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Ensaios-->UM REI, AO MOLHO DE CHÁVEZ ESCALDADO, COZIDO E SERVIDO -- 27/11/2007 - 15:14 (FERNANDO HENRIQUE OLIVEIRA DE MACEDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UM REI, AO MOLHO DE CHÁVEZ ESCALDADO, COZIDO E SERVIDO

por Fernando H. O. de Macedo

No incidente da Conferência da Cópula das Américas (ou seria de Cúpola?!...) todo o mundo arvorou-se a defender o Rei (e a falar contra Chávez), ninguém se tendo lembrado de que qualquer entrevero pessoal tem, pelo menos, DOIS lados. Ninguém se lembrou, tampouco, de que NADA pode justificar o fato de alguém meter-se a latir para um cão:- nem mesmo o fato prosaico de esse cão ter sido o primeiro a latir (em Espanhol, ou Latim!):- e isto por mais injusta, impertinente, insultuosa, ou provocadoramente que ditos latidos caninos tenham sido, originariamente, dados!... .

O Mundo não parece ter, ainda, aprendido que:- Chaves se guardam em molhos; e que as idéias e “liderança” de Chávez não se levam a sério, já que se trata de mero índio mal-aculturado (bufão e endinheirado), metido a Coronel (possivelmente do Exército da Salvação!), prosélito e herdeiro político da liderança moral que Fidel Castro um dia teve (nos âmbitos Centro e Sul-Americanos), além de ser Chávez doentiamente ávido por aplauso, popularidade e liderança políticas, a qualquer preço:- do tipo atacado por fixação fálica (por flashes e microfones), posando para uns e falando aos outros, até quando desligados, ou a ele, Chávez, não direcionados. Um ídolo bufo, enfim, que mais bem faria (porque mais à vontade, com toda a certeza, estaria) como Chamãn, que como Coronel-Ditador (depois da meningite!!!).

Muito piores, porém, que os latidos de Chávez contra a Espanha, foram as afirmações posteriores, de Lula, sobre o “primado da Democracia na Venezuela”:- o que apenas serve para demonstrar que Lula nada entende de Venezuela; e menos, ainda, de Democracia... .

Vale também lembrar, desde logo, que, como auto-crismado êmulo (ou Súcubo!) de Simon Bolivar (e projeto de líder internacional/regional latrino-americano), Chávez, sendo maluco e endinheirado, também tende a ser BEM MAIS perigoso, e efetivamente capaz de espalhar o caos, que Fidel Castro jamais foi:- é que, enquanto a Venezuela é um País rico em recursos materiais (petróleo e gás, só na estratégica área da Energia), para nem mencionar aqui sua também estratégica posição territorial (com costas e portos abertos para o Caribe e os Atlânticos Norte e Sul), Cuba, ao contrário, sempre foi, e continua a ser, um País pobre e dependente (mero monocultor de açúcar!); Castro, por isso mesmo, nunca conseguiu voar muito alto, nem sozinho, ou seja, sem o beneplácito de Moscou; e, mesmo assim, sempre num cenário de Guerra Fria, onde a disciplina (intelectual, ideológica e de ação), de cada Chefe-de-Estado (alinhado a um dentre dois únicos e grandes blocos político-militares conflitantes, v.g. os USA e a URSS), era regra essencial e vital nesse contexto geopolítico global. Daí, enquanto encrenqueiros (ou “trouble-makers”), Castro (e Cuba) só conseguiram exportar o caos em termos muito limitados, e para Países carentes de maior relevância global (tais como Bolívia, Congo e Angola), além do fato de Castro e Cuba terem apenas apoiado (com o fornecimento de armamento e treinamento militares), meros grupos terroristas (independentes e descoordenados entre si), em Países também subdesenvolvidos, (tais como Argentina, Uruguai e Brasil). Chávez, porém, pode ir muito além, (vide, maxime Irã e Coréia do Norte), pois não responde a Moscou (nem a qualquer outro País grande, por isso mesmo dotado de lideranças equilibradas, inteligentes e responsáveis), pensa e age per se (maluco que é!), e dispõe de meios e fundos para concretizar o caos que é capaz de conceber sem qualquer “ajuda” extra-craniana.

