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Ensaios-->Academia Passo-Fundense de Letras: alguns dados relevantes -- 11/05/2008 - 20:14 (Academia Passo-Fundense de Letras) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Corria o ano de 1938, quando foi criado o Grêmio Passo-Fundense de Letras. Vivíamos, politicamente, num regime de excessão. Era o chamado “Estado Novo” idealizado por Getúlio Vargas em 1937. Nesse ano, Vargas preparou uma nova Constituição e, na verdade, um novo regime político. Decretada a Constituição, o Congresso Nacional foi fechado, suspenderam-se as eleições, proibiu-se a fundação de partidos políticos e a imprensa foi censurada.
Como os governantes dos Estados da Federação, os prefeitos municipais foram nomeados, uma vez que as eleições foram suspensas. Em Passo Fundo, foi nomeado Arthur Ferreira Filho para dirigir os destinos do município.
Com o nome do Grêmio Passo-Fundense de Letras, em 7 de agosto daquele ano era fundada uma casa de cultura cujo primeiro presidente foi o ex-intendente de Passo Fundo, escritor e historiador Arthur Ferreira Filho.
No entanto, o idealizador do Grêmio, hoje Academia, foi o pastor da Igreja Metodista, Sante Barbieri, que recém havia chegado em Passo Fundo com sua família, para o exercício do seu ministério. A idéia de Sante Barbieri era reunir os intelectuais da cidade “para reconhecer o valor quer as letras têm na formação moral e cívica do povo, contribuindo, pelo pensamento e pelas idéias, com a grandeza do Brasil”.
Subscreveram o memorial de fundação em 7 de abril de 1938 as seguintes pessoas: Arthur Ferreira Filho, Sante Uberto Barbieri, Gabriel Bastos, Tristão Feijó Ferreira, Aurélio Amaral, Odete Barbieri, Celso Fiori, Pedro Silveira Avancini, Herculano Annes, Nicolau de Araújo Vergueiro, Armando de Araújo Kanters, Túlio Fontoura, Boeira Guedes, Francisco Antonino Xavier e Oliveira, Verdi De Cézaro, Daniel Dipp, Athos Brando da Rosa, Heitor da Silveira, Sabino Santos, Gomercindo dos Reis, Píndaro Annes, Waldemar Ruas, Lucile Scheleder e Oscar Kneipp.
A atitude dos seus fundadores vem a confirmar a alma literária dos moradores desta terra. Já nas décadas finais do século XIX, em 15 de fevereiro de 1883, um grupo de jovens da cidade de Passo Fundo criava o Clube Amor à Instrução, de caráter literário. Registros em documentos do ilustre médico e político passo-fundense Nicolau de Araújo Vergueiro, comentam que o citado clube discutia assuntos como, por exemplo, “O que tem sido mais benéfico para o Brasil: as armas ou a literatura? Qual o relacionamento entre a família e a escola?” “As reuniões eram acaloradas, trazendo grande bagagem para o aprimoramento da cultura no município de Passo Fundo”, registra a historiadora e membro da Academia Passo-Fundense de Letras, Delma Rosendo Ghen.
Em 1938, com a fundação do Grêmio Passo-Fundense de Letras, o eco do trabalho literário aqui ilustrado chegou ao Rio de Janeiro, então capital da república, quando o seu fundador Sante Uberto Barbieri visitou a Academia Brasileira de Letras.
Depois de vinte e três anos de trabalho literário e desenvolvimento das letras na cidade, o Grêmio Passo-Fundense de Letras, em 7 de abril de 1961, foi transformado em Academia Passo-Fundense de Letras, tendo sido eleito presidente o poeta, prosador e professor da Universidade de Passo Fundo, Celso da Cunha Fiori.
Desde a sua fundação a academia tem suas atividades culturais no prédio situado na Av. Brasil, n. 792, remanescente do histórico clube político Pinheiro Machado, defensor dos ideais republicanos. A transferência de prédio, hoje totalmente remodelado, com excessão do frontispício, que conservou as linhas arquitetônicas, resultou dos entendimentos entre Nicolau de Araújo Vergueiro, sócio-fundador da Academia e o coronel Frederico Graeff, então presidente do Clube Pinheiro Machado, fundado em 16 de março de 1904. Desde então, o prédio foi colocado à disposição do Grêmio Passo-Fundense de Letras e transferida a propriedade pelo remanescente do Clube Pinheiro Machado ao sodalício.
Com o passar dos anos, o prédio foi se deteriorando, em face da ação do tempo, sendo reformado, constantemente, até quando não foi mais possível usá-lo. O seu interior foi demolido restando somente a parede frontal. Em face dessa situação, os acadêmicos faziam as reuniões numa das salas da antiga reitoria da UPF, situada na Av. Brasil. Como a universidade não mais cedeu suas dependências para a academia, esta passou a realizar suas reuniões na residência ou nos escritórios dos presidentes. Os prefeitos Osvaldo Gomes e Júlio Teixeira encaminharam a construção do prédio, sendo que somente na administração do prefeito Airton Lângaro Dipp foi possível concluir a obra, no ano de 2007, restando dar acabamento no Salão de Atos, qundo era presidente António Augusto Meirelles Duarte.
Objetivos – A academia destina-se a congregar, exclusivamente, os escritores de Passo Fundo, com a finalidade primordial de auxiliá-los a desenvolver e expandir a cultura em todos os níveis do conhecimento humano. Além disso, a academia coopera para que as obras dos escritores de Passo Fundo e do Rio Grande do Sul sejam cada vez mais conhecidas, bem como procura cultuar a memória dos escritores brasileiros, contribuindo com o aprimoramento da língua nacional. Além do mais, suas dependências estão sempre à disposição da cidade para realização de lançamentos de livros de todos os escritores passo-fundenses ou não, bem como o espaço para outros eventos culturais.
