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Ensaios-->Lula viajou na maionese... -- 23/08/2007 - 10:06 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VIAJOU NA MAIONESE

por Paulo Moura, cientista político

Blog do Diego Casagrande - 22/08/2007 18:59

Na inauguração de uma usina de biodiesel na terça-feira que passou, Lula, o messias, anunciou ao mundo que o 'século vinte e um é o século do Brasil.' Segundo o presidente, o Brasil teria uma posição privilegiada para, finalmente, cumprir aquela profecia que, quando eu era criança, no período do regime militar, ouvia na sala de aula e nas propagandas do governo: 'O Brasil é o país do futuro'. O futuro dos militares é hoje, e Lula governa com a fórmula desenvolvimentista dos militares, e também, com o discurso do país do futuro. O biodiesel é o instrumento que temos para ganhar o mundo', disse. Para completar, o profeta prometeu 'viajar' muito em 2007 para divulgar o Brasil.

Todos os governantes precisam prometer um futuro melhor. Os candidatos também fazem isso para ganhar eleições, pois o passado é patrimônio (ou prejuízo) incorporado e ninguém vota ou apóia governantes pelo que já fizeram. O povo precisa e quer acreditar que a vida vai melhor e vota sonhando com isso. Lula, portanto, não pensa em se aposentar. Mas, que futuro nos reserva a profecia de Lula? Que Brasil resultará de oito anos de governo Lula, talvez doze; talvez oito mais oito?

Uma frase do ex-primeiro ministro da Espanha, José Maria Aznar, proferida no último Fórum da Liberdade realizado em Porto Alegre em abril passado, martela meu cérebro de forma intermitente desde que a ouvi. Aznar, como se sabe, botou a Espanha nas primeiras posições da economia mundial, após anos de estagnação, aplicando um receituário liberal clássico, sem concessões. Certamente, a Espanha não é o Brasil, mas, como todos os países latinos, especialmente os ibéricos, possui uma tradição burocrática que muito explica o por quê de esse país, assim como Portugal, ter perdido a corrida pela liderança mundial para a Inglaterra, tendo se acomodado à condição de entreposto comercial de suas colônias, enquanto os ingleses pisavam no acelerador da industrialização.

No século XX, 36 anos de ditadura militar franquista contribuíram para a estagnação da Espanha, ancorada no autoritarismo e na gestão burocrática do Estado e da economia. Enquanto a Alemanha e a Itália foram libertadas do jugo do Estado Total nazi-fascista em meados da década de 1945, Portugal (1968) e Espanha (1975) levaram mais algumas décadas para se livrarem de seus ditadores. De 1945 em diante a Alemanha e a Itália arrancaram para o primeiro time da economia européia, e os dois países ibéricos precisaram de grandes aportes de investimentos e governantes libertários para cumprirem as exigências de ingresso na Eurolândia.

Reproduzo de memória a frase de Aznar, que disse que não há meio termo possível no caminho da ruptura com o paradigma estatista, quando se começa a empreitada rumo ao desenvolvimento pela via da economia de mercado livre. Ou se vai até o fim na remoção dos entraves burocráticos e dos interesses corporativos encastelados no Estado; que entravam o desenvolvimento, ou o retrocesso virá como conseqüência da sobrevivência das células cancerígenas não eliminadas pelo tratamento insuficiente.

O presidente Fernando Henrique Cardoso tem muitos méritos, especialmente pela estabilização da economia, pela privatização das telecomunicações e pela criação da Lei da Responsabilidade Fiscal. Mas, a estratégia tucana de implantação 'meia-boca' das reformas estruturais é, em muito, responsável pelo retrocesso estatizante que Lula patrocina, com as bênçãos dos banqueiros, de boa parte do grande empresariado nacional e de 25% da população que vive da esmola do Estado.

