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Ensaios-->Aquecimento global: Bom senso e ar quente -- 11/10/2007 - 15:58 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bom senso e ar quente

Uma crítica ao controverso novo livro de Bjorn Lomborg, 'Cool It', que desafia a maioria das bases que sustentam o consenso da mudança climática

Kevin Watkins (*)

Bjorn Lomborg acredita que o futuro será bem melhor do que somos levados a acreditar. Não dá para criticar sua ambição ou sua perseverança. Mas seu novo livro, 'Cool It' (esfrie), é uma mistura de fatos apresentados de forma seletiva, que falha em tratar do verdadeiro desafio representado pela mudança climática.

Os dois últimos anos viram uma mudança extraordinária nos debates públicos sobre este assunto. Os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) apresentaram evidências inequívocas sobre as realidades do aquecimento global induzido pelo homem. Um relatório de Nicholas Stern para o governo britânico, no ano passado, argumentou fortemente que os custos humanos, sociais e econômicos do fracasso em lidar com a mudança climática superarão enormemente os custos da redução dos gases responsáveis pelo efeito estufa. Com os governos se preparando para um encontro crítico em Bali, no final deste ano, para tratar do futuro do protocolo de Kyoto, o esforço está ganhando impulso.

'Cool It' desafia a maioria das bases que sustentam o consenso em torno da mudança climática. Lomborg, um professor adjunto da Escola de Administração de Copenhague, dá o tom ao alertar seus leitores contra 'alegações emocionais e altamente exageradas' e então prossegue reduzindo enormemente a escala do problema da mudança climática.

Para ser justo com Lomborg, ele não nega que a mudança climática está acontecendo, ou mesmo que um aquecimento moderado possa causar problemas. Mas ele nos encoraja a ver o lado positivo. É verdade, ondas de calor podem tirar algumas vidas a mais na Europa e nos Estados Unidos, mas o clima mais quente evitará um número muito maior de mortes causadas pelo inverno.

O derretimento glacial no Himalaia e outras partes é apresentado não como uma ameaça, mas como uma bênção aos sistemas de irrigação, porque gerará mais água. A elevação do nível dos mares será uma irritação menor. Mas com modesto investimento público, 'nós basicamente não teremos pessoas em áreas inundadas em 2085'. A barragem de Thames é citada como exemplo de como se adaptar. O desprendimento acelerado de grandes camadas de gelo na Groenlândia e Antártida? Mais outro exemplo de disseminação do medo, segundo Lomborg. Ele nos assegura que 'todos os modelos' prevêem um aumento da massa de gelo na Antártida, com apenas pequenas perdas na Groenlândia.

Lomborg reserva palavras duras para o relatório Stern. Rejeitando o argumento de que a mitigação da mudança climática é um bom investimento, ele oferece sua própria análise de custo-benefício, que conclui que qualquer dano causado pela mudança climática será amplamente superado pelos custos da mitigação. É muito melhor, segundo ele, se adaptar ao aquecimento global hoje e permitir que futuras gerações mais ricas cuidem da mitigação. Enquanto isso, nós podemos lidar com problemas mais urgentes, como a melhoria do acesso a água limpa, HIV/Aids, malária e analfabetismo.

Uma das dificuldades com a posição de Lomborg é a forma descuidada com que trata as evidências científicas. Considere sua posição de que os cenários 'padrão' do IPCC apontam para uma mudança climática de menos de 2,6ºC no século 21. Na verdade, o IPCC não possui um cenário padrão. Ele apresenta vários cenários para aumentos de temperatura associados à estabilização dos níveis dos gases do efeito estufa. Lomborg apresenta a extremidade mais baixa como fato, deixando de dizer aos seus leitores que aumentos de temperatura de 4ºC são igualmente plausíveis, ou que mantidas as atuais tendências de emissões de gases, em 2040 o mundo estará condenado a aumentos de temperatura de mais de 6ºC.

E quanto à alegação de que elevação do nível dos mares, recuo glacial e desprendimento das grandes camadas de gelo do mundo são ameaças menores? Aqui, também, Lomborg cita repetidamente a autoridade do IPCC, mas engana seus leitores. Ele nos diz que o IPCC prevê um modesto derretimento da massa de gelo da Groenlândia e uma provável expansão da península antártica. Na verdade, o IPCC alerta que o entendimento da dinâmica dos processos de derretimento é limitada, de que não há consenso sobre a magnitude do derretimento e que a perda líquida de gelo é possível.

