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Ensaios-->Guy Sorman lança livro Ano do Galo - Verdades sobre a China -- 08/11/2007 - 08:44 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lançamento de livro sobre a China em São Paulo

por Redação MSM em 08 de novembro de 2007

Resumo: Palestra e Lançamento do Livro 'Ano do Galo - Verdades sobre a China' do intelectual francês Guy Sorman.

© 2007 MidiaSemMascara.org

A ACSP,FAAP e a É Realizações têm o prazer para convidar para a palestra O Ano do Galo - Verdades sobre a China do economista Guy Sorman, a realizar-se 14 de novembro, às 10h30, no Centro de Convenções da FAAP - prédio 5, subsolo - Rua Alagoas, 903.

Na ocasião, a editora É Realizações estará lançando o livro de Guu Sorman, economista francês, sobre o tema.

Lugares limitados. Favor confirmar presença pelo e-mail: stescari@acsp.com.br.


***

Comentário

Félix Maier

O pensador liberal Guy Sorman é também autor dos livros A Nova Riqueza das Nações (Instituto Liberal/Nórdica, Rio, 1987) e A Solução Liberal (Instituto Liberal, Rio, 1989), além de La révolution conservatrice américaine, Létat minimum, Les vrais penseurs de notre temps.

A Nova Riqueza das Nações trata da abordagem econômica do Terceiro Mundo, estudo feito por Sorman na década de 80 em 18 países, durante 3 anos, incluindo Egito, Índia, China, Cuba, Coréia do Sul, África do Sul, Brasil.

Segundo Sorman, não existem vítimas do 'imperialismo', das condições geográficas, mas dos maus governos, da má administração de seus políticos. A solução para a pobreza e o subdesenvolvimento deve ser uma busca singular, dentro de cada país, de acordo com as potencialidades de cada nação.

O livro aborda, também, a 'Revolução Verde', a tecnologia genética que aumentou a produção de grãos no mundo e salvou países como a China e a Índia de fome endêmica.

O outro livro, A Solução Liberal, trata da filosofia liberal clássica, aquela calcada no pensamento de titãs da economia, como Adam Smith, Hayek e Mises. Não tem nada a ver com o dito 'liberalismo' dos britânicos (representados pelos trabalhistas) e dos americanos (representados pelos democratas), os quais pretendem, não um Estado mínimo, como pregam os autênticos liberais, mas o feroz animal bíblico Leviathan, o Estado autoritário, muito bem descrito por Hobbes em seus portentoso livro Leviathan (ou Leviatã).

'O liberalismo é uma palavra que serviu muito, na medida exata, nos países anglo-saxões, para designar o inverso do que é: um liberal americano ou britânico está antes de tudo mais próximo de um socialismo francês' (prefácio do livro, pg. 6).

O livro aborda temas como a Sociedade Mont Pèlerin, o corporativismo dos movimentos sociais, as atuações liberais de Margaret Thatcher e Ronald Reagan, a Nova Classe dos burocratas estatólatras. O ideal liberal, segundo Sorman, é taxar a despesa, não a renda; menos Estado só é possível através de menos imposto.

Guy Sorman lamenta que na Europa ainda se acredita que o Estado cria o crescimento, ao passo que nos EUA e no Japão o crescimento se dá com menor intervenção do Estado na economia (hoje isso é discutível, pelo menos no que concerne aos EUA, onde o governo interfere cada vez mais na economia, para safar-se do desastre financeiro provocado pela quebra do setor imobiliário). Ou seja, uma luta entre Keynes e Schumpeter. Diz Sorman:

'Para os keynesianos, a riqueza das nações resulta da demanda das massas. Se esta diminui, cabe ao Estado dar novo impulso a ela, através das despesas públicas. A vulgata keynesiana é naturalmente para os povos e seus dirigentes, já que justifica, ao mesmo tempo, a alta dos salários e o aumento da intervenção do Estado como instrumentos da prosperidade. A divisa dos keynesianos poderia ser emprestada por François de Closet: sempre mais - mais dinheiro, mais salários, mais despesas.

Os schumpeterianos, ao contrário, apostam na iniciativa individual. São os chefes das empresas, os inventores, os comerciantes que impulsionam o crescimento. Não foi a demanda dos consumidores que criou uma indústria do automóvel, do computador individual, mas o gênio produtivo e comercial dos empresários. Assim como Keynes subordina o crescimento ás massas, Schumpeter privilegia as elites. Mas essas elites econômicas não devem nada à sua origem social. O grupo dos empresários só se distingue por sua vontade de criar riquezas; é uma espécie de cavalaria dos tempos modernos. Esses homens e essas mulheres não brilham necessariamente por sua cultura nem por sua formação; não são especialmente inteligentes ou fascinantes. Têm em comum apenas o desejo de criar atividades econômicas. São os ativistas da economia, para usar o vocabulário americano. Pertencem a todas as nações, a todos os meios, a todas as gerações, transgridem os hábitos, as regras do bom-tom. O drama da Europa não é a falta de matérias-primas, mas o não conhecimento do papel dessas pessoas. A experiência liberal dos anos 80 dá razão ao professor Giersch: o crescimento está de volta às nações onde os empresários retomaram a iniciativa, mesmo naquelas onde a esperança parecia perdida' (pg. 110 e 111).

O leitor dirá: mas o Brasil aplicou a 'solução liberal' nos anos 80 e deu no que deu. Bobagem. O Brasil, na época com 80% de sua economia estatizada, estava muito mais próximo do paquiderme soviético do que de um verdadeiro Estado liberal, como é Coréia do Sul e, mais recentemente, o próprio Vietnã, que hoje é um dos maiores produtores de café do mundo e está rapidamente saindo da miséria por conta de um autêntico 'choque liberal'. O Brasil vive ainda o pré-capitalismo, ou seja, o mercantilismo dos tempos de Pombal, em que sobressai o patrimonialismo denunciado por Max Weber, que consiste na promiscuidade do bem público com o particular. A prova mais cabal disso é o rápido enriquecimento dos políticos, como foi o caso de ACM, José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros. Até Lula está se tornando milionário, por conta das inúmeras viagens inúteis que faz pelo interior do Brasil e ao redor do mundo, mas que lhe rende gordas diárias, que no exterior são pagas em dólares.

Enfim, o recado de Sorman para o desenvolvimento do Terceiro Mundo é simples: o Estado deve se ater a obras de infra-estrutura, Segurança, Saúde e Educação. A economia deve ser deixada para quem entende do assunto: o empresariado.

Parodiando a máxima 'laissez-faire, laissez-passer!', pode-se repetir com Sorman: 'Deixa o empresário trabalhar! Deixa o comerciante trabalhar! Deixa o inventor trabalhar!' Enfim, 'deixa o homem trabalhar!' - como dizia aquela frase lulana da campanha presidencial, que, no caso, seria mais correta se fosse 'deixa o homem viajar!' A iniciativa individual é que cria o desenvolvimento das nações, não o dinossauro estatal, cada vez mais ávido por impostos, mais perdulário, mais corrupto. Dinheiro chama dinheiro, miséria só chama pobreza. A opção, portanto, deve ser feita preferencialmente em favor da riqueza, como prega a ética protestante, não da pobreza, como prega a Igreja Católica.

O novo livro de Sorman, Ano do Galo, vem em boa hora, para tomarmos conhecimento do que está ocorrendo na China atual, o dragão adormecido durante milênios que acordou do sono profundo depois que começou a liberalizar sua atividade econômica e já é a 3ª maior economia do planeta.


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