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Erotico-->Diálogos impertinentes -- 15/01/2003 - 17:36 (Wakko) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Diálogos impertinentes




renato cabral - oruminante.com.br

Ela fecha o guarda-chuva. Ele sacode a beirada da bermuda.

_ Você deveria mexer menos com o cabelo, dona.
_ É? Por quê?
_ Porque fica mais... Sei lá, você fica parecendo que tá nervosa assim.
_ Hum... Achei que você ia dizer que eu fazia isso pra jogar charme.
_ Não, isso é coisa de quem fala demais.
_ E você fala pouco...
_ Talvez a vida dum cara como eu não te interesse muito.
_ Você tem razão, não interessa.
_ Ninguém tem mais paciência nesse mundo, eu é que sei.
_ Não é isso. É que as pessoas não têm mais o que dizer.
_ Você é bacana. Ainda mais quando passa a mão no cabelo.


Ela sorri com os olhos.

_ E você fala isso só porque estou te dando carona.
_ Não. Estou acostumado a andar na chuva.
_ O que você faz?
_ Um mendigo não faz muita coisa.
_ Nem um mendigo na sua idade?
_ Na minha idade a gente tá mais preocupado em jogar bola nas praças, cheirar cola e arrumar comida.
_ Já assaltou alguém?
_ Um monte de vez.
_ É? E como é? O que você sente?
_ Ah, sei lá. Você faz a pergunta parecendo que é uma aventura.
_ E não é?
_ Talvez a necessidade seja uma grande aventura. Mas a fome faz o medo ser pequeno. Não tem graça. Os burgueses não sabem o que é isso.
_ E você só sente fome?
_ Como assim?
_ Essa é sua única necessidade?
_ É... não, eu tenho também um monte de sonh...
_ Não estou falando de sonhos, estou falando de necessidades físicas.

...
_ Estou molhando o assoalho do seu carro. Carro de rico.
_ Sem problemas, depois você lava.

Ele dá uma risada forte, deixando os dentes muito brancos aparecerem. Ela para o carro no sinaleiro.

_ Onde quer ficar?
_ Em qualquer lugar.
_ Quer ir a minha casa?
_ Tanto faz. Você mora sozinha? Tem filhos?
_ Tenho, mas estão viajando com o pai.
_ Nem sei porque perguntei isso, você parece nova para ter filhos.
_ Eu sou. Mas tenho.
...
_ Seu corpo é bonito.
_ É de silicone.

Ele põe a mão com força.

_ Espera, faz assim. Desse jeito é melhor.
_ E o seu marido?
_ Põe a boca aqui.

...
_ Posso fazer uma coisa com você?
_ Se não for para por o dedo na minha bunda!
_ Vou te amarrar. Vou por esse pano na sua cara. Fica assim agora e tenta só sentir.
_ Onde você tá?
_ Seu pinto é grande. Quero enfiá-lo no meu cu.
_ A senhora é maluca, dona.

...
_ Ele morreu de quê?
_ Foi decapitado.
_ Facão?
_ Talvez um machado. Golpe seco. Parece que cortou de primeira.
_ E?...
_ O de sempre. A cabeça em cima do pênis, sujo de porra.
_ E a casa, as provas?
_ Nada. A casa é de uma família que tava de férias no Rio.
_ Não existe um padrão. Já são três, mas não existe uma... uma lógica. Só isso, só a cabeça. Os nós não se parecem, as cordas, os locais... nada.

...
_ E aí, dona? Quer comprar um amendoim?

Ela fecha o guarda-chuva e passa a mão no cabelo.





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