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Cordel-->Sou doador -- 14/11/2003 - 20:00 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou doador de órgãos

Meu sangue é A positivo
E na minha veia corre
Para quem precisar
Procurando se socorre
Sou um doador
Faço isso por amor
Na hora, você não morre.

Estes olhos castanhos
Que tanto enxergou
Será seu se quiser
Pois sou um doador
Estou a escrever
Para a família saber
Que doei por amor.

Meus rins servirão
Depois que falecer
Para amenizar dores
Ele é bom pode crer
O fígado eu dou de graça
Sem ter cheiro de cachaça
Com ele vai reviver.

Os olhos da alma
Vai ver e alegrar
Um cego enxergando
E os rins a funcionar
Bombeando de montão
Em outro meu coração
Vai também me alegrar.

Cuide do fígado bem
Não dê a ele veneno
É uma peça muito cara
Mas não estou lhe vendendo
As peças de Airam Ribeiro
Não se compra com dinheiro
Vê se vai entendendo.

Só não posso doar
É os meus sentimentos
Com eles fiz poemas
Relatando momentos
Que na terra passei
Mas só que eu não sei
O dia do falecimento.

As outras coisas
É bom nem vir buscar
Já dei a informação
Do que posso doar
A pele ta ressecada
E com a idade avançada
O pigulim nem vai prestar.

Mas se servir pode levar
Para a terra não comer
Não vou levar mesmo
No dia que eu morrer
Não vou ficar pra semente
Por isso minha gente
Venha antes da terra comer.

Venha de avião
Ou de disco voador
Mas não esqueça
De trazer o izopor
Para o sangue não coagular
Mande a turma apressar
E escolha um bom doutor.

Pode levar o que quiser
Tripa bucho até os dedos
Sou um cara sadio
Pode vir buscar sem medo
Quero lhe servir na morte
Pois é esta a minha sorte
De não morrer muito cedo.

Até a minha mão
Que tanto escreveu cordel
Pode levar ela também
Pois não vou levar pro céu
Só uma coisa que existe
Vou morrer muito triste
Por não ser um menestrel.

Vou morrer inconformado
Porque virgem já não sou
Fui fazer o exame de próstata
E olha o que fez o doutor
Descabriado e com medo
Vi ele tocar o dedo
Que achei um horror.

Fui ali muito enganado
Confesso não vou mais não
Da próstata não vou morrer
E ta acabado a questão
E por favor, ninguém me chame!
Só vou ali fazer exame
Se ele for de coração.

No mais estou sadio
Mas eu digo ao senhor
Continuo a lhe falar
Que eu sou um doador
Leve-me pra capital
Se a morte for cerebral
Pra confirmar o doutor.

Airam Ribeiro
13/11/03
e-mail airamribeiro@zipmail.com.br






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