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Ensaios-->Memorial do Comunismo: Castello Branco e o 31 de março de 64 -- 11/07/2007 - 15:52 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Castello Branco e a Contra-Revolução de 31 de março de 1964

Félix Maier
Usina de Letras - 31/03/2003

Neste dia 31, quando comemoramos o 39º aniversário da Contra-Revolução de 31 de Março de 1964, convém destacar a figura ímpar de Humberto de Alencar Castello Branco.

Cearense, Castello Branco nasceu em Mecejana a 20 de setembro de 1900. Filho de militar, passou a juventude no Rio Grande do Sul, onde realizou o curso secundário no Colégio Militar de Porto Alegre.

Em 1918, ingressou na Escola Militar do Realengo e foi promovido a aspirante-a-oficial de Infantaria em 1921. Concluiu o curso de Estado-Maior em 1º lugar, feito que lhe valeu a matrícula na Escola Superior de Guerra da França, em 1936. O Marechal Mascarenhas de Moraes, Comandante da FEB, assim se referiu ao então Tenente-coronel Castello Branco, Oficial de Operações de seu Estado-Maior durante a Campanha na Itália: “Inteligência privilegiada; lucidez e objetividade na apreensão da situação tática e estratégica; firmeza nas convicções e lealdade ao chefe; valoroso na conduta desassombrada e serenidade nas situações críticas; caráter e pensamento; energia e ação; patriotismo e desambição são as maiores das excelsas virtudes desse modelo e guia do oficial de estado-maior. Foi o meu grande e emérito auxiliar no planejamento das operações e nos estudos de situação durante a Campanha na Itália. No pós-guerra, continuou a prestar-me eficiente e denodada colaboração” (Meira Mattos, in “Castello Branco e a Revolução” – “Apresentação” (1).

Sobre Castello Branco, assim se expressou o general Vernon Walters, companheiro de operações na Itália e, posteriormente, embaixador dos EUA no Brasil: “Nem sempre se tem oportunidade de se observar um homem na guerra submetido a tais pressões. A verdadeira grandeza da coragem e da energia de Castello Branco ficara claramente demonstrada para mim. Em nenhum momento o vi perder o homor ou a sagacidade. Sempre tinha um gracejo irônico ou um comentário mordaz. Dotado de inteligência brilhante, impacientava-se com a incompetência e não tolerava a fraqueza e a mentira. Nunca hesitou em expressar os seus pontos de vista, quer aos seus superiores hierárquicos, quer aos oficiais norte-americanos. Jamais o vi embaraçado, arrogante ou servil” (obra cit., pg. 92)

Castello Branco foi instrutor, diretor de ensino e comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Foi promovido a general em 1952 e em 1963 passou a chefiar o Estado-Maior do Exército.

Um dos principais líderes da Contra-revolução de 31 de Março de 1964, Castello Branco foi eleito Presidente da República pelo Congresso Nacional em 11 abril de 1964, assumindo o Governo no dia 15 daquele mês.

Castello Branco herdou um país mergulhado na inflação e no caos econômico e social, uma verdadeira “massa falida”. Promulgou uma nova Constituição, instituiu novos ministérios, promoveu a reforma agrária, criou o Banco Central e o FGTS, e implantou projetos estruturais que iriam redundar, nas décadas seguintes, em um avanço econômico-social nunca visto antes, trazendo o Brasil de 48º lugar para 8ª potência econômica do planeta. Em duas décadas de “Nova República”, Collor e FHC, já retornamos para 12º lugar, superado recentemete pelo México, sucesso obtido com sua inserção no NAFTA. Com a “República dos barbudinhos” de Lula-laite e a socialização ora em andamento, temos grande possibilidade de cairmos ainda mais.

Ah! Que saudades que Castello nos traz! Éramos felizes e não sabíamos! Com a palavra, personalidades da época:

“Castello Branco é um homem brilhante, um brilhante militar. É um milagre que, num momento crítico como este, tenhamos um homem dessa inteireza moral, um patriota como esse” (Augusto Frederico Schmidt, ex-conselheiro de Kubitschek).

“Nós não queremos que o Sr. Kubitschek se torne um Frondizi brasileiro e nos roube esta revolução, como já roubou o Brasil” (Carlos Lacerda, sobre a escolha do novo Presidente, Castello Branco, após a queda de João Goulart).

