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Ensaios-->Política Partidária e Ideologia na Educação -- 29/08/2007 - 14:53 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Política Partidária e Ideologia na Educação

Por Ignez Martins Tollini (*)

http://www.escolasempartido.org/?id=38,1,article,2,181,sid,1,ch

Ao olharmos o Brasil e o mundo vemos que existem diferenças entre países, no que diz respeito a intervenções da política partidária e da ideologia na área da educação. Em países de origem anglo-saxônica, tais como a Inglaterra e os Estados Unidos da América e paises de origem germânica, tais como a Holanda Alemanha e Áustria, tradicionalmente existe uma consciência, e até militância por parte dos alunos, que seja importante deixar a doutrinação político-partidária e ideológica fora da universidade. Professores não fazem proselitismo em sala de aula, se houver é em dose mínima e os alunos reagem. Há que se notar o período de exceção na Alemanha e Áustria, quando tais países estavam sob o terrível domínio de Hiltler. Países asiáticos, como o Japão, a Coréia do Sul e a Índia também adotam o princípio da não intervenção da política do Estado e de sua ideologia na educação. É importante ressaltar a Coréia do Sul por representar um caso de grande sucesso educacional movido pelo esforço de mudança. Suas antigas práticas educacionais foram substituídas por noções alinhadas com idéias democráticas traduzidas em ações de busca de excelência na educação do povo. É também notável o caso da Índia que, apesar de sua enorme população e as diferenças econômicas entre suas castas, vem preparando profissionais, principalmente nas áreas de ciências exatas, de reconhecida competência internacional.

Cabe também considerar a situação da antiga União Soviética. Alguns anos antes da abertura daquela região para o mundo estivemos na cidade de Minsk, local onde nasceu Lênin e se tornou o berço do comunismo na Bielorússia. Tivemos a oportunidade de visitar uma escola de ensino fundamental na qual a professora mostrava aos alunos fotografias da guerra entre aquele país e a Alemanha, antiga inimiga da União Soviética. Retratos de Lênin estavam em todas as salas da escola, inclusive no banheiro. Tudo que ali vimos fortalece a idéia da educação como área propícia para doutrinação político partidária e ideológica. Paises de regimes autoritários, sejam da esquerda ou da direita, sempre confirmaram esta noção. Em universidades de alguns paises europeus de origem latina, tais como a Espanha, Portugal e especialmente a França e a Itália, existe claro ativismo ideológico, principalmente nas suas faculdades voltadas para as ciências sociais. Observamos esta tendência na Itália quando tivemos contatos, em razão de uma pesquisa, com uma universidade de Roma.

Na América Latina, com exceção de Cuba, é notável o número de greves de professores, tanto nas escolas de ensino básico como nas universidades públicas. Nos moldes da antiga União Soviética, Cuba sempre deu grande importância à educação em geral com ênfase nas áreas de saúde e esportes. Como é de se esperar, o pensamento único marxista parece ter contagiado a maioria dos estudantes daquele país. Dizemos “parece” após o que ouvimos de uma jovem brasileira estudante em Cuba. Tal jovem nos contou que os estudantes cubanos de sua faculdade estão fartos do Estado comunista autoritário e esperam com ansiedade a “contra revolução”. Mencionou, também, que a situação da sociedade naquele país está insustentável, pois a repressão continua sendo total.

Finalmente, uma visão mais detalhada do caso educacional do Brasil mostra a necessidade que professores se decidam a discutir, de modo franco e aberto, tanto nas escolas de ensino básico como nas universidades, o significado da presença da política partidária e sua ideologia na educação. A intervenção de política partidária e de ideologia nas instituições educacionais pode trazer graves conseqüências para a formação de cidadãos pensantes livres, pela possibilidade de criar barreiras para que alunos e professores exponham seus próprios pensamentos ou para que debatam suas idéias com colegas. Por sua vez, isto pode levar à instalação do pensamento único, algo que contradiz o próprio significado de escola e de universidade. Se tal acontece, a democracia, como um bem da nação brasileira, passa a ser seriamente prejudicada pela própria educação pública que deveria exaltá-la.


(*) Ignez Martins Tollini, Mestre em Educação Brasileira, Universidade de Brasília, Master of Sciences in Education, Purdue University, Estados Unidos da América, Ph.D in Education University of London, Inglaterra.



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