E o que mais tem o Brasil, aqui e agora, para, eficaz e imediatamente, fazer frente a Chávez, além de um Presidente igualmente boçal, uma Diplomacia assaz carente de credibilidade, e Forças Armadas sucateadas?!. A única diferença existente, pois, na prática, entre Lula e Chávez, parece estar em que enquanto Chávez é, evidentemente, um boçal endinheirado (e bem armado, além de ser dotado de uma mente expansionista, totalitária e prepotente), Lula, a seu turno, é apenas um boçal, porém sempre capaz de interpretar os discursos (vazios!) que alguém escreve para ele!!!... .

Talvez por isso mesmo é que o pobre Rei (que, queira-se ou não, é apenas humano & 8213; e mal informado! & 8213; e, por isso mesmo, falível como todos nós outros!...), tenha ali se esquecido, por um átimo, de que se encontrava participando de uma Conferência Internacional, entre outros Chefes-de-Estado, como ele mesmo:- e NÃO na segurança (intimidade e privacidade) de seu palaciano lar ibérico, dessarte livre para, a seu único talante pessoal, MANDAR CALAR-SE qualquer mais jovem parente, ou familiar subordinado seu!!!.
O Rei ali estava, voluntariamente, entre outros representantes de Soberanias análogas à sua própria; e, como tais, todos os demais ali se encontravam legitimados pelo sufrágio popular universal, ao passo que ele, Rei, só fora legitimado, quando muito, pelo Pacto de Moncloa (e não mais por “Direito Divino”). Longe vai, no tempo, a Espanha de Torquemada e da Inquisição, do absolutismo (pouco esclarecido), e das bulas papais, do Generalíssimo Francisco Franco (e de seu garrote)... . Será que, para Don Juan Carlos, o Breve, “o tempo passou na janela, e só Janaína (leia-se Juan Carlos) não viu”???!!!... . O Rei pode até não ter adotado, ou “recepcionado”, o garrote de Franco:- preferiu casar-se com uma das netas do Generalíssimo!; e casamento esse que, de resto, não parece ter sufocado o Rei... .

