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Cronicas-->Eleições 2002 : Para mudar, o Brasil precisa saber votar -- 18/09/2002 - 23:26 (MARC FORTUNA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais uma eleição está chegando e novamente o destino do Brasil está em jogo. Muitos brasileiros infelizmente desconhecem a importància do voto e as consequências diretas no seu dia-a-dia. Acima de ser um dever do cidadão, votar é um direito do indivíduo. Esta crónica não é formulada para direcionar a tendência de voto do eleitor a quem quer que seja, mas sim, para reafirmar a importància do voto consciente. Votar porque o candidato é simpático, ou porque ele prometeu emprego a um membro de sua família, ou ainda porque ele é o que distribuiu maior número de camisetas e pentes, não lhe garantirá que ele estará, se eleito, representando os interesses de sua classe ou suas necessidades como cidadão. Para votar bem [ou ao menos conscientemente], é importante que você conheça o programa de governo não apenas de um, mas de todos os candidatos. Somente assim você poderá comparar e decidir por si mesmo qual será o candidato ou partido que merecerá o seu voto.

Sou brasileiro residente no Reino Unido. Mesmo sendo obrigatório o voto no Brasil, a legislação eleitoral torna facultativo o voto aos brasileiros com residência fixa no exterior. Mas como citei no início deste texto, votar não é apenas um dever, mas principalmente um direito. Transferi meu título de eleitor e para as votações presidenciais no Brasil, meu posto de votação é a Embaixada Brasileira em Londres. E assim como eu, muitos brasileiros fazem o mesmo, estudando as diversas propostas de governo e exercendo nosso direito individual de escolha.

O Brasil é um país rico em possibilidades, mas a falta de conscientização política e o excessivo número de partidos muitas vezes confundem o eleitorado, e o que deveria ser politização tranforma-se em politicagem. E isso faz com que em época de eleição o povo fique "P da Vida" com tantos Ps que integram as campanhas eleitorais. Vejamos: PTPLPCdoBPDTPSB PSDBPVPPSPRONAPSTUPMDBPANPCBPCOPFLPFPNCPNBPPBPRTBPSCPSDCPSLPCEPCMLPGTPMN PRVPRVPPSDPTB. Não, isso não é uma fórmula de física quàntica nem uma nova classificação de leitura genética. É apenas a sigla de 31 partidos (acredito que o número real seja ainda maior) que figuram no quadro político brasileiro.

Mas o que significam essas siglas? Quais são esses partidos? Os que consegui relacionar são: Partido dos Trabalhadores, Partido Liberal, Partido Comunista do Brasil, Partido Democrático Trabalhista, Partido Socialista Brasileiro, Partido da Social Democracia Brasileira, Partido Verde, Partido Popular Socialista, Partido da Reedificação da Ordem Nacional, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, Partido dos Aposentados da Nação, Partido Comunista Brasileiro, Partido da Causa Operária, Partido da Frente Liberal, Partido Federalista, Partido Nacional do Consumidor, Partido Nacionalista Brasileiro, Partido Progressista Brasileiro, Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, Partido Social Cristão, Partido Social Democrata Cristão, Partido Social Liberal, Partido da Conscientização Estudantil, Partido Comunista Marxista Lenista, Partido Geral dos Trabalhadores, Partido da Mobilização Nacional, Partido Revolucionário Verde, Partido da Representação da Vontade Popular, Partido Social Democrático, e Partido Trabalhista Brasileiro. Esses são apenas os que consegui relacionar. Podemos notar que muitos deles possuem quase o mesmo nome e, pela lógica, teriam a mesma linha de pensamento. Isso nos faz questionar: por quê esses partidos defensores das mesmas causas não se unem em um? Isso diminuiria o número de partidos e facilitaria a conscientização política da população.

Além do grande número de partidos, é comum no Brasil a realização de diversas eleições nas mesmas datas, como esta de 2002 onde teremos um pacote de cinco eleições: Presidente, Senadores, Governador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Esse é mais um fator que confunde o eleitorado e não lhe permite a oportunidade de analisar as diferentes propostas apresentadas. Vejamos como exemplo um estado brasileiros com grande representação na Nação: SP. O Estado de São Paulo contribuirá na eleição de Presidente e elegerá 3 Senadores, 1 Governador, 70 Deputados Federais e 94 Deputados Estaduais. São 25.665.553 eleitores em SP que terão que correr contra o tempo se quiserem votar conscientemente e estudar a proposta apresentada por 6 candidatos à Presidência, 15 candidatos ao Governo do Estado, 29 candidatos ao Senado, 793 candidatos a Deputados Federais e 1572 candidatos a Deputados Estaduais. E a história se repete nos outros Estados.

