Balança ao vento, encantada,
A vibrante samambaia,
Como o cabelo que “tomara caia!”
Sobre a espádua da minha fada.
Essa desconhecida que me presenteia
Com a sufocante solidão,
Envolve-me em sua renda teia,
Batiza-me na escravidão.
E de soslaio torno à janela,
Não vejo o fogo da beleza nua.
Escondem os tenros lábios dela,
Num suspiro, o choro se insinua.
Faz muito tempo, não seguram minhas mãos,
Gritam grades, gemem os cadeados,
Minutos voam, vai-se a amplidão,
Caem silêncios do meu telhado.
E entra uma forte mulher,
Traz diamantes e até alegria,
Mas essa só vem quando quer.
- Boas noites, Madame Poesia!
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