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Ensaios-->Complacência suicida -- 04/09/2007 - 17:33 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Complacência suicida

Murilo Badaró, Presidente da Academia Mineira de Letras (AML)

Bailam no espírito dos brasileiros uma dúvida e uma preocupação. Terá o Brasil capacidade estratégica para resistir ao assalto final para a tomada do poder, dos grupos revolucionários em plena ação no país, em todos os seus quadrantes e em todos os setores de sua vida? A tomada de assalto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, em ação nitidamente revolucionária, por grupos treinados para essas missões é exemplo cabal disso. A unidade, que fornece carga para o Nordeste, mostrou vulnerabilidade do sistema defensivo, para o que contou com a leniência do Exército, demonstrada numa intervenção tardia, e, pior ainda, com seus oficiais sentados à mesa com notórios delinqüentes, quando seu lugar deveria ser a prisão em flagrante, pela prática de atos definidos como crimes.

É missão constitucional das Forças Armadas a defesa do patrimônio público, independentemente de convocação. Imaginem os leitores se a moda pega e resolvem, esses terroristas, garrotear o país inteiro, invadindo e fazendo explodir as principais fornecedoras de energia elétrica existentes, ante a impotência estatal. Sua ação vem obedecendo a uma estratégia bem definida ao longo do tempo. O treinamento para fazer o teste da eficiência do dispositivo revolucionário ocorreu agora durante o chamado “abril vermelho”, quando bloquearam dezenas de rodovias, tomaram vários prédios públicos, programaram greves nos serviços essenciais, culminando com a mais ostensiva e perigosa ação de invadir Tucuruí, além de lançar sobre ela coquetéis molotov, destruindo instalações e, pasmem todos, brincando com os dispositivos internos que controlam a barragem e asseguram a retenção das águas. Pior ainda foi o que ocorreu a seguir. Os revolucionários saíram, depois de negociações, em veículos do próprio Exército, sem que fosse lavrado o auto de flagrante delito dos predadores. Atitude lamentável, o que pode estar demonstrando o estado de alma da tropa, inteiramente dominada psicologicamente pela pregação revolucionária de grupos amplamente preparados para a tomada do poder, reduzindo a nada sua capacidade de reação. Estarrecedor ainda é verificar o quanto estão desguarnecidas essas instalações, vitais para o país, inteiramente à mercê de bandos de terroristas que agem com total liberdade, ao arrepio da lei e da ordem. Mais grave é o comportamento das chamadas elites brasileiras, totalmente ignorantes e indiferentes às repetidas agressões ao ordenamento legal e à ordem constitucional.

Caminhamos a passos largos para um regime de plena desobediência civil. A lei não tem qualquer valor e não merece o menor respeito, a começar pelas autoridades responsáveis pelo seu cumprimento. Para aumentar ainda mais as preocupações dos brasileiros sensatos e ordeiros, a imensa maioria do país, é crescente o volume de corrupção e o assalto ao erário é feito com a mais indissimulável falta de cerimônia. Tudo pela certeza da impunidade, uma vez que a lei e a Justiça estão totalmente manietadas pela ação deletéria desses mesmos grupos revolucionários, que colocaram em ação, em todo o Brasil, um poderoso e inteligente esquema de, pouco a pouco, dominarem a alma e o espírito da nação, contando com a ajuda inocente útil de alguns meios de comunicação.

Ao persistirem a falta de reação e a aceitação da desordem, da insegurança, do roubo, da violência e de todas essas mazelas que infelicitam a vida do país, é possível a previsão de piores dias para todos. Acomodados nos baixos níveis de inflação, vivendo uma espécie de lasser faire-lasser passer provocado pela boa situação da economia mundial, os brasileiros tornam-se semelhantes aos russos, que, de tanto viver sob o tacão de regimes autoritários, esqueceram-se da liberdade como seu maior valor, totalmente indiferentes à crescente presença do Estado e ao asfixiante volume da corrupção. Tal como a pregação de Hugo Chávez, na Venezuela, que sequer dá direito aos seus patrícios de assistirem às novelas exibidas no maior canal de televisão do país. Tudo como no poema de Maiakwosky, oportunamente lembrado pelo jornalista Fábio Doyle, em um de seus magníficos textos para o Diário da Tarde. Estamos perplexos diante dessa verdadeira e criminosa complacência suicida.


'Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua
rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na
centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas e eu sei que não foi
aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes.'

{Jacob Riis}



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