.;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .; Livro: VERTIGEM
 .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .;  .; Traumas
Sou forte - dizia o vento
ao rijo d árvore galho
que exposto ao dócil relento
sorvia de doce orvalho.;
sou forte, escuta o meu brado,
olha a campina que deita,
veja a desordem no prado
que a minha força sujeita.
Veja a desordem que faço,
a miséria que eu (es)palho
na força vil do trabalho
que trago acerbo do espaço.;
as bases fortes que abalo,
os que destruo pomares,
os troncos que como talos
eu tombo como vulgares...
O galho, sério, responde:
sei que és forte tal trovão.;
o ser, de medo, se esconde
de ti (em) cova no chão.;
mas sei também que tu passas
- passageiro sicofanta -
e após as tuas fumaças
de novo tudo levanta!...
CPE-MS, 22.02.85
22:02
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