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Artigos-->FRANCISCO MIGUEL DE MOURA - SINÔNIMO DE LITERATUA -- 06/10/2012 - 13:48 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

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ARTIGO


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Francisco Miguel De Moura – Sinônimo De Literatura



Gilson Chagas   30/09/2012



Pelo esmero e densidade dos textos em prosa ou verso e de sua militância quase religiosa em favor da literatura, tem sido fartamente estudado e saudado pela crítica



 



Em 1973, a publicação de meu primeiro livro me propiciava, entre outras   alegrias, a chance  de conhecer, em pessoa,  alguns dos expoentes da imprensa e letras do meu estado natal, o Piauí. Com o encantamento do quase adolescente que se vê diante de seus mitos,  pude, enfim, entrevistar-me, num plano favorável, com  Carlos Said – o legendário “magro de aço” -  que se tornara padrinho e divulgador  de minhas  colaborações ao seu programa  “poesias do Piauí”, na Rádio Pioneira de Teresina. Inestimável apoio recebi de Herculano Moraes, já poeta de renome e secretário de redação do jornal O Estado, concorrente de O Dia na liderança jornalística regional.  Encontrei  generosa acolhida em A. Tito Filho, ícone da cultura, emérito incentivador dos autores iniciantes e eterno presidente da Academia Piauiense de Letras. Conservo, ainda indeléveis, preciosas lições de  Fontes Ibiapina, em  nosso encontro de apresentação, na casa de seu irmão Pebinha, na cidade de Picos. Daquela primeira conversa que, ao lado do hoje destacado jurista e poeta Ozildo Barros, tive com o notável escritor, pincei  a enfática afirmativa  que  ele ali fizera sobre Francisco Miguel de Moura. Este,  a quem eu conhecia de   Santo Antônio Lisboa e, à época, já com 3  livros  na praça,  era nome emergente na literatura do estado. Dentro de um contexto mais amplo,  disse-nos Fontes Ibiapina, sem reserva:



- O livro de Chico Miguel, Linguagem e Comunicação em O.G Rego de Carvalho, é tão bom quanto a própria obra por ele analisada.          



O veredicto de Fontes – doutor da lei e das letras -   era apenas um  minirretrato de uma carreira em começo - alvissareiro  por excelência. No curso destas décadas subsequentes, a obra de Chico Miguel expandiu-se e  aperfeiçoou-se. Cresceu em número e profundidade; abriu-se para variados gêneros; diversificou-se.    Lançou ele até aqui (2012) 33 livros: 15 de poesias, 4 romances, 3 volumes de contos, 2 volumes de crônicas, 7 de crítica ou história literária, 1 biografia, 1 memorial, sem contar opúsculos de crítica, depoimento e discursos.Além destes, há milhares de artigos  espalhados por jornais e revistas do Brasil e do exterior.  Como diria Zé da Luz, o poeta do absurdo, ele está na “oropa, França e Brasil”.



Pelo  esmero e densidade dos  textos em prosa ou verso e  de sua militância  quase religiosa em favor da literatura,  tem  sido  fartamente  estudado e saudado pela crítica qualificada;  lido e aplaudido pelos  núcleos seletos aonde sua criação tem conseguido chegar  Tornou-se, enfim, nesses anos,  referencial e fonte para  pesquisas, dentro e fora do Piauí. É também  analista e prefaciador   concorrido  por  autores novos e veteranos



Infelizmente, contudo, por  fatores abstratos - cuja existência e efeitos  o bicho-homem - admita  ou conteste -  não pode  controlar  –  a  obra de Chico Miguel não tem recebido tratamento justo do  grande mercado editorial brasileiro, quiçá, internacional.        Juntam-se, por certo,  a esses “fatores  incontroláveis”  algumas causas visíveis, como os históricos estigmas que, no curso dos séculos, operam e  perduram  contra as regiões e unidades federativas de menor expressão socioeconômica,  que “a roda dos escarnecedores”  (des)classifica como “longe demais das capitais”. Esses crônicos preconceitos - absurdos mas palpáveis - por um sistema perverso de transferência, acabam obscurecendo a arte  produzida em estados como o nosso e limitam os horizontes  dos talentos  que,  pelos vários motivos, neles permanecem. Raras foram até aqui as exceções que conseguiram “escapar” a esse cerco.



O fato é que, embora  muito bem difundido nos domínios  regionais, o nome de Chico Miguel, se não é exatamente inédito no restante  do país – posto ter o respeito de grupos  específicos  -    ainda não alcançou os grandes contingentes  que consomem cultura  além de suas habituais fronteiras.  Precisa ser (urgentemente)  “descoberto” pelas editoras ditas “top”, para ser “apresentado” à grande massa. Pois no segmento editorial que reina no mercado imperam alguns enigmas e paradoxos. Exemplo:  embora  o livro  constitua  a “matéria-prima” dessas  empresas,  a qualidade    literária da obra  não garante sua  seleção. E – pasme-se! –  às vezes, atrapalha.  Há mais critérios e interesses  entre o teto e o piso das engrenagens  humanas  do que supõe  nossa vã filosofia. E esses descompassos têm gerado alguns  mostrengos sociais. Exemplo disso é o JUQUINHA ASS (bumbum) MUSIC,  santo do pau oco  que vem “surfando  numa onda”, arrasta multidões, fez escola e  fortuna, virou celebridade. Enquanto isso, o genial Zé da Silva, que atravessou a vida real “num rabo de foguete”, deixou toneladas de grande ficção, mas  nunca teve, nem terá um grama de reconhecimento. Melhor “sorte” mereceram  João Sebastião e Vicente. Um músico, outro artista plástico. Ambos ouviram sonoros muxoxos dos contemporâneos, tocaram em brancas nuvens suas vidas quadradas,   mas acabaram “consagrados” na posteridade.       .                                                 ...



Cabe,  por fim,  instar o empresariado do livro a abrir uma página de seu catálogo  para   autores como Francisco Miguel de Moura, escritor de nome simples, que é sinônimo de literatura no Piauí  desde 1966. Este, o ano de “Areias”, sua poesia de estreia. A bibliografia de Chico, criada em padrões de excelência, teve, até aqui, seu  potencial mercadológico subutilizado em edições independentes e  pequenas tiragens de  programas governamentais. Ela e ele aguardam apenas um “banho” de editora, distribuição e mídia,  para ocuparem, afinal,    o patamar literário que   lhes é de direito.



Os  leitores torcemos para que essa injustiça - que já está perpetrada – não se perpetue.  E, “para o bem de todos e felicidade geral da nação”, que essa  obra  singular possa ter suas fronteiras rompidas, para  tornar-se, afinal, legitimamente possuída e plenamente  desfrutada  por seus donos verdadeiros, a massa leitora desta  geração.   



*Gilson Chagas, escritor e professor universitário em Brasília-DF, autor de 2 romances e um livro de poemas, além de várias obras acadêmicas no ramo de Ciências Contábeis.


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