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Ensaios-->O stalinismo de Hugo Chávez -- 10/09/2007 - 11:01 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O “socialismo do século XXI” de Hugo Chávez é o mais parecido possível com o stalinismo

Editorial “El Cruzado”

Tradução: André F. Garcia

Este título impressiona. O leitor tem a desagradável impressão de um pesadelo que retorna. Quem ameaça tornar Stalin redivivo não é um ex-agente do KGB como Putin. É Hugo Chávez, que pretende implantar a todo custo por todo o continente latino-americano o socialismo real, que já produziu milhões de mortos no século XX. É o ditador venezuelano, que se vangloria de ser o sucessor de Fidel Castro, na condução da revolução marxista internacional. O palco dessa fantasmagoria anacrônica não é a Praça Vermelha e o Kremlin, mas Caracas, na vizinha Venezuela que, entretanto, vive a momentânea prosperidade proporcionada pelos petrodólares.

O Sr. Luis Miquilena, o autor da frase que tomamos como título para este artigo, foi um estreito colaborador de Chávez. Conforme afirmou Javier Méndez Araya, em artigo publicado no jornal “El Mercurio”, de Santiago do Chile, em 25 de agosto p. p., foi o Sr. Miquilena quem financiou o sustento da família de Chávez quando este esteve na prisão, foi um dos fundadores do partido que o levou à vitória eleitoral em 1998, e presidiu em 1999 a Assembléia Constituinte que elaborou a atual Constituição venezuelana, chavista. Dessa forma, foi um eminente colaborador da revolução bolivariana iniciada pelo atual presidente venezuelano.

Na entrevista a esse jornal, o Sr. Miquilena declarou: “O socialismo do século XXI, de Hugo Chávez, é o mais parecido possível com o stalinismo. Seus métodos para alcançar o controle político total são stalinistas, mas também utiliza as práticas do nazismo e do fascismo italiano, como as brigadas armadas nas ruas, para agredir e atemorizar os dissidentes e para atacar com violência as reuniões dos opositores”.

O que terá feito o Sr. Miquilena mudar de opinião? Em síntese, a índole totalitária e marxista de Chávez foi o que conduziu o esquerdista Miquilena para uma posição mais à direita. Pois Chávez fechou o mais importante canal de TV, passou a controlar o Conselho Eleitoral e o Banco Central, e a promover mudanças na Constituição que lhe permitam perpetuar-se no poder como Fidel Castro.

O colaboracionismo dos “inocentes úteis”

Diante disso, outra coisa não poderia fazer a opinião pública chilena senão reagir e manifestar-se solidária com a nação irmã, que sofre a opressão de um totalitarismo nascente, de viés stalinista. Por essa razão, procurei nos jornais de Santiago a declaração de algum intelectual, que pudesse esclarecê-la com mais luzes em relação a essa verdadeira tragédia. Grande foi minha surpresa ao encontrar a opinião do Sr. Carlos Peña, Vice-Reitor de uma importante universidade chilena. Quais foram as luzes esclarecedoras vindas desse renomado colunista, líder da opinião, além de educador e formador das futuras gerações?

“Não é (Chávez), neste momento, um ditador. Não é o que no Chile e ao redor sempre se chamou de ‘gorila’. Pelo contrário, é o fundador de um movimento político, o bolivarianismo, que, não obstante, conseguiu atrair adesões e ganhar duas ou três eleições nacionais sem que ninguém pudesse alegar que violou as regras. Então, é preciso deixar de considerar Chávez como um bobalhão exótico, por que não o é. É uma liderança nacionalista e popular, como houve vários no mundo, altamente racional, e que se identifica com aquilo que as elites desprezam.” (El Mercurio, 27 de agosto de 2007).

Estas afirmações do Sr. Peña estão muito longe de concordar com as do Sr. Miquilena. O primeiro, dá a entender que Chávez é um populista, racional, que apenas zomba das elites, mas que é o fundador de um grande movimento convocatório e de grande adesão nacional, o bolivarianismo. A idéia que nos transmite o Sr. Peña é a de um Chávez astuto, legitimamente ambicioso, o “menino rebelde” da região, que zomba do “establishment” e que convoca para um grande movimento popular. Em contrapartida, o relato do Sr. Miquilena, ex-colaborador de Chávez, é aterrador.

Os fatos falam por si mesmos

É evidente que Chávez tem a mão de ferro e a decisão de Stalin para anular seus adversários (um lance nesse sentido foi o fechamento do canal de TV que não aderiu a sua linha ideológica). Basta ler os jornais para perceber! Ademais, recentemente promoveu um projeto da Nova Lei da Educação [1], pela qual o pátrio-poder sobre os menores de 20 anos de idade será exercido pelo Estado venezuelano, através de organizações ou pessoas, aos quais seja delegado. O menor de idade só permanecerá com os pais até que cumpra os 3 anos de idade. Depois, deverá ser entregue à Organização dos Círculos Infantis, que irá garantir sua educação física e mental e sua capacitação para a vida civil. Até os 10 anos, o menor estará na mesma cidade que os pais, e ficará na casa deles pelo menos 2 dias por mês “para que não perca contato com o núcleo familiar”. Depois dos 10 anos, poderá ser enviado para outra cidade, conforme “os mais altos interesses do país”.

Os anestésicos que adormecem as sadias reações populares

À vista disso, como explicar a opinião do Sr. Pena, que nos mostra um Chávez inocente? O efeito que ela produz é o de baixar as defesas da opinião pública. Em outras palavras, ela derruba as sadias barreiras ideológicas do leitor que segue sua coluna. O efeito agregado dela é que um setor da opinião pública, importante e influente, considere que o “stalinismo chavista” seja um exagero ou uma ridícula maneira de manifestar o medo pelos “fantasmas do passado”.

Na realidade, a opinião supostamente moderada do Sr. Carlos Peña é um anestésico que adormece as consciências, anula as reações, e prepara o caminho para o expansionismo continental do chavismo. O marxismo necessita desses sedativos para obter um caminho suave e plano para seu avanço. Sem eles, poderiam aparecer reações na opinião pública, como a que enfrentou o presidente suicida Salvador Allender.


[1] http://venezuelaahora.blogspot.com/2007/08/cambio-de-patria-potestad-estn-en-nueva.html



Postado por Christina Fontenelle às 9:43 PM

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