João da Silva, Auditor da Receita Federal de Brasilia, passando por uma dura realidade,chegou a faculdade as dezenove e cinco. E no corredor foi inquerido pela assessora jurídica com uma carta do diretor geral, cujo conteúdo lhe descredenciava de vez da faculdae por débito aquela instituição.
Sob o cajado do corrimão do terceiro andar, ele nem se quer foi a sala. Lentamente desceu as escadarias, como se cada degrau dissese-lhe algo, foi lhe corroendo a emoção. O pulso ficou frio, os olhos pesaram e as lágrimas acanhadas de culpa e desespero começaram a debruçar-lhes o peito.
Como todos os desolados são consolados. Surgiu Maria que escutou o relato e sensibilizada correu pelos mesmos corredores da agonia e gritou a turma, em aula, pediram desculpas ao professor e desceram ao encontro daquele senhor, que sempre lutou por um País, onde a justiça seja feita sem olhar a quem e o amor a unificação dos povos.
Não havia iniciado o recreio, mas em questão de minutos, ao redor do moço tinha tanta gente que resolveram tomar uma atitude no meio de tanto disse me disse, de tanto não sei o que.
O rapaz foi-se entristecido para a sua casa, enquanto os rapazes de sua turma resolveram assentar-se na escadaria da faculdade e não deixar ninguém subir até o diretor ouvi-los a respeito do rapaz.
Aconteceu que ninguém subiu e o diretor não apareceu.
No outro dia estavam todos da sala 301 de preto na escadaria, sem impedir ninguém, mas sem subirem pra aula e o recado do diretor chegou.
Ele subiu para a sala com os alunos. E lá em meio a sua comitiva falou dos débitos, dos aproveitadores, que eram aqueles alunos que há tempos estavam sem pagar e de sua decisão de colocar pra fora qualquer um que não pagasse.
A turma se manifestou e ele sentenciou:
A partir de amanhã todos que estiverem devendo a essa instituição terão as suas vagas colocadas a disposição.
Nesse ponto final todos entreolharam-se e com o medo nos olhos entregaram os pontos.
E o rapaz ficou por aí. No meio de tantos trabalhadores que dão o seu suor pelo País e não tem ajuda do mesmo, quando precisam.