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Poesias-->IMPÉRIO DA NOITE -- 23/02/2003 - 13:22 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


IMPÉRIO DA NOITE



Elane Tomich



À luz do dia

Explicita-se em vergonha

O que à noite foi sonho.

O heroísmo da orgia

Acorda em alvorada

Inoportuna e manchada.

Dormem os heróis da noite

Acordando devagar

Meio-dia ou mais tardar

Que amanhecer é um açoite.

Onde a reforma do mundo?

Onde ficou a certeza

Do vértice da beleza

No poço do amor profundo?

Onde fica a esplanada

Do senhor das cavalgadas?

À noite acabou-se a fome

Eterno o amor sem nome.

Os donos da lua nua

Imperadores da rua

Acordam numa calçada.

Um reclame em impropérios

Rompe os limites do império

Do umidecido asfalto

Do não entendido assalto.

Nada tem a ver com nada ...

A não ser que aconteça

O neo-realismo total

De uma dor de cabeça

Da mente moral que insiste

Em pedir um sonrisal...

Se é que ainda existe!
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