Neste ano teremos seis candidatos concorrendo ao cargo público de Presidente da República. Sim, o Presidente é um funcionário público que terá a nossa procuração para representar os interesses da Nação. E da mesma forma que não assinamos um cheque ou documento em branco, sem conhecer o teor do mesmo, precisamos estar conscientes na escolha de nosso procurador, no caso, o Presidente da República. Temos que parar de dar mais valor às "fofocas" e "brigas" entre os candidatos nos programas eleitorais e começar a questionar e analisar o que de fato eles estão propondo para melhorar a qualidade de vida do brasileiro. Nessa época de campanha todos brigam, alguns falam o que não devem e outros escutam o que não querem. Mas cabe a nós, eleitores, dar o passo inicial e mostrar a eles que queremos soluções concretas para os problemas da Nação e não estamos interessados na vida privada de nenhum deles. Afinal, estaremos votando para escolher o nosso líder e não para saber o que eles comem no café da manhã ou se eles já "pularam a cerca" no casamento... esses assuntos podemos deixar para as novelas da TV. E, para que possamos dar esse primeiro passo, é necessário que façamos um esforço e estudemos o que eles têm a dizer.

A seguir, colocarei como exemplo um dos tópicos dos Planos de Governo dos candidatos (para mostrar que são as propostas que devem ser consideradas) e frases que eles disseram na imprensa sobre os outros (para exemplificar o que não deve ser levado em consideração na hora de votar).

Garotinho é o candidato do PSB em coligação com o PGT e PTC. O slogan de sua campanha é "O Brasil que faz!". Uma das propostas de seu Plano de Governo é aumentar o salário mínimo a partir de Maio de 2003 para R$280,00. Sobre outro candidato, ele disse: "Vejam só o Lula, que sempre chamou Sarney de grileiro, apertando a mão dele, como está na primeira página dos jornais. Não sei quem mudou. Será que o Sarney devolveu as terras ou é o Lula que, agora, está convivendo com um grileiro?"

Ciro Gomes é o candidato do PPS/PTB/PDT. Em sua proposta de governo está a construção de 300 mil casas populares por ano, com participação comunitária e técnicas simplificadas de construção. Sobre outro candidato, ele disse: "Eu diria a você que o Serra é um projeto de ditador. Se hoje, como candidato, ele age assim - escuta telefónica, manipulação de imagens subtraídas clandestinamente, poder económico abusivo, manipulação da máquina do Estado - imagine um homem desse com o poder na mão. Deus me livre!"

Zé Maria é o candidato do PSTU e o slogan de sua campanha é "Esquerda pra valer!". Em seu projeto de governo está o não pagamento da dívida externa e interna aos grandes bancos e empresas. Sobre outro candidato, ele disse na imprensa: "O PT e Lula resolveram se aliar ao PL e Quércia e defender um programa que mantém os acordos com o FMI, o pagamento da Dívida Externa e as negociações da ALCA. Lula está aliado a um grande empresário e a um velho pelego"

José Serra é o candidato do PSDB em aliança com o PMDB. Em sua plataforma de governo está a criação de 8 milhões de empregos de 2003 a 2006. Sobre outro candidato, Serra disse: "O Ciro Gomes insultou o cinegrafista dizendo que ele trabalhava para o Serra. Depois, o país inteiro ficou sabendo que o rapaz era do PT"

Lula é o candidato da aliança PT/PL/PCB/PCdoB/PMN e traz em sua campanha o lema "Brasil sem racismo". Em seu plano de governo consta que o Brasil buscará estabelecer relações económicas, políticas e culturais com todo o mundo. Uma relação equilibrada com os países que integram o NAFTA, a União Européia e os países asiáticos em torno do Japão permitirá contornar constrangimentos internacionais, diminuir a vulnerabilidade externa e criar condições mais favoráveis para a inserção ativa do País no mundo. Sobre outro candidato, ele disse: "Serra vacilou. Ele uma hora é oposição, outra hora é situação. Ainda não se definiu"

Rui Costa Pimenta é o candidato do PCO (Partido da Causa Operária). Infelizmente, por mais que eu pesquisei, não consegui acesso ao seu Plano de Governo e inclusive seu website estava fora do ar.

Como já afirmei, não tenho a intenção de influenciar quem quer que seja. Meu único pedido é que os leitores estudem todas as propostas, analise e tire suas próprias conclusões. E no final, ao menos você estará ciente de que fez a sua parte, não somente indo votar, mas conhecendo as propostas e sabendo o motivo de você ter escolhido aquele determinado candidato.


Marc Fortuna, 19/09/2002
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