do delegado Protógenes, numa entrevista concedida ao jornal “ O Popular “ de Goiânia – ilusão esperar seja entrevistado pelos nossos jornalões – a extremamente curiosa perquirição quando responde a pergunta do repórter:

_“ E quanto às suspeitas de que o grampo ilegal em Gilmar Mendes? “

_” ... o próprio órgão de imprensa que deu o furo de reportagem não demonstrou o áudio. Cadê o áudio? Só aparece uma transcrição? Cadê o áudio? E envolve duas pessoas importantes da República, o Presidente do STF e o senador Demóstenes Torres. Como que lança o nome de duas pessoas dessa forma e não aparecem provas?”

_ “ Acha que houve inversão nos debates sobre as investigações?”

_ “ Hoje, o que se discute é a conduta dos investigadores. Não se discute mais a investigação principal. E nem os fatos que porventura estão em torno dele, que são mais graves que a figura central dele. O próprio investigado tem noção disso, senão não estaria fazendo toda uma estratégia de trabalho nesse sentido.

A entrevista é assinada pelo conhecido jornalista Josias de Sousa.

A Folha de São Paulo, na edição de terça-feira, 9, no caderno Brasil, página A9. Dá o seguinte destaque a notícia:

DANTAS DRIBLA RECEITA COM RECURSOS JUDICIAIS.

Fisco só conseguirá analisar 670 das 24 mil operações financeiras do disco rígido do Opportunity apreendido pela PF em 2004.

Outra passagem quase despercebida está na reportagem publicada pela Veja desta semana, quando confirma que:

“De Sanctis afirmou à desembargadora ter recebido “ informes “ segundo os quais advogados de Dantas haviam participado de um jantar com assessores do ministro em Brasília, numa insinuação de que algum acerto entre eles tinha sido feito. “ ministro ainda me criticou, disse que eu era incompetente” reclamou o juiz.

Hoje todos os jornais anunciam a possibilidade dos inquéritos e processos em andamento contra o Sr. Daniel Dantas possam ser anulados. Entristece ao brasileiro sério verificar o quanto se achincalha a Polícia Federal e a justiça brasileira.

São muitos os retalhos deste caso. Peças díspares que não permitirão seja feita uma colcha. Confrontos de teses avolumadas tornam a Investigação amorfa. Desmoralizam-se pessoas que trabalham convencidos de não haver outra forma de cristalizar suspeitas a não ser com o uso de recursos pouco ortodoxos diante dos expedientes que dispõem as pessoas alvo.

Dinheiro, concede ao cidadão com evidências inquestionáveis, uma influência enorme, inexpugnável, mesmo quando sobre ele possa haver suspeitas sem laivos. Conquista defensores isotrópicos.

Alguns ainda relutam em aceitar que cadeia no Brasil só para pretos, pobres e putas. Eu já fui um deles.

Camilo Viana

Belo Horizonte – 11 de Setembro de 2.008

Data que me obriga a recordar o abjeto Bin Laden e, por silogismo, George Bush


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