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Ensaios-->Morte nas estradas. -- 13/07/2007 - 08:02 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MORTE NAS ESTRADAS

Ao longo dos últimos anos, temos visto a crescente expansão da malha viária tocantinense, o que acaba trazendo inúmeros benefícios, especialmente, para os municípios do interior do Estado. Além disso, nós devemos lembrar também que com a abertura de novas estradas e a pavimentação das rodovias há um crescimento do tráfego de veículos e conseqüentemente aumentam os índices de atropelamento de animais silvestres.
Segundo informações dos fiscais ambientais do NATURATINS (Instituto Natureza do Tocantins), praticamente todos os animais terrestres têm sido registrados como vítimas de atropelamentos nas rodovias estaduais e federais da região sul do Estado. Os mamíferos e as aves são os principais grupos afetados. Em seguida, estão os répteis (cobras, lagartos e jabutis) e por último ficam os anfíbios (sapos e pererecas).
Os fiscais ambientais de Gurupi já registraram mais de 40 espécies de animais atropelados, mas os campeões disparados em mortes são os tamanduás. E é justamente nesse período do ano, na estação seca, que esse problema se torna mais grave.
Nessa época do ano as chuvas são escassas, o que acaba reduzindo a oferta de água para os animais. Sem chuvas, a vegetação fica mais seca, diminuindo também a oferta de alimento. Dessa forma, os animais passam então a percorrer áreas maiores para encontrar água e alimento. Para agravar ainda mais essa situação, os animais silvestres ficam indo de um lado para o outro fugindo das inúmeras queimadas que são registradas nesse período. É justamente por isso que o número de atropelamentos tende a aumentar na estação seca.
Mas no caso dos tamanduás há mais um outro agravante, que se deve a alguns dos aspectos bem particulares de seu comportamento. Os tamanduás possuem hábitos noturnos (saem à noite em busca de alimento e de parceiros para o acasalamento), são animais lentos e possuem uma estratégia de defesa bem peculiar. Quando são ameaçados por algum predador, como por exemplo, onças, jaguatiricas ou lobos, eles põem-se de pé e abrem os braços apresentando as enormes garras que intimidam e afugentam os agressores. Infelizmente essa estratégia de defesa que funciona tão bem contra seus inimigos naturais acaba se tornando a principal causa da grande mortalidade desses animais nas nossas rodovias.
Quando os tamanduás atravessam alguma rodovia à noite e são ofuscados pela luz intensa do farol dos veículos, eles param no meio da pista e posicionam em pé com os braços abertos e as garras à mostra, em sua típica estratégia de defesa contra predadores naturais. Esses bichos não sabem que suas garras afiadas não podem protegê-los de um oponente tão forte como um pára-choque de um veículo.
Para a redução dos atropelamentos, os fiscais do NATURATINS concluem que a limpeza constante das margens das rodovias e a manutenção contínua da sinalização (placas e faixas) devem ser priorizadas. Eles relembram também que essas ações não terão o efeito desejado se não forem acompanhadas de um trabalho de conscientização dos condutores de veículos, através da obediência ao Código de Trânsito, principalmente, no que diz respeito à observação dos limites de velocidade e na manutenção periódica dos veículos.
Reduzir o número de atropelamentos de animais silvestres nas nossas estradas é uma obrigação de todos nós !!!

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 220, p. 04, de 13/07/2007. Gurupi – Estado do Tocantins.

Publicado no Jornal O Girassol, edição n. 286, p. 08, de 31/03/2010. Palmas – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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