Leio na renomada revista Nature de 14 de novembro de 2007 que alguns físicos do Reino Unido conseguiram encontrar uma maneira de “capturar” um arco-íris através de um material especial, congelando cada diferente freqüência de luz nesse material. Ao mesmo tempo, assisto as apresentações dos alunos da disciplina optativa de “Caos, Fractais e Complexidade”, IB, UNESP, Botucatu, em 19 de novembro de 2007 e vejo a tremenda criatividade dos grupos ao falar do poder do sutil, do poder do bater das asas da borboleta. Essas são as apresentações que irão servir de avaliação para os alunos. E que criatividade! Foram bem além do que o professor sugeriu. Que ótimo! Aí, conversando com meus botões nas idas e vindas dos pensamentos e nas avalanches de idéias que essas aulas provocam, penso que é exatamente esse poder do sutil que pode ser usado para mudar vidas inteiras. As curas para nossos males nos são oferecidas a todo momento, em artigos, aulas, etc... Ah, se prestássemos atenção... E mudar vidas pode ser através do ato de congelar um arco-íris em seu coração, por exemplo. Ah, então o artigo da Nature tem tudo a ver com as apresentações dos alunos? Sure... Se você sai nas praças oferecendo um abraço, por exemplo, esse ato pode não só produzir um brilhante arco-íris, como perpetuá-lo nas pessoas que vibrarem na mesma energia do ato. E aí, cai o véu e os que vestem escuro, finalmente se percebem escuros e colocam luz em suas vestimentas. As atitudes são outras, a morte sai de cena. Uma sutileza que produz grandes mudanças... As borboletas têm poder... Porém, quem não crê que arco-íris é algo mais que um feixe de cores no horizonte quando uma chuva chata vem destronar o sol, ainda está perto do equilíbrio e não pode responder ao sutil. Só responde ao sutil quem é um sistema aberto, longe do equilíbrio. Pense com carinho: você é aberto às sutilezas? Você consegue capturar um arco-íris em seu coração? São esses detalhes que transformam tudo e que podem mudar tudo a cada instante. Por eles, vale a pena lutar pela transformação da educação, da saúde e da vida, pois os padrões fractais inadequados podem ser sempre alterados. A convite da resenhista da revista Nature, lembro-me da Madre Superiora no filme “A Noviça Rebelde” que pergunta na canção “Maria” cantada nos átrios do convento logo no início do filme: como segurar um feixe de luar em suas mãos? A partir dessa lembrança oportuna, posso intuir o grande papel da rebeldia saudável de Maria, a noviça, que fez brotar todas as inquietações nas cabeças das freiras do convento. Não há como segurar um feixe de luar em suas mãos ou congelar um arco-íris se você não for flexível, se não for aberto, se não for criativo. Não dá! E o papel dos rebeldes saudáveis é o de trazer o questionamento profundo das aparentes impossibilidades da natureza para fomentar mudanças que geram vida em plenitude.