E àqueles que defendem João Goulart com unhas e dentes, veja o que disse a respeito dele Márcio Moreira Alves, o “Marcito”, em seu livro “O Despertar da Revolução Brasileira (2): 'Achava-o oportunista, instável, politicamente desonesto... Aparecia bêbado em público, deixava-se manobrar por cupinchas corruptos... e tinha uma grande tendência gaúcha para putas e farras”.


Contra-Revolução de 1964

Após a anarquia promovida no Brasil pelo Governo João Goulart (“Jango”), no dia 31 Mar 1964, sob a exigência e a aclamação da população brasileira, é desencadeada a “Revolução de 31 de Março”, apelidada pelos opositores como “golpe militar”, mas que foi na verdade uma “Contra-revolução”, por suspender o processo revolucionário em andamento no País.

A imprensa atual, totalmente esquerdisofrênica, apregoa que não havia necessidade de tal “golpe”. Porém, se atentarmos para os fatos da época, escondidos hoje pela mídia, mas publicados na imprensa à exaustão naquela época, chegamos à conclusão de que as Forças Armadas agiram em legítima defesa de nossa Pátria. Senão, vejamos alguns antecedentes.


Antecedentes

Quando Jânio Quadros renunciou à presidência, “Jango” estava em viagem à China comunista, acompanhado de “líderes trabalhistas, convocados para observação e estudo das comunas populares daquele país” (Del Nero, in “A Grande Mentira”, pg. 70). Na China, “Jango” fez “um pronunciamento radical, em que revelou sua intenção de estabelecer também no Brasil uma república popular, acrescentando que, para tanto, seria necessário contar com as praças para esmagar o quadro de oficiais reacionários” (Del Nero, op. cit., pg. 71) – prenúncio da Revolta dos Marinheiros, no Rio de Janeiro, e da Revolta dos Sargentos, em Brasília.

Em janeiro de 1964, Luiz Carlos Prestes viajou a Moscou para prestar contas dos últimos trabalhos do PCB, desenvolvidos à luz da estratégia traçada por ele e Kruschev em novembro de 1961. Nesse encontro, participaram, além de Kruschev, Mikhail Suslov (ideólogo de Kruschev), Leonid Brejnev (Secretário do Comitê Central do Partido), Iuri Andropov e Boris Ponomariov (Chefe do Departamento de Relações Internacionais). Naquela ocasião, Prestes afirmou: “A escalada pacífica dos comunistas no Brasil para o poder abrindo a possibilidade de um novo caminho para a América Latina. (...) oficiais nacionalistas e comunistas dispostos a garantir pela força, se necessário, um governo nacionalista e antiimperialista. Implantaremos um capitalismo de Estado, nacional e progressista, que será a ante-sala do socialismo. (...) ... uma vez a cavaleiro do aparelho do estado, converter rapidamente, a exemplo de Cuba de Fidel, ou do Egito de Nasser, a revolução nacional-democrática em socialista.” Segundo Luís Mir, in “A Revolução Impossível”, “A exemplo de 1935, a revolução deveria começar novamente, pelos quartéis.” (cfr. Del Nero, in “A Grande Mentira”, pg. 121).

“É crime lembrar que a direita civil armada, pronta e ansiosa para matar comunistas desde 1963, foi pega de surpresa pelo golpe militar e inteiramente desmantelada pelo novo governo, de modo que, se algum comunista chegou vivo ao fim do ano de 1964, ele deveu isso exclusivamente às forças armadas que agora amaldiçoa.” (Olavo de Carvalho, in “A História, essa criminosa”). Olavo se refere às forças paramilitares formadas, principalmente, pelos governadores Carlos Lacerda, da Guanabara, e de Adhemar de Barros, de São Paulo, que pretendiam trucidar os comunistas.

Folhetos cubanos

Os chamados “folhetos cubanos” eram disseminados no Brasil pelo Movimento de Educação Popular (MEP), durante o Governo de João Goulart, e serviam de inspiração às Ligas Camponesas, de Francisco Julião, e aos Grupos dos Onze (G-11), de Leonel Brizola.

Ligas Camponesas

As origens da organização dos camponeses datam da década de 1940, no trabalho do PCB, que estabeleceu as Ligas Camponesas. Essa atividade ressurgiu na década de 1950, em Galiléia, com a criação da Sociedade Agricultural de Plantadores e Criadores de Gado de Pernambuco, assistida por um ex-membro do PCB, José dos Prazeres, e depois com a formação de sociedades de direito civis e legais, que rapidamente se espalharam por todo o Nordeste, passando a uma rede de Ligas Camponesas – como eram chamadas pelos proprietários de terras, devido à sua origem da década de 1940.

