SILVICULTURA
A Silvicultura é o ramo do conhecimento científico ligado às ciências agrárias que trata do estudo dos métodos naturais e artificiais que buscam regenerar e melhorar os povoamentos florestais, com objetivo de atender as necessidades do mercado e, ao mesmo tempo, é a aplicação desse estudo para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das formações florestais.
A atividade de silvicultura no Brasil é tida como uma das mais ricas em todo o planeta, especialmente considerando a biodiversidade encontrada aqui, as variações dos fatores edafo-climáticos e a boa adaptação de materiais genéticos introduzidos.
Dentro da silvicultura brasileira a cultura do eucalipto (Eucaliptus sp.) é a preferida pelos produtores rurais, mas em nossa nação existem também inúmeras áreas onde se cultivam a teca (Tectona grandis), pinheiros (Pinus spp.) e araucárias (Araucaria spp.).
O eucalipto é uma planta originária da Austrália e foi introduzido em nosso país a partir do início do século XX, sendo usado durante algum tempo na construção de ferrovias, como dormentes e para produção de lenha utilizada nas marias-fumaças e, mais tarde, como poste para eletrificação das linhas de telefonia e eletrificação. No final dos anos 20 do século passado, as siderúrgicas de Minas Gerais começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, transformando-o em carvão vegetal, amplamente utilizado no processo de fabricação de ferro-gusa.
Atualmente, a cultura do eucalipto se encontra muito disseminada em todo o território nacional. No início da cultura do eucalipto só se enfocava o aproveitamento da madeira, com poucos empregos e utilidades. Nos dias atuais, com a expansão do mercado, praticamente todas as suas partes da planta são aproveitadas. Das folhas, extraem-se óleos essenciais usados em produtos de limpeza (sabonetes, sabão em pó, detergentes, desinfetantes etc.) e alimentícios, em perfumes e até mesmo em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, mourões, varas, esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Além disso, suas fibras são utilizadas como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose.
Hoje, o eucalipto está presente em 5 milhões de hectares, sendo que as maiores plantações estão localizadas nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Espírito Santo. Nesses locais, a produção visa prioritariamente a produção de madeira, que é utilizada como dormentes nas ferrovias, escorramento na construção civil, postes e empregados na fabricação de móveis, ou ainda, na produção de carvão vegetal.
Com a expansão acelerada da atividade florestal no Brasil, a região central do país, onde se predomina o bioma Cerrado, passou a ter maior destaque no processo de reflorestamento devido, principalmente, ao fato de que as condições de solo, clima e aspectos fisiográficas da região são favoráveis ao estabelecimento de plantios de eucalipto.
Sabendo da tendência nacional de expansão da atividade florestal e considerando também da nossa forte vocação para as atividades agropastoris, o cultivo de eucalipto como aproveitamento e utilização de áreas degradadas se mostra como uma ótima alternativa para o produtor rural.
Nessa questão, devemos destacar que a expansão das atividades de silvicultura, em especial o cultivo de eucalipto, não deve ser ditada apenas por questões econômicas, pois se deve levar em consideração também todas as implicações ambientais. E é justamente por isso mesmo que tal atividade precisa ser licenciada pelo IBAMA e demais órgãos ambientais estaduais.
Publicado no Jornal Atitude, edição n. 16, p. 02, de 29/12/2007. Gurupi – Estado do Tocantins.
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Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
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