Administração – A Academia Passo-Fundense de Letras é administrada pela Diretoria, Conselho e Assembléia Geral. A Diretoria é constituída pela Presidência, Secretaria Geral, Secretaria Executiva, Tesouraria e Biblioteca.
O Conselho é constituído por seis membros e a Assembléia Geral é constituída de todos os membros efetivos, cujo número é limitado em 40 membros, sendo cinco as categorias: fundadores, efetivos, licenciados, correspondentes e beneméritos. As vagas são abertas por falecimento de um membro efetivo e pela passagem de membro efetivo à categoria de licenciado. Ocorrendo vaga na academia, é fixado edital cuja inscrição é feita pelo candidato que deve residir em Passo Fundo. Seus trabalhos literários, acompanhados do curriculum vitae serão examinados por uma comissão designada pelo presidente, que expede um parecer, perante a Assembléia Geral, que decide o ingresso ou não do pretendente à vaga.
A sede – A Academia Passo-Fundense de Letras sediou a Biblioteca Pública Municipal, criada em 2 de abril de 1946 e o Instituto Histórico de Passo Fundo, sendo, por vários anos, a casa guardiã da vida literária da cidade.
O prédio da academia, ora tombado pelo poder público municipal como patrimônio histórico, abrigou também o Clube Pinheiro Machado, associação político-partidária, durante as primeiras décadas do século XX; a Escola Complementar, com a finalidade de formar profissionais; foi ocupada pelo Tiro de Guerra nº 225 de Passo Fundo, e foi espaço da Biblioteca Pública Municipal.
Desde sua fundação, as mais expressivas pessoas da política, do comércio, da vida literária, das áreas médica e jurídica, do jornalismo, do magistério, que defenderam e defendem o valor que a literatura tem na formação moral e cívica do povo que contribuiu com a grandeza de Passo Fundo, passaram pela Academia Passo-Fundense de Letras.
O prédio da Academia, hoje, é moderno e confortável. Em seu interior há salas para reunião, biblioteca, espaço para lançamento de obras literárias, anfiteatro, cozinha, banheiros e elevador para conduzir pessoas com dificuldades físicas.
Todos os sábados, pela manhã, os acadêmicos reúnem-se para tratar de assuntos pertinentes ao funcionamento regular da Academia, bem como, ouvir trabalhos realizados pelos acadêmicos em âmbito literário.
Obras – Ao longo do tempo, foram publicadas pelos acadêmicos, na cidade de Passo Fundo, as mais variadas obras, tais como poesias, ensaios literários, discursos, crônicas e críticas literárias tanto de autores da cidade, como da região do Planalto Médio.
Ao longo da sua existência, patrocinou concursos literários na área estudantil, colaborou na constituição de comissões para avaliar trabalhos literários realizados por inúmeras instituições da cidade, como a Embrapa, a Coleurb, entre outras.
A academia, ao longo dos anos, publicou o seu anuário, onde os acadêmicos davam relevo aos acontecimentos da literatura sul-rio-grandense. O Anuário da Academia Passo-Fundense de Letras tinha como objetivo perpetuar a história literária do sodalício em Passo Fundo, oferecendo elementos de informação aos estudiosos e aos que se dedicavam à pesquisa bibliográfica e histórica.
Além do anuário, a academia publicou jornais literários como O
Guarani. Através do seu jornal, com publicação bimestral, informava o que vinha acontecendo no âmbito interno, bem como servia de espaço para a publicação de trabalhos literários de seus acadêmicos.
Hoje, graças ao esforço e à dedicação de todos os acadêmicos, a Academia Passo-Fundense de Letras edita uma revista literária com circulação semestral, chamada Água da Fonte, tendo como editores os acadêmicos Gilberto Cunha e Paulo Monteiro, com opiniões e conceitos emitidos pelos acadêmicos e com espaço reservado a outras pessoas da comunidade. A tiragem da revista Água da Fonte é de 1.200 exemplares, com uma média de 150 páginas, a grande maioria ilustrada, com o objetivo de promover a cultura passo-fundense.
Hoje, a academia conta com poetas e poetisas, como Francisco Garcia, Craci Terezinha Ortiz Dinarte, Jurema Carpes do Valle, historiadores como Pedro Ari Veríssimo da Fonseca, Paulo Monteiro, cronistas como António Augusto M. Duarte; romancistas como Jorge A. Salton. Pela Academia Passo-Fundense de Letras passou o maior historiador da região norte do Rio Grande do Sul, Francisco Antônio Xavier e Oliveira. Ele deixou registrado em suas anotações uma obra organizada do homem e do espaço no Planalto Rio-Grandense e reescreveu a história regional.
Outra historiadora de renome que faz parte da Academia é a professora Delma Rosendo Ghen, que reescreveu a história de Passo Fundo através de fontes confiáveis.
Resta lembrar as palavras de Sante Uberto Barbieri, o idealizador do Grêmio Passo-Fundense de Letras, em conversa com o presidente da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, em 1938, ao comunicar a criação do que seria mais tarde a Academia Passo-Fundense de Letras: “Duas coisas desejamos dizer-lhe: a responsabilidade que assumimos perante o resto do Brasil é grande. Precisamos conservar a posição de liderança, não esmerecendo no trabalho, no estudo, no amor às letras [...]”.
Welci Nascimento, professor, advogado e historiador, é membro efetivo da Academia Passo-Fundense de Letras. Seu endereço para correspondência é: Welci Nascimento – Rua Coronel Mostardeiro, 213 – CEP 99.025-100 – Passo Fundo – RS.
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