Francisco Julião foi o principal líder das Ligas, com atuação, especialmente, em Pernambuco, do então Governador Miguel Arraes, onde as Ligas colocavam fogo em canaviais e depredavam fazendas. No dia 27 Nov 1962, na queda de um Boeing 707 da Varig, quando se preparava para pousar em Lima, Peru, estava entre os passageiros o Presidente do Banco Central de Cuba, em cujo poder foram encontrados relatórios de Carlos Franklin Paixão de Araújo, filho do advogado comunista Afrânio Araújo, o responsável pela compra de armas para as Ligas Camponesas. Os relatórios detalhavam os atrasos dos preparativos para a luta no campo, acusava Francisco Julião e Clodomir Morais de corrupção e malversação de recursos recebidos. Esses documentos chegaram às mãos do Governador Carlos Lacerda, da Guanabara, que fez vigorosa campanha na imprensa, denunciando a interferência cubana em nosso País.

No Brasil, antes de 1964, Cuba financiou ainda as Ligas Camponesas para comprar fazendas que serviram de campos de treinamento de guerrilha. A revista 'Veja', de 24 Jan 2001, sob o título 'Qué pasa compañero?', faz uma análise centrada na tese de doutorado da pesquisadora Denise Rollemberg, da UFRJ, a qual afirma que 'o primeiro auxílio de Fidel foi no Governo João Goulart, por intermédio do apoio às Ligas Camponesas, lendário movimento rural chefiado por Francisco Julião. (...) O apoio cubano concretizou-se no fornecimento de armas e dinheiro, além da compra de fazendas em Goiás, Acre, Bahia e Pernambuco, para funcionar como campos de treinamento.' Após a Contra-revolução de 1964, as Ligas Camponesas, de inspiração comunista, foram dissolvidas, e Julião obteve asilo no México.

Grupo dos Onze

Grupo dos Onze (G-11), ou Grupo dos Onze Companheiros, eram “comandos nacionalistas”, que foram formados em todo o Brasil em 1963, a mando do ex-governador gaúcho Leonel Brizola. Os G-11 seriam o embrião do Exército Popular de Libertação (EPL). Um documento do Grupo afirmava que os G-11 seriam a “vanguarda do movimento revolucionário, a exemplo da Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na União Soviética.” (Prova a ignorância de Brizola, pois em 1917 havia apenas a Rússia, não a URSS.) “... os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição”.

Quando ocorreu a Contra-revolução de 1964, havia centenas desses Grupos brizolistas espalhados em todo o País e tinham como missão eliminar fisicamente todas as autoridades do Brasil – civis, militares e eclesiásticas –, como se pode ler nas “Instruções secretas” do EPL e seus G-11, no item 8, “A guarda e o julgamento de prisioneiros”: “Esta é uma informação para uso somente de alguns companheiros de absoluta e máxima confiança, os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição”. (cfr. Del Nero, in “A Grande Mentira”, pg. 112).

MEB e MEP

O Movimento de Educação de Base (MEB) foi uma organização criada pela Igreja Católica, financiada pelo Governo João Goulart e administrada por militantes de esquerda católica, muitos dos quais eram membros da Ação Popular (AP). Baseado nas idéias marxistas de Paulo Freire – autor do livro “Pedagogia do Oprimido” –, o MEB funcionava através de escolas radiofônicas, sob a direção de um líder local (padre ou camponês), em contato com as Ligas Camponesas.

O Movimento de Educação Popular (MEP) disseminava no Brasil, durante o Governo de João Goulart, folhetos cubanos sobre a técnica de guerrilhas. Esses folhetos foram utilizados pelos G-11, de Brizola, e pelas Ligas Camponesas, de Francisco Julião.

Operação Limpeza

Depois da Contra-Revolução de 31 Mar 1964, o Congresso Nacional empossou, no dia 2 de abril, o Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, do PSD de São Paulo, como Presidente Interino do Brasil. Três governadores foram cassados: Miguel Arraes (Pernambuco), Seixas Dória (Sergipe) e Badger Silveira (Rio de Janeiro). Enquanto Jango tentava, no Rio Grande do Sul, obter asilo político no Uruguai, a Operação Limpeza incluía ainda expurgos de pessoas ligadas à corrupção e à subversão.

