FOME E ZERO, O DESTINO DO BRASIL SOB O DOMÍNIO DO PT
por Aluízio Amorim
E o Apedeuta deitou falação na abertura da Assembléia-Geral das Nações Unidas. Ou melhor, leu um discurso produzido pelos aspones do Planalto, um excepcional tratado sobre a idiotice. Dentre o time gost writer do Apedeuta, por certo está o Sargento Top Top Garcia, também conhecido como o rei do tártaro.
Patinando no politicamente correto do começo ao fim, o tom do discurso de Lula enveredou pelo catastrofismo ecológico do efeito estufa, aproveitando o gancho para jactar-se do projeto do etanol, que a rigor foi obra dos governos militares e, como não poderia deixar de ser, evocou a questão da qual a bandalha do PT mais gosta de falar: pobrismo.
O homem não pára de fazer campanha eleitoral nem mesmo na sede das Nações Unidas. Fazendo pose e gestos medidos, parecia até que era verdade o que o Apedeuta dizia. A pantomima petralha é bem acabada do ponto de vista do marketing. Antes que o gnomo assome à tribuna, sempre há um marketeiro nos bastidores dando picadinhas de Botox naquelas bochechas intumescidas pela 51.
A única verdade que Lula proferiu no meio daquele palavrório é aquilo que impregna a visão de mundo dos botocudos, ou seja, que o lucro e a riqueza são pragas e não benefícios.
A julgar pela ojeriza com que Lula e seus sequazes se referem ao lucro, o mais correto é que, ao invés de voar a bordo do aerolula, o Apedeuta deveria viajar para os Estados Unidos no lombo de um jumento. Aliás, mister no qual deve ser um craque, dado ao fato de que até hoje continua alardeando que é um retirante nordestino que nasceu lá nos confins da miséria.
Com o semblante contrito, verberou um surrado trololó em tom solene:
'Não nos iludamos: se o modelo de desenvolvimento global não for repensado, crescem os riscos de uma catástrofe ambiental e humana sem precedentes. É preciso reverter essa lógica aparentemente realista e sofisticada, mas na verdade anacrônica, predatória e insensata, da multiplicação do lucro e da riqueza a qualquer preço'.
Os diplomatas presentes, principalmente aqueles do mundo desenvolvido que produz as riquezas que fazem o progresso da humanidade, devem ter engolido em seco ante ao ameaçador vaticínio proferido pelo gnomo farsante.
A satanização do lucro, que é típica da anti-reforma, começou por aqui no momento em que aqueles marujos portugueses, com os olhos coalhados de remelas, desembarcaram da primeira caravela.
A península ibérica, paraíso dos preguiçosos e piratas foi o único bastião inexpugnável ante o avanço da ética protestante, responsável pelo apreciável desenvolvimento capitalístico do mundo ocidental. Por infinito azar esses infelizes perderam-se nas turbulências do Atlântico e aportaram aqui brandindo a cruz a inquisição.
Ocorre que esse sentimento anticapitalista, agora sim, anacrônico, predatório, insensato e entranhado na weltschaung (eita!) botocuda, foi revigorado por Lula e seus sequazes e transformado em plano de governo. No slogan do governo petralha há duas palavras eivadas de negativismo: 'fome' e 'zero'.
Zero de desenvolvimento, mais zero de riqueza e mais zero de lucro é igual à fome!
De minha parte considero que a esfera da cultura joga um papel fundamental no que se refere ao desenvolvimento de determinada formação social. A ação humana é pautada sempre por algum valor, isto é, por aquilo que o agente da ação julga valioso, e o transforma em paradigma.
Lula e o PT descobriram depois que chegaram ao poder, aquilo que até agora tem funcionado como uma verdadeira fórmula mágica para mantê-los no poder com maciço apoio popular: trata-se da execução de um esquema econômico que mitiga a miséria e perpetua a pobreza, enquanto locupleta, é claro, a nomenklatura petista e os grandes empresários e banqueiros.
Ver o Apedeuta falando esse amontoado de lorota e, ainda por cima, referindo-se à necessidade de justiça quando se sabe que jaz nos escaninhos do Supremo Tribunal Federal um processo contra os 40 mensaleiros, dentre eles o mais importante líder do PT depois de Lula, o ex-primeiro Ministro Zé Dirceu, é dose.
É incrível. Mas tudo isso será levado a sério pela grande mídia. E também pelos parlamentares oposicionistas. Gerará manchetes e abre de página nos grandes jornais. É o operário, o retirante nordestino que chegou à Presidência da República falando na ONU. O glamour do apedeutismo é elevado à enésima potência pelo 'jornalismo companheiro'.
Por isso mesmo, o Brasil haverá de representar eternamente a trágica combinação 'fome' e 'zero'.
