Quem sou eu? Quem somos nós? Nossa essência é sempre a mesma? Robert Wilson em seu livro 'Psicologia Quântica' diz que não e que os recentes desenvolvimentos da Física Quântica abrem caminho para um progresso muito mais rápido para a compreensão de estados paranormais e transcendentais. Diz ele que quando o 'eu' atua no sistema não-local, ele se torna um 'eu' diferente. O 'eu' não-local é transcendente, como sabia Buda, por isso não podemos chamá-lo propriamente de 'eu'. Esse 'eu' pode estar sempre mudando. E não é que faz sentido? Quando eu sinto que estou deixando de ser o 'eu' de sempre e adentrando searas desconhecidas, posso estar entrando mais profundamente na toca do coelho. Vem o medo do desconhecido e do perigoso. Pode ser perigoso, de fato, se eu não souber dos limites saudáveis, mas pode não sobrar nada de vida se eu deixar o medo assumir o comando e não quiser ir mais longe que o 'eu' clássico define. E quão longe eu quero ir, pergunta o meu primeiro 'eu'? E se você voltar da toca como um outro ser, pergunta o 'eu' cartesiano? Sabe-se que os efeitos não-locais existem entre partículas, pessoas e sistemas que, por alguma razão, já estiveram juntos num determinado espaço-tempo da vida e se mantém num certo campo morfogênico, como diz o biólogo Rupert Sheldrake. Presente, passado e futuro se misturam, então. Ora, se com consciência do não-local o 'eu' pode se tornar um 'eu' diferente, entrando mais fundo na toca do coelho, a questão da reencarnação ganha outro status, outras possibilidades, juntando idéias do 'eu' individual do ocidente com o 'eu' difuso na natureza vindo do oriente. Um outro 'eu' que volta, mesmo saindo deste meu primeiro 'eu', pode fazer mais sentido. Para pensar... Quando Capra fez a ligação da Física Quântica com o misticismo oriental no 'Tao da Física', ele não estava louco como querem os 'eus' que só aceitam eles mesmos imutáveis, mas havia entendido parte desse quebra-cabeça de diferentes 'eus' da Física Quântica. |