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Erotico-->Rotina -- 27/06/2001 - 17:49 (daniel oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Longe do Centro é sempre assim. Não se pensa em porra nenhuma para fazer. Bebe-se sozinho, fala-se sozinho e o pior, trepa-se sozinho. Liga a tv, desliga a tv, o rádio, o saco. O que fazer então, se todas as mulheres que conhecia ou estavam ocupadas agora ou não queriam vê-lo nem pintado de ouro.
Começou a mexer em uma caixa de papéis velhos, quem sabe não encontra o telefone de uma gata antiga, quem sabe...
Dali saem um velho pião, um cinto arrebitado de seu tempo de punk, alguns gibis encardidos, velhas fotos idem e um papel pequeno, rasgado as pressas, com um telefone rabiscado.
Merda, logo essa! Era o telefone de uma mina namorada de um amigo, de quando usava coturno e moicano. Não estavam mais juntos e que se dane! A mina era uma morena muito boa, de uma boca vistosa e acreditem, era uma tremenda pilantra!
Não se conteve, pegou o telefone e ligou:
_Alo, Lia?
_Sim, quem fala?
_É o Miguel, Lia, ta lembrado?
_Miguel, é claro que estou! Como vai? Tanto tempo sem te ver.
_Pois é, Lia, a vida anda agitada, tanta coisa nova, mas olha, estou morando perto de você, não quer me encontrar?
_Agora? Como?
_É que eu comprei uma garrafa de vinho e queria dividi-la com você, de repente bateu a lembrança...
_Ta certo! Me passa o endereço que eu estou indo pra aí.
_Anota...

Da janela dava pra vê-la chegar. As mesmas pernas fortes, o cabelo solto de encontro ao vento e o mesmo estilo de se vestir. Vem, vem pro papai, gata.
Ainda pensava nela se despindo quando bateu na porta. Sorriu um sorriso grande e sacana, já esperando por algo. Olhei-a nos olhos e a abracei forte, apertando seu corpo contra o meu. Convidei-a a sentar, e ela, dobrando a perna e concedendo a saia curta a elevação mais tentadora que já vi, disse:
_Então, tem pensado em mim?
_Sim, há algum tempo achei seu telefone entre umas coisas que guardava e ponderei se deveria ligar.
_E por que não ligou há mais tempo, bobo. Sabia que eu gostaria.
_Sei...Lembra aquela vez que você e o Gil me carregaram até em casa? Você ainda namorava o Gil e cada um me segurava de um lado, eu com a mão por volta do seu pescoço, alisando seus peitos, queimando a mão com sua carne...
_Então... cadê o vinho?
_Oh, me desculpe.
Peguei dois copos no armário, tirei o vinho da geladeira e nos servi. Ela não parava de sorrir e dessa forma foi até o rádio. Tocava uma tropicália qualquer dos idos de 60, e eu me perguntava se ela estava com fome. Queria cheira-la agora, sabia que era possível, mas não era só isso, queria me afogar em seus olhos.
Ela me contou de seus empregos, suas frustrações, a família, como raramente sai as ruas para chapar como chapávamos antes, que o hardcore havia ficado na adolescência, que não tínhamos mais 17 anos...
Eu falei que ela estava certa, as coisas se transformam, mesmo a gente não querendo, as coisas mudam...
Disse como ela havia ficado mais bonita.
Percebi seu copo quase vazio. Me inclinei e peguei a garrafa. O vinho ia caindo, vermelho, seus olhos no meu, meus olhos em sua boca, o beijo.
Era familiar sua boca, seu cheiro, sua textura. Era normal beija-la. Agora eram os copos que nos olhavam, como voeyers. Nos atiramos na cama. Seu corpo faiscava, eu também queria, sim, era preciso tê-la nos braços, sentir seu sexo, sua alma e seu calvário.


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