Incerteza faz parte da equação. O problema de Lomborg é que ele usa a incerteza para selecionar a interpretação mais benigna e exibi-la como evidência de que as ameaças da mudança climática são exageradas, ignorando o fato de que a incerteza corta dos dois lados: as coisas podem acabar piores do que o antecipado.

Em muitas formas, o aspecto mais preocupante do livro de Lomborg é seu tratamento aos países em desenvolvimento. Ele começa fazendo uma pergunta perfeitamente razoável: por que investir bilhões em uma transição para baixo carbono para o amanhã, quando pessoas estão sofrendo de desnutrição, doenças evitáveis e oportunidades educacionais insuficientes hoje? Mas sua resposta deixa escapar uma falta de entendimento sobre a interação entre mudança climática e pobreza.

Para milhões das pessoas mais pobres do mundo, o aquecimento global não é um cenário futuro. Ele está acontecendo hoje. Nós podemos não ser capazes de atribuir eventos específicos à mudança climática, mas sabemos que está associada a uma maior exposição à seca na África sub-Saara, que mais tempestades tropicais intensas causam inundação em áreas costeiras baixas, deslizamentos de terra e destruição em favelas urbanas, além do maior estresse sobre os sistemas ecológicos. E sabemos que estes impactos aumentarão com o tempo, mesmo se ainda carecermos de um entendimento claro sobre momento e local.

Nós já vivemos em um mundo profundamente desigual. Se seguirmos a prescrição de Lomborg, o planeta se tornará mais quente -e mais dividido. Os moradores de Londres e da baixa Manhattan poderão se adaptar melhor à mudança climática atrás de sistemas multibilionários de defesa contra enchentes. Os agricultores nas terras altas do leste da Etiópia, ou os moradores de favelas em Manila, não terão tanta sorte.

O ceticismo tem um papel na formação de qualquer debate. O problema com o livro de Lomborg é que, apesar de seu subtítulo, ele não tem nada a ver com ceticismo informado e não é um guia para o aquecimento global.


(*) Kevin Watkins é um pesquisador sênior do programa de governança econômica global da Universidade de Oxford.

Tradução: George El Khouri Andolfato

Visite o site do Prospect


Obs.: Texto retirado de Reservaer, onde consta o comentário de Dimitrie Nechet:

'Data 11/10/2007-2:22:57hs

Tá na cara que iria aparecer alguém para discordar do autor do livro. O grande problema de aquecimento global está ligado ao gás carbônico e isso ainda pouco se sabe. Acabei de assistir uma palestra sobre Carbono na Amazônia do Prof. Alex do CENA, de Piracicaba, considerado um dos pioneiros com seu grupo de pesquisa do Carbono e pasmem, ainda muito pouco se sabe sobre isso. Se observarem todo esse aquecimento global está em cima da Amazônia como vilão. Recentemente na Inglaterra houve uma reunião de 'experts' fazendo uma previsão na Amazônia baseada na seca de 2005, mostrando fotos de peixes mortos, rios baixos, que deixou a platéia chocada e aí vem o tiro, se desmatarem a Amazônia isso vai acontecer sempre. Só que nada citaram sobre a seca de 1926 na Amazônia que foi muito pior que agora e que na época toda a América do Sul era verde. O metano faz 23 vezes mais efeito estufa adicional do que o Carbono, as nuvens fazem duas vezes mais o efeito estufa que o Carbono, mas o carbono é o vilão. Por quê? Por causa da Amazônia. Não há preocupação com outras partes do mundo, só com a Amazônia. E outra coisa, quem faz a projeção desse aquecimento são os modelos matemáticos, que são falhos. Não existe acúmulo de energia sensível na atmosfera, tudo o que você ganha de dia, você perde à noite na média.
Sugiro olharem o site www.alerta.inf.br.
Quem tiver alguma dúvida, também pode entrar em contato com o Prof. Molion de Alagoas: molion@radar.ufal.br.'


***

Como disse Lula depois da explosão do foguete na Base de Lançamento de Alcântara, quando morreram cerca de 2 dúzias de cientistas brasileiros, 'há males que vem para o bem...'

A Sibéria, por exemplo. Aquela gélida região da Terra está exultando com o aumento da temperatura no planeta, é 'um mal que vem para o bem'. Taigas se transformarão em tundras. E as tundras se transformarão em extensas pastagens para bovinos, caprinos, asininos e outros quadrúpedes, e haverá extensas plantações de trigo, soja, milho, sorgo, café, cana-de-açúcar. A fome, enfim, acabará no mundo...

F. Maier



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