Há que se considerar que a tentativa de Collor de enfrentar a hidra patrimonialista de um só golpe havia fracassado. Collor não conseguiu cortar todas as cabeças do monstro e foi removido do poder pelas cabeças remanescente, e pela sua própria. Loquaz e impetuoso, Collor foi responsável pelos erros que cometeu, e que serviram de pretexto aos interesses contrariados que o removeram do poder com argumentos incontestáveis. Por outro lado, se FHC tivesse aproveitado toda a popularidade de que dispunha entre 1995 e 1998 para ceifar as cabeças restantes da hidra, ao invés de consumir sua força política na busca da reeleição, hoje o governo de Lula não faria a menor diferença, pois sequer essa montoeira de cargos comissionados, berços da corrupção, existiria nessa quantidade.

A profecia que se cumpre, no Brasil, é a de Aznar, não a de Lula. O segredo do sucesso das economias de ponta do planeta é a maior liberdade da sociedade em relação ao Estado. E a China, argumentam os petistas?

A China só cresce o que cresce por causa do tamanho de seu mercado consumidor e da concentração de recursos na mão do Estado autoritário que, há muito, optou pelo capitalismo. O poder no governo militar do antigo PC chinês se explica como forma de evitar que o império se fragmente e perca a vantagem do tamanho. A China é uma colcha de retalhos de nacionalidades e culturas diversas, que somente se uniram três vezes ao longo de sua história. A primeira vez foi sob o império do mongol Gengiskan, que, em 1211, derrotou a China e conquistou Pekin. Depois disso, seu neto, Kublai Kan governou o maior de todos os impérios após ocupar a China em 1279 e transferir sua capital para Pekin. O terceiro 'imperador' da China foi Mao Tse Tung, hoje cultuado como mito, cujo corpo foi enterrado com suas idéias, pelos atuais governantes chineses. Sem o tacão militar do governo, a China voltaria a ser o que foi na maior parte de sua história, fragmentando-se como a antiga URSS e a ex-Iugoslávia; e perdendo a vantagem competitiva do tamanho, que garante aos chineses o futuro que Lula promete aos brasileiros.

Lula viaja... na maionese. Das potências emergentes que o mercado chama de BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil só está na frente da corrida para o futuro na condição de primeira letra da sigla. A ordem dos fatores da competição no mundo real é inversa à ordem das iniciais na sigla. A China e a Índia dispararam na frente, a Rússia 'neocomunista', governada por Putin, ex-agente da KGB, só cresce devido ao petróleo abundante, mas finito. E o Brasil, deitado eternamente em berço esplendido, move-se por inércia, favorecido pelo vento favorável do mercado mundial, apesar da mochila de pedras que o petismo lhe atou às costas.

Lula se vangloria de estar fazendo o nordeste crescer em ritmo chinês, às custas dos impostos que nos extorque. Os empresários que adulam Lula nos convescotes palacianos só conseguem competir com a China sonegando impostos ou comprando favores da burocracia petista. Enquanto isso, a chamada 'pequena burguesia' sem espírito empreendedor, paga impostos calada e sonha com concursos do Banco do Brasil, como sonhava no governo militar. Como pai de prostituta e mãe de filho drogado, os pagadores de impostos não querem ver o que o futuro lhes reserva. Em busca do ganho fácil de curto prazo, não percebem o preço do futuro prometido por Lula. Basta um revés da economia mundial daqueles que FHC toureou com maestria - para, em seguida, entregar o governo para Lula vangloriar-se da estabilidade da economia como se obra sua fosse – e fatura do 'almoço de graça' nos será apresentada. O Brasil está mais protegido? Sim. Graças à blindagem de Malan e à dívida que o governo tem com os investidores em títulos públicos, antes estrangeiros. Hoje, se o calote vier, será na classe média brasileira, que bota seus trocados nos FIFs.

Top, top, top ...


Obs.: Fuc, fuc, fuc... continua o rap petista. Na verdade, o século XXI não será o século do 'biudisiu', como quer Lula, mas da célula de hidrogênio. E não será o século do Brasil, por culpa dessa visão caolha de nossos governantes, que nada fazem o que os países desenvolvidos já estão fazendo há muito tempo: investir pesado na energia solar, na energia de hidrogênio e em carros elétricos (F.M.).



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