Protocolo, como se vê, não é algo que se possa quebrar impunemente, e sem maiores conseqüências ponderáveis, já que não se trata, apenas, de um mero conjunto de regras e/ou formalidades vazias de sentido:- mas, antes, trata-se de um conjunto, técnico e coerente de regras sábias, práticas, consistentes com a realidade previsível, e, por isso mesmo, lógicas, sempre tendentes a levarem à obtenção daquele grau de segurança e proteção possíveis para Pessoas e Instituições, bem como para a salvaguarda de situações delicadas e frágeis, por suas próprias naturezas.
Nesse contexto, o Protocolo é, evidentemente, um precioso Instrumento de Cerimonial Oficial (e, consequentemente, de Relações Humanas), que não deve ser quebrado:- menos ainda se o vier a ser pela própria Pessoa que o Protocolo se destine a proteger. D. Juan Carlos, in casu, começou a quebrar o Protocolo (que, como vimos, é algo que fora concebido, exata e precisamente, para proteger a pessoa do dito Rei), quando tomou a decisão (errada!) de aceitar participar, direta e pessoalmente, de um ato oficial em que ele próprio, enquanto Rei, era, ipso facto, a única “testa coroada” presente, quando todos os demais Chefes-de-Estado ali presentes tinham, no sufrágio popular universal, a legitimidade, o fundamento e a razão a justificarem a presença, ali, de cada um dos ditos “Plebeus”. Foi a partir, pois, dessa originária (voluntária e aparentemente irrelevante!) heterogeneidade (e conseqüente quebra de protocolo “in personam”), que tudo o mais se prepara para DESABAR, sem qualquer outro aviso. Isto era previsível para qualquer Chefe de Cerimonial, ainda mais quando se sabia que Chávez estava na Lista dos Convidados. Segue-se que, ao quebrar o Protocolo, foi o próprio Rei quem, na verdade, se excedeu, (“abrindo seu Real Flanco”), ao aceitar um convite para participar, pessoal e presencialmente, de um evento em que ele próprio, Rei, era o único elemento (ponderável!) de heterogeneidade pessoal no evento. Juan Carlos, dessarte, como que se despiu (na hora errada!) de sua brilhante (e, de outra forma eficaz!) armadura, e isto imediatamente ANTES de “entrar em combate”:- coisa esta que, de resto, nem mesmo o mais “raso”, inexperiente (e “plebeu”!) dos soldados faria. Ao despir-se, pois, da proteção institucional que a estrita observância do Protocolo lhe teria necessariamente assegurado, Juan Carlos de Bourbon como que implorou, ao Azar, que o alvejasse (e gravemente!). Ora, quem procura “sarna para se coçar” acaba (mesmo!) por encontrá-la:- e sempre a encontra em quantidade e gravidade até maiores que as previstas, já que riscos são algo impossível de se calcular “a priori”, e com qualquer grau de precisão seguro. Juan Carlos, in casu, efetivamente encontrou “sarna” com fartura:- e não apenas para si mesmo, senão antes também, e principalmente, para os próprios Soberania, Povo, Imagem e Prestígio Internacionais... da Espanha!!!. Só isto já deve, com certeza, ter feito “rolarem, em suas tumbas e mausoléus” (de vergonha, ultraje, frustração e raiva!), não só Rodrigo Diaz de Bivar (El Cid), como também Felipe II, San Fernando, Isabel de Castilla, e ainda todos os demais próceres espanhóis, mui nobres Pais e Pares de Espanha.

Segue-se que, se houve heterogeneidade “in personam” (e se esta, uma vez tendo sido mal absorvida, acabou por efetivamente produzir suas conseqüências funestas), dita distorção NEM PORISSO FOI CRIADA POR CHÁVEZ, mas, antes, o foi pelo próprio Don Juan Carlos, o Breve (ou seria... o bravo?!...):- heterogeneidade mal absorvida essa, de resto, criada que foi, frise-se, ao ter o próprio Rei aceitado (numa inexplicável quebra de Protocolo), um convite para participar, presencial e pessoalmente, de um dado evento, quando dita participação espanhola deveria e poderia muito bem (e aqui com ainda maiores proveito e segurança!) ter-se dado na pessoa de algum representante, embaixador, ou delegado real “ad hoc”, e pessoa essa que, de resto, e nessa condição interposta, hoje estaria (caso fatos análogos tivessem ocorrido) ela própria na posição de dever, ao Rei, as devidas contas do desempenho (“mau” ou “bom”, ao critério final do Rei) da missão de que tivesse dito representante real sido incumbido. Hoje, ao contrário, é o próprio Rei quem, moral e politicamente, está colocado nessa incômoda posição (de dever contas):- perante, exatamente, o mesmo e próprio Povo Espanhol que lhe outorgou a Coroa, via Pacto de Moncloa. Ou será que Juan Carlos ainda acredita na Teoria do Direito Divino, mercê da qual ele, uma vez tendo sido escolhido e ungido por Deus (!) para reinar, seria absoluto e soberano perante os homens, e responsável, por seus atos e erros, apenas e exclusivamente perante o próprio Altíssimo, e mais ninguém?!... .
A dura verdade está em que a Monarquia (mesmo quando mitigada pelos acessórios eufêmicos “Constitucional” e “Parlamentarista”), é, per se, um sistema e regime caducos, anacrônicos (e falidos!...). O mais é “dourar a pílula”, e NÃO melhorar substancialmente os fatos, que continuam sendo os mesmos.