Em Porto Alegre houve um atentado contra a vida do brigadeiro Lavanère-Wanderley, ocasião em que foi morto o que o atacou (4 de abril). No dia 9 de abril, o Comando Revolucionário (Costa e Silva, Rademaker e Correia de Melo) assinaram o Ato Institucional (AI): estavam suspensos por 10 anos os direitos políticos de João Goulart, Jânio Quadros e Luís Carlos Prestes. No dia 10 de abril, foi publicada lista com 1 centena de nomes punidos, entre os quais 40 membros do Congresso Nacional, muitos dos quais líderes da Frente Parlamentarista Nacionalista. No dia 11 de abril, o Comando Revolucionário transferiu 122 oficiais para a reserva.

O AI estipulava que, 2 dias depois de sua promulgação, o Congresso elegeria um Presidente e um Vice-Presidente da República, numa eleição em que não haveria inelegibilidades. Os projetos apresentados pelo Executivo se tornariam leis se não fossem votados dentro de 30 dias; os orçamentos propostos pelo Presidente não poderiam ser majorados pelo Congresso; essas estipulações, além de uma que permitia ao Presidente propor Emendas Constitucionais a serem aprovadas pela maioria simples, deveriam expirar, juntamente com o AI, no dia 31 Jan 1966.

Na votação para Presidente, Castello Branco recebeu 361 votos (123 do PSD, 105 da UDN e 53 do PTB), enquanto Juarez Távora recebeu 3 votos e Gaspar Dutra 2. Houve 72 abstenções, em grande parte de representantes do PTB, e 37 ausências (por causa do atraso na posse dos suplentes dos congressistas cujos mandatos haviam sido cassados). O Senador Kubitschek deu seu voto a Castello; o antigo Ministro da Fazenda, José Maria Alkmin, foi eleito Vice-Presidente.

No dia 15 de abril de 1964, Castello assumiu a Presidência da República. Ainda em 1964, o AI-2 institui o bipartidarismo no Brasil: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apóia o Governo militar, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição.

Infelizmente, não se realizaram as pretendidas eleições democráticas em 1966. Em 1967 e 1968, ainda muito antes da entrada em vigor do AI-5, e sob os ecos da Revolução Cultural chinesa (3) e da OLAS (4), começaram os atentados terroristas, promovidos por fanáticos que queriam implantar em nosso País uma Cuba de dimensões continentais, não a “democracia” que hoje tanto alardeiam. “Das grandes manifestações de 1968, muitos foram os jovens que saíram para integrar organizações guerrilheiras urbanas. Nesse sentido, o trabalho político, dentro do movimento estudantil, deu os seus frutos. (...) O fato concreto é que, a partir de então, existe no Brasil uma esquerda que faz a revolução com as armas na mão” (Vladimir Palmeira, in “A Esquerda Armada no Brasil”, de Antonio Caso, Morais Editores, Lisboa, 1976).

Com muito sacrifício, em 1973 foram extirpados todos os grupos terroristas no Brasil – incluindo o Molipo de José Dirceu e a ALN de Aloysio Nunes Ferreira. A meu ver, aquele era o momento certo para promover a redemocratização do Brasil. O País crescia a taxas de 10% ao ano, a segurança voltara, todos eram felizes e não sabiam. Mas havia a Guerrilha do Araguaia, de João Amazonas e José Genoíno, ainda em andamento. Devido a isso, estendeu-se em demasia o governo dos militares, que acabaram sendo humilhados com a volta da inflação e da estagnação econômica, especialmente durante o triste mandato do general Figueiredo, o “inesquecível” (“Me esqueçam!”), que encobertou o vil “Atentado do Riocentro”.

Em janeiro de 1964, Prestes afirmou que “os comunistas já se encontram no Governo, só falta tomar o poder”. Ou seja, faltava fechar o Parlamento e aniquilar o Judiciário – além de cooptar ou calar o “grande mudo”: o Exército Brasileiro. Porém, o “grande mudo” falou alto, trovejou e espantou para bem longe a hidra vermelha que ameaçava o País.

