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Artigos-->Maturidade é o mesmo que velhice? -- 05/03/2002 - 20:18 (J C Guimarães Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tenho acompanhado o mercado de trabalho e notado profundas mudanças na ordem de valores dos critérios gerenciais de muitas empresas de porte - multinacionais ou não - em relação aos seus empregados. Hoje é quase unânime a indiferença em relação à maturidade profissional e com o que chamávamos de "vestir a camisa". Sei que às vezes também havia uma certa super-valorização do empregado velho de casa, promovendo-o como prêmio por fazer bem o que fazia, sem a preocupação de prepará-lo adequadamente para assumir cargos de maior responsabilidade. O "vestir a camisa", por sua vez, também era mal interpretado e, em alguns casos, transformavam esse ato espontâneo em obrigação do empregado e não num processo gradativo como fazemos antes de comprar uma roupa: olhamos a vitrine, conversamos com o vendedor, experimentamos em frente ao espelho para só depois comprarmos. No entanto, excluindo-se as más interpretações e o estilo mais "fordeano" da diretoria da época, existia um orgulho enorme dos funcionários em trabalhar na empresa e até a família se engajava nessa frente, quase chegando a incorporar a marca ao seu sobrenome.



Hoje a maioria das empresas, considera a motivação e o reconhecimento dos seus funcionários antigos, perda de tempo e dinheiro. Sentem-se aliviadas quando um deles pede demissão (menos se for trabalhar na concorrência) e quando conseguem manter a vaga em aberto, admitem "treinées" para ocupá-la. Candidatos com mais de 40 anos são considerados caros e sua maturidade profissional, sinônimo de velhice. São muitas vezes trocados por mauricinhos recém-formados e dão a esses jovens de gravata, paletó e fraldas, um status bem maior que a sua humildade. Com o ID atuante e o SUPEREGO ainda em formação passam a querer mais cada vez mais, não importando os meios com os quais atingirão seus objetivos.



Muitos desses insaciáveis monstros criados em cativeiro, logo-logo precisarão de mais alimento para suprir seus EGOS de dimensões paquidérmicas e começarão a notar que existe um mundo lá fora, cheio de oportunidades mais interessantes do que as que têm. Começam também a perceber que os funcionários mais antigos não são valorizados e que, em breve, serão tão antigos quanto eles e, conseqüentemente, também descartados. Então, sentem que podem usar a estrutura da própria organização para procurar um novo emprego. Numa concorrente, de preferência, pois, com a experiência que adquiriram, serão contratados a peso de ouro. E lá se vão os segredos e estratégias da antiga empresa para a concorrência, junto com eles.



Já os antigos empregados, cada vez mais esquecidos e amarrados por questões de idade, acompanham esse banal entra-e-sai denominado "turn over" pelos pais do capitalismo, tentando saber qual será o chefe do mês seguinte. Mesmo ainda não sabendo, têm certeza de que ele terá pós-graduação, MBA e doutorado, conhecendo profundamente, em teoria, o funcionamento das grandes empresas. E que ao invés de rugas na testa terá um rosto cheio de espinhas.

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