In casu, foi o próprio Juan Carlos de Bourbon, pessoalmente (cujo comportamento no Exterior, aliás, e maxime mercê de sua condição e formação cultural aristocráticas, esperava-se fosse exemplar e impecável), quem permitiu ver-se envolvido num incidente diplomático (do nível “bate-boca-de-bar”), que também envolveu Chávez (dessarte nivelando ambos entre si!!!). E logo uma “nivelação” a Chávez, Cão das Américas, que contra muitos late e rosna (dessarte emulando NÃO o nobre Simon Bolivar, mas, antes, “gente” (?...) como Idi Amin Dada e/ou Jean-Bedel Bokassa!!!...), e que, por isso mesmo, deveria ver-se “posto em seu lugar”, de preferência a chicote!!. Cão esse, ademais, que para com outros (v.g. Evo Morales), age como “cão-de-cegos”, sempre para conduzi-los, com precisão e certeza, porém na direção errada. Segue-se que as chinelas que Chávez calça não ficam bem em qualquer Rei; e a tanga, e demais balangandãs indígenas, que Chávez por certo usa (debaixo de suas mal-cortadas roupas ocidentais) só cabem nele mesmo...:- Veja-se ONDE Don Juan foi “amarrar sua égua”!!!... .

Bachelet não errou ao convidar o Rei, pois a presença pessoal dele visava trazer um ainda maior prestígio ao Chile, bem como ao evento aí sediado. Por outro lado, os sempre provocadores latidos e rosnados de Chávez são até lugar comum, ou seja, algo que se entende (e até se espera!), que aconteçam:- são a regra (conhecida e previsível) do jogo. O que chocou foi, pois, o fato deplorável, tanto quanto inusitado, de um Rei responder, aos latidos de Chávez, com latidos iguais (dotados estes últimos do condão de nivelarem a pessoa do Rei à canicidade de Chávez); algo, de resto, que não se teria esperado que pudesse acontecer sequer com as pessoas de Caroline de Mônaco, ou mesmo do próprio Príncipe inglês, Charles (ambos quando mais jovens).

A Monarquia, assim, LONGE de mostrar suas pretensas “força”, “vitalidade”, “superioridade” e “intangibilidade”, acabou foi por mostrar in casu (Instituição Humana que é), suas fragilidade, vulnerabilidade, caducidade, falibilidade e anacronismo, a si intrínsecos. Monarquia, portanto, não torna, só per se, ninguém “melhor” (nem “mais esperto”, ou “mais inteligente”!), nem “mais forte”:- só o torna, quando muito, mais VISÍVEL.

Em todo esse incidente, é de se notar ter faltado atitude e “aplomb” ao Rei, pois, ao ouvir a primeira agressão verbal dirigida ao seu ex-premier, o Rei poderia, com toda a majestade, ter-se levantado e deixado o recinto, dessarte passando a clara e visível mensagem de que ele, Rei, tinha mais o que fazer, além de ficar ouvindo um índio boçal latir impropérios inúteis; e, com toda a certeza, teria sido seguido por outros presentes (começando pelos mais sedentos e afoitos por investimentos espanhóis em seus respectivos Países) dessarte mostrando liderança (moral e política), e fazendo gorar o conclave “dos Plebeus”, mas por culpa exclusiva de um deles.
Já, a Chávez, faltou presença de espírito, pois, ao ter sido mandado calar-se, poderia ter retrucado que ali ele estava não “in personam”, mas como depositário, guardião e representante maior da Soberania Venezuelana (jurídica e formalmente nivelada à espanhola), e que, como tal, não podia ser obrigada a calar-se, já que, em Direito Internacional, “iguais não mandam em iguais” (Par in pari imperium non habet). Com isso Chávez teria deixado o Rei “de saia irremediavelmente justa”, e sairia do incidente como líder aplaudido, não como cão sarnento e desprezado.
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