Uma velha lanterna e um crucifixo
Plantei sementes a contragosto, abri caminhos a ferro e faca, as palavras perderam-se na imensidão de fáceis pálidas que se criaram em minha fuga...,
E não foram poucas às vezes em que eu me vi entre o bem e o mal sem nada ter feito para melhorar o mundo...
Andei por um caminho sem estradas, sem metáforas, e vi muita gente rui se dar bem..., comi desde cedo as migalhas que servem aos mais pobres e, nem por isso sou estranho na arte de sentir o mundo.
Nunca fui de esperar recompensas, sempre vi o mundo como algo muito justo, se tive alguma sorte na vida, pouca coisa mudou-me a alma...
Mas, a minha casa de poeta sempre estará aberta aos meus amigos e aos inimigos dos meus amigos, sempre achei besteira querer evitar que as pessoas se odeiem ou que elas se amem, cada um sente pelo outro aquilo que melhor lhe convêm...
Sim,
todos nós temos num canto escuro dentro da gente, uma velha lanterna e um crucifixo...o problema é não saber o que fazer e nem o que dizer quando chegar momento...
Mas,
Tudo é uma questão de ponto de vista, e os meus nunca se deixam transparecer totalmente, quando ultrapasso os limites invisíveis da emoção soa um alarme em meu peito e me atiro no rio feito um réptil e permaneço ali ate que todas as águas do meu mundo se acalmem...
Entretanto,
Quase nunca me afasto desse lugar onde eu sou habitante de muitas coisas
E aquilo que me ocupa, se não necessariamente me faz progredir, me torna mais intenso em meu prolongamento....,
Fim
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