Em 2004, durante o III Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, Frei Betto (5), antigo ativista envolvido com os terroristas de Carlos Marighela, hoje guru de Fidel Castro, de Lula-laite e do MST, disse algo semelhante a Prestes, ao afirmar que o PT chegara ao Governo, mas ainda falta conquistar o poder. Isto é, o poder único, semelhante ao Partido Comunista cubano. Na ocasião, Frei Betto, “ante um auditório de sacerdotes, religiosas e milhares de militantes de comunidades eclesiais de base (CEBs) que o ovacionaram reiteradamente, disse que a sociedade do futuro define-se em uma só palavra: ‘socialismo’. E depois de pedir uma salva de palmas para Karl Marx, acrescentou de maneira chocante que o 'homem novo' deve ser ‘filho do casamento de Ernesto Che Guevara e Santa Tereza de Jesus’ ” (leia mais em www.cubdest.org).

É, parece que o Brasil não toma vergonha na cara. Quase 40 anos depois, voltamos à estaca zero. Parece que estamos em 1964. As Ligas Camponesas, hoje, converteram-se nos cangaceiros do MST, que invadem propriedades particulares e repartições públicas, com os aplausos do atual Ministro do Afundamento Agrário, Miguel Rossetto. A inflação voltou com força, empobrecendo ainda mais a população brasileira. O Fórum Social Mundial e o Foro de São Paulo são hoje os “MEB”, os “MEP”, as “UNE”, as “AP” e as “Frentes” de outrora, onde são distribuídos os atualíssimos “folhetos cubanos”. Com a presença de narcoterroristas das FARC. Nosso Presidente Lula-nem-mais-tão-laite-assim passeia de mãos dadas com o mais antigo terrorista em atividade do mundo, Fidel Castro, encontra-se amiúde com o agitador Hugo Chávez, amigo de Saddam Hussein, e não admite dizer em público que as FARC são um movimento terrorista. Pudera, o PT, indiretamente, é um aliado das FARC, já que ambos são membros do Foro de São Paulo.

Com nossos atuais governantes promiscuídos com tais tipos e tais organizações, não é de pasmar que hoje até Saddam Hussein seja apresentado como herói. Enquanto isso, o terrorismo retorna com força total, matando juízes, políticos e policiais, aterrorizando com chacinas a população do Rio de Janeiro, cidade que teve aumentados seus dias de feriado por conta da ordem dos traficantes de drogas, que emitem toques de recolher a todo momento. E o atual Governo, como os anteriores, desde a Nova República, nos apresenta mais um programa de segurança cu-de-cobra. Afinal, cu de cobra nunca ninguém viu, nem sabe se existe...

Ah! Éramos felizes e não sabíamos! Quanta saudade Castello nos traz!


Notas:

(1) MATTOS, Carlos de Meira (coordenador). “Castello Branco e a Revolução – Depoimentos de seus Contemporâneos”. Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1994.

(2) ALVES, Márcio Moreira. “O Despertar da Revolução Brasileira”. Seara Nova, Lisboa, 1974.

(3) Revolução Cultural - Anunciado em 1966 por Mao Tsé-Tung, com o apoio do Exército, é um novo período de luta entre correntes partidárias, no qual os jovens deveriam criticar seus superiores e derrubar “velhos hábitos, as velhas idéias e a velha cultura”. Milhões de estudantes maoistas criam uma “Guarda Vermelha”, que, empunhando o “Livro Vermelho” de Mao, passam a humilhar e matar os opositores do líder máximo e a queimar prédios. Intensificou-se o estudo de Marx, foram apresentadas óperas comunistas e canções revolucionárias. Dois anos depois (1968), o movimento estudantil sacudiu o Ocidente, como o Maoismo da juventude francesa, com reflexos no Brasil, junto com a OLAS de Fidel Castro. A Revolução Cultural ocasionou 10 milhões de mortes, além de tortura física de presos, como o arrancamento da genitália (testículos e pênis), que eram assados e comidos pelos torturadores. Além dessa tortura sui generis, durante a Revolução Cultural era incentivada a prática de devorar os inimigos políticos, fato denunciado em detalhes por Zheng Yi, um fugitivo do massacre da Praça da Paz Celestial e outrora um dos mais destacados romancistas chineses (seu primeiro romance, “The Maple”, sobre a Revolução Cultural, foi usado pelo Politburo para atacar a Gangue dos Quatro). A respeito do assunto, veja texto “Communists Eat Their Class Enemies”, de Adam Young (adamyoung@hotmail.com) em www.lewrockwell.com/orig/young1.html.

(4) OLAS - Organización Latinoamericana de Solidaridad: no dia 16 Jan 1966, 1 dia após o término da Tricontinental, em Havana, Cuba, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, proposta por Salvador Allende. O terrorista brasileiro Carlos Marighella foi convidado oficial para a Conferência da OLAS em 1967. Ola, em espanhol, significa “onda”, seriam, pois, ondas, vagalhões de focos guerrilheiros espalhados por toda a América Latina, como disse o próprio Fidel Castro: “Faremos um Vietnã em cada país da América Latina”. Após a Conferência, começam a surgir movimentos guerrilheiros em vários países da América Latina, principalmente no Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. A OLAS, substituída pela JCR, tem sua continuidade no Foro de São Paulo (FSP) e no Fórum Social Mundial (FSM). Veja Foquismo, FSM, FSP, JCR, OCLAE, Organizações subversivas brasileiras, OSPAAAL, Pinar del Río, Revolução de 1968 e Tricontinental.

(5) Frades dominicanos - No início de 1968, houve várias reuniões no Convento dos Dominicanos do Bairro das Perdizes, em São Paulo, liderado por Frei Osvaldo Augusto de Rezende Júnior, congregando frades para tomada de posição política, que culminaria com a adesão do grupo ao Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP) – que teve, ainda naquele ano, mudado seu nome para Ação Libertadora Nacional (ALN). Participaram das reuniões Frei Carlos Alberto Libânio Christo (Frei Beto), Frei Fernando de Brito (Frei Timóteo Martins), Frei João Antônio Caldas Valença (Frei Maurício), Frei Tito de Alencar Ramos, Frei Luiz Ratton, Frei Magno José Vilela e Frei Francisco Pereira Araújo (Frei Chico). Frei Osvaldo, apresentando Marighela a Frei Beto, conseguiu a adesão ao AC/SP de todos os dominicanos que participaram das reuniões. Frei Beto também entrou em contato com a VPR por intermédio de Dulce de Souza Maia, nos meios teatrais, onde Frei Beto atuava como repórter da “Folha da Tarde”. A primeira tarefa que os dominicanos receberam de Marighela foi fazer um levantamento de áreas ao longo da Rodovia Belém-Brasília, para implantação de uma guerrilha rural. A área de Conceição do Araguaia, onde a ordem dominicana possuía um convento, foi assinalada no mapa como área prioritária, pois teria importante apoio logístico. O levantamento sócio-econômico da região foi feito com base no “Guia Quatro Rodas”, da Editora Abril. Esse trabalho passou a ser compartimentado, para aumentar a segurança, e os frades passaram a utilizar codinomes: Frei Ivo, o Pedro; Frei Osvaldo, o Sérgio ou Gaspar I, nos contatos que este tinha com Marighela; Frei Magno, o Leonardo ou Gaspar, era quem mantinha contato com Joaquim Câmara Ferreira; Frei Beto, o Vítor ou Ronaldo, ficou encarregado do sistema de imprensa e também dos contatos com Joaquim Câmara Ferreira, que coordenava as atividades do Agrupamento em São Paulo (o AC/SP se infiltrou na Editora Abril e no jornal “Folha da Tarde”, do Grupo Folha). Na “Folha da Tarde”, Frei Beto recrutou os jornalistas Jorge Miranda Jordão (Diretor), Luiz Roberto Clauset, Rose Nogueira e Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel. Clauset e Penafiel cuidavam da preparação de “documentos”, e Rose, do encaminhamento de pessoas para o exterior. Na Editora Abril, a base de apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista Roger Karman, e composta por Karman, Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo Viana, George Duque Estrada, Milton Severiano, Sérgio Capozzi e outros, que elaboraram um arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia também como fonte de informações para organizações subversivas). O AC/SP tinha assistência jurídica, composta de 3 advogados: Nina Carvalho, Modesto Souza Barros Carvalhosa e Raimundo Paschoal Barbosa. Quando procurado pela polícia, em São Paulo, Frei Beto, que havia ingressado no convento dos dominicanos, em São Paulo, em 1966, foi acobertado pelo Provincial da Ordem, Frei Domingos Maia Leite, e transferido para o seminário dominicano Christo Rei, em São Leopoldo, RS. Frei Beto foi preso no RS, onde atuava junto com a ALN para fuga de terroristas